Startup que leva inteligência a importações e exportações recebe aporte milionário

A LogComex realizou uma rodada de R$ 3 milhões para investir em tecnologia. Startup usa big data para informar.

As viagens para negócios ou lazer podem estar paradas por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas as cargas continuam indo de um lado para outro do mundo e startups do ramo continuam pensando em formas de tornar essa logística mais eficiente.

É o caso da brasileira LogComex. A startup tem uma plataforma de big data que leva inteligência para importações e exportações. A solução captou uma nova rodada de R$ 3 milhões para melhorar sua tecnologia e continuar crescendo 10% ao mês neste ano, apesar da desaceleração econômica provocada pela pandemia.

Ideia de negócio: inteligência em importações e exportações
A LogComex foi criada pelos empreendedores Carlos Souza e Helmuth Hofstatter em 2016. Souza era diretor de um despachante aduaneira, enquanto Hofstatter trabalhou com comércio exterior e depois com tecnologia da informação para esse setor na cidade portuária de Paranaguá (Paraná).

“Vi como as empresas perdiam muito dinheiro por não terem informações no tempo certo. É um setor carente de tecnologia, que convive com uma cadeia bagunçada e a falta de comunicação entre portos, operadores logísticos e importadores e exportadores”, diz Hofstatter.

A LogComex começou focada em armazéns e portos. Depois, atendeu operadores logísticos. Agora, também tem importadores e exportadores como clientes.

A startup usa a tecnologia de big data: coleta grandes quantidades de dados em fontes públicas e os enriquece. O objetivo é entregar transparência ao que acontece no mercado e nos processos logísticos das próprias empresas.

Um importador pode ver participações de mercado, quais produtos estão sendo mais exportados, quais fornecedores têm as melhores condições e qual a rota logística mais competitiva. Tais dados podem ser cruzados com informações armazenadas em outro sistema, para que a empresa tome decisões melhores.

A LogComex afirma otimizar em 30% o tempo que a empresa gasta correndo atrás de fornecedores e provedores logísticos. A startup atende 350 clientes em troca de uma assinatura mensal, com precificação que varia de acordo com o volume de dados consumidores e cargas embarcadas.

Novo investimento e planos para 2020
O primeiro investimento na LogComex veio da empresa de inovação ACE. A startup participou do programa de aceleração da ACE em 2017. O objetivo era desenhar sua estrutura comercial, estimulada por um investimento semente de R$ 150 mil.

A LogComex participa hoje do Scale-Up Endeavor. O programa não realiza investimentos, mas permitiu que a LogComex melhorasse sua gestão e seu potencial de escala.
Tais objetivos são potencializados pela nova rodada de R$ 3 milhões. O valor foi investido pelas gestores Caravela Capital (R$ 1 milhão) e Invest Tech (R$ 2 milhões).

Este é o primeiro investimento do fundo de R$ 75 milhões da Caravela Capital. A gestora olha para setores revelantes e boas soluções para eles. “O mercado de importações e exportações é grande em volume transacionado e está cada vez mais competitivo. São dezenas de players, que faturam geralmente entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões por ano”, diz Frederico Guesser, sócio da Caravela Capital.

O capital será usado para melhorar a tecnologia da LogComex, como um módulo focado apenas em importadores. Também ajudará a dobrar a equipe, hoje em 70 funcionários. “É um mercado com mais players, então vemos um maior potencial de escala em relação aos portos e operadores logísticos”, diz Hofstatter.

Além do capital, a Caravela Capital forneceu mentoria de empreendedores da sua rede para a LogComex. Um exemplo foi Alessio Alionço, fundador do software de gestão Pipefy.

A LogComex cresce 10% ao mês desde sua fundação e espera manter a porcentagem em 2020. Quanto mais a startup cresce, mais difícil fica manter as mesmas taxas. Mesmo com a pandemia, a LogComex aposta no potencial um comércio global mais inteligente.

Fonte : revistapegn.globo.com

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