No Brasil, o celular é o principal meio de acesso à internet utilizado pela população. E sendo a porta de entrada para o mundo virtual, não surpreende que o mobile commerce seja um modelo em rápida ascensão por aqui.

O que é o Mobile Commerce?

Também conhecido como m-commerce (ou comércio móvel, em tradução), o conceito se refere ao comércio online realizado via dispositivos móveis, como celulares ou tablets. Neste tipo de transação, os consumidores realizam suas compras diretamente no site da loja, através de marketplaces ou por aplicativos específicos, com dispositivos móveis como principal suporte para acessá-los.

Nova pesquisa do Capterra ouviu 1.063 consumidores de todo o País para investigar o comportamento das pessoas ao utilizar dispositivos móveis para realizar compras online (veja metodologia completa no final do texto).

No levantamento, o primeiro indício do protagonismo de dispositivos móveis vem com a própria definição dos usuários: 64% se definiram como Mobile First (em tradução literal, dispositivos móveis primeiro), isso significa que se conectam à internet especialmente utilizando dispositivos móveis, como celular ou tablet.

Nesse sentido, se os brasileiros se consideram Mobile First, logo muitas ações são realizadas através do dispositivo, entre elas, o ato de comprar produtos ou serviços. Segundo o estudo Webshoppers 44, do Ebit, em junho de 2021 as comhttps://www.ebit.com.br/webshopperspras via mobile já representavam quase 60% de todo consumo online, nível mais alto já registrado até aquele momento.

Também é importante lembrar que, após o leilão concluído em 2021, o 5G entrará em processo de implementação no Brasil. Com ele, a população terá acesso a uma internet mais rápida e estável, melhorando a conectividade em tempo real, o que favorece especialmente as transações comerciais via mobile.

Principais destaques do estudo:

– Cerca de três quartos dos consumidores usam com frequência o celular para realizar compras online.

– 28% acredita que a experiência de compra do usuário de dispositivos móveis poderia ser melhorada com a simplificação de etapas para concluir uma compra.

– 3 em cada 10 consumidores já configuraram e usam a funcionalidade de compra com um clique.

Principais dispositivos usados para fazer compras online

O suporte usado com mais frequência pelos brasileiros para compras online é o celular. Na pesquisa do Capterra, 7 de cada 10 usuários relataram que o usam sempre ou frequentemente para efetuar compras online, tanto por meio do navegador para acessar a loja quanto pelo próprio aplicativo da do estabelecimento.

Em segunda posição aparece o computador (desktop ou notebook), selecionado por 62% dos respondentes; menos citados foram os tablets e as tecnologias vestíveis, como smartwatch. Veja os dados relacionados à frequência de uso de cada dispositivo no gráfico abaixo:

Mobile commerce no Brasil já é uma realidade

Especificamente na questão sobre que dispositivo móvel preferem utilizar nas compras online, as pessoas mostraram que compram por celular com mais frequência usando o navegador do que o aplicativo da loja.

Empresários que vendem online podem acessar essa fatia de consumidores ao adaptar sua operação também pensando no uso de dispositivos móveis. Isso significa desenvolver sites responsivos, ou seja, que se adaptem à tela em que estão sendo visualizados: softwares para criação de sites geralmente oferecem recursos para que se realize uma edição responsiva da página web.

No entanto, embora em menor quantidade, também há uma parcela de consumidores que acessam as lojas por meio de seus aplicativos nativos. Para empresários que querem se aventurar nesse terreno e criar um aplicativo próprio, vale a pena considerar o uso de plataformas low-code, que trazem mais facilidade ao processo ao permitir o desenvolvimento da plataforma através de uma interface gráfica, e não pelo uso de códigos.

Por fim, para a criação de uma operação online mais simples, também é possível usar o WhatsApp como canal de vendas. Por meio da conta comercial WhatsApp Business, o usuário pode criar um catálogo de produtos, além de estabelecer um canal de atendimento ao consumidor –pode até mesmo automatizá-lo com chatbot– e, para finalizar a interação, promover uma pesquisa de satisfação.

Principais trunfos e problemas do m-commerce

Quase dois terços das pessoas que compram online usando dispositivos móveis elegeu a facilidade de acesso como o principal motivador para escolher o suporte, em seguida, a rapidez nas transações. O gráfico abaixo mostra os principais fatores que levam as pessoas a comprar por meio de dispositivos móveis:

Por que as pessoas optam pelo m-commerce

No outro oposto, as principais dificuldades levantadas pelos respondentes, foram preocupação com segurança digital e carregamento lento da página, como detalhado na arte abaixo:

As dificuldades de compras no m-commerce

Na hora de citar o que poderia mudar a experiência de compra via dispositivos móveis, a maior parte dos entrevistados citou a simplificação de etapas para concluir uma compra (28%).

Comportamento dos consumidores nas compras por dispositivos móveis

O Capterra investigou o uso de uma série de recursos típicos da compra online para entender como os consumidores brasileiros os usam quando fazem aquisições de produtos via dispositivos móveis.

Mais da metade (60%) dos consumidores brasileiros disseram que costumam criar uma conta de usuário em lojas online quando esta opção está disponível.

Dica: Para empresas que mantêm informações dos usuários, é imprescindível empregar softwares de cibersegurança para realizar o armazenamento seguro de dados, além de seguir as diretrizes da Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais (LGPD) para a coleta e o tratamento de informações dos clientes. Uma outra pesquisa do Capterra mostrou que, quase um ano após a implementação da LGPD, apenas 37% das empresas estavam adaptadas à legislação.

Já em relação ao método de pagamento preferido desses usuários, com grande vantagem em relação às demais opções, o cartão de crédito (72%) ainda é o principal meio selecionado pelos brasileiros. Em seguida, Pix registra uma sutil vantagem em relação ao cartão de débito, com 12% e 11%, respectivamente.

Dica: Permita que seu cliente possa salvar os dados de pagamento para realizar compras futuras na sua empresa. Assim, ao comprar novamente na sua loja, não precisará preencher todos os dados relacionados ao seu cartão de débito/crédito ou de outro método de pagamento. Sistemas de pagamentos, além de administrarem cobranças, podem realizar para a sua empresa o armazenamento de informações dos clientes.

Ainda sobre pagamentos, os respondentes foram questionados se, ao quitar uma compra, optam pela opção de “compra com um clique” (conhecido também como one-click buy). Ao utilizar esta funcionalidade, o pedido do cliente é processado automaticamente, sem necessidade de preencher dados pessoais e de pagamentos, porque estão previamente cadastrados na loja.

Até o momento, no Brasil, este recurso parece não ter caído no gosto dos consumidores, já que apenas 3 em cada 10 consumidores disseram que já configuraram essa opção. No entanto, uma vez cadastrada, a maioria das pessoas (83%) utiliza a “compra com um clique” com alguma frequência.

Dados mostram comportamentos além do m-commerce

O Capterra também investigou o uso de assistentes virtuais, como Alexa, Siri ou Cortana, para a realização de compras por voz. Neste caso, 23% disseram realizar compras usando este tipo de dispositivo.

Dica: Empresas que querem usufruir das compras via recursos de voz devem adaptar as descrições de seus produtos para que possam aparecer em buscadores. Vale a pena investir em textos que usem palavras-chaves de cauda longa (tratam-se de frases com três ou mais palavras), além de buscar opções de termos que reflitam uma linguagem mais natural, típica da comunicação oral. Por meio de ferramentas de SEO, é possível encontrar os termos mais relevantes para cada descrição de produto.

Marketplace domina as compras brasileiras

O marketplace –modelo de negócio que funciona como uma espécie de shopping virtual– figura como o principal canal de vendas escolhido pelos brasileiros quando compram usando dispositivos móveis; dos entrevistados, 78% disseram preferir comprar através desta plataforma.

Este canal de vendas mantém uma liderança folgada em relação aos outros, que são site da empresa (18%), redes sociais (3%) e aplicativos de mensagem (1%). O resultado demonstra a força desse canal de vendas.

Você sabia?
Dados do comércio eletrônico brasileiro indicam que os varejistas de marketplace (também chamados de sellers) têm participação de 78% no faturamento total do mercado. Em 2020, os marketplaces cresceram 52% no Brasil, registrando um faturamento de R$ 73 bilhões —em 2019, o faturamento foi de R$ 48 bilhões.

Dicas para estruturar sua marca e usufruir do M-commerce

Com base nos pontos de atenção levantados pelos respondentes da pesquisa do Capterra, separamos conselhos para que sua marca possa aproveitar os benefícios do M-commerce. Confira abaixo.

1. Carregamento de página

O seu site demora para carregar? Se sim, você pode estar perdendo vendas. O carregamento de página não é só um item de rankeamento do Google, mas também um dos responsáveis pela conversão de vendas. Para avaliar o que está afetando a velocidade da sua página, você pode utilizar programas de monitoramento de sites para fazer um diagnóstico. Se o problema for o tamanho das imagens, use um software de edição de imagens para comprimi-las e diminuir sua resolução.

2. Presença em redes sociais

Quando se pensa em comércio online, é comum já associar a lojas virtuais ou marketplaces. Entretanto, as redes sociais são outros canais de vendas a serem explorados. Facebook, Instagram e TikTok, por exemplo, oferecem funcionalidades específicas que permitem o uso comercial da plataforma

No uso das redes sociais como uma estratégia de vendas, também é importante que se faça a manutenção de conteúdo a ser publicado nessas plataformas. Nestes casos, as ferramentas para redes sociais podem ser úteis na criação de um calendário editorial e no agendamento de postagens.

3. Apresentação dos produtos

A maneira que sua marca apresenta um produto ou serviço pode ajudar o consumidor a decidir uma compra, por isso, opte pela criação de descrições concisas e com detalhes importantes, como dimensões e material de fabricação, por exemplo. Para adaptar a descrição para buscadores, você pode usar ferramentas de SEO a fim de fazer uma seleção de palavras-chave relevantes para seu segmento.

Já em relação às imagens, insira fotos com boa edição —softwares de edição de fotos ajudam na tarefa— que possam mostrar os produtos de todos os ângulos. Há lojas virtuais que optam por adicionar vídeos para otimizar a visualização do produto. Programas para fazer vídeos ajudam na criação das peças audiovisuais.

4. Site para todas as telas

Para que o site de uma loja funcione bem, é importante que ele seja responsivo e se adapte a diferentes tipos de tela, sem que perca qualidade ou funcionalidades. Ferramentas de UX e sistemas de testes A/B ajudam a melhorar a navegação e identificar pontos de melhorias na experiência do usuário. No ranqueamento, o Google também leva em conta como fator se o design é responsivo.

5. Incentive as avaliações

As avaliações são outro recurso que ajudam os consumidores a tomar decisões sobre uma compra. Uma pesquisa do Capterra identificou que 52% dos consumidores leem reviews de produtos ou serviços antes de comprá-los, por isso é importante estimular os clientes a deixá-las através do envio de formulários, que podem ser criados usando ferramentas de pesquisa. Outros tipos de plataformas, como software de gestão de reviews, colaboram na coleta e no fornecimento de respostas para resenhas.

Próximos passos

Como os resultados da pesquisa do Capterra evidenciaram, o m-commerce no Brasil já é uma realidade, já que há uma grande aceitação do uso de dispositivos móveis como suporte para compras. Negócios que pretendem alcançar consumidores em qualquer lugar que eles estejam devem empregar ferramentas para melhorar a experiência do usuário mobile, conseguindo assim garantir vendas e fidelização.


Metodologia

Para reunir os dados presentes neste estudo, o Capterra realizou um levantamento online entre os dias 7 e 9 de novembro de 2021. Na ocasião, foram ouvidos 1.063 consumidores que costumam comprar online, com mais de 18 anos e de todas as regiões do país (com 50% dos entrevistados do sexo feminino e 50% do sexo masculino), pertencentes a diferentes faixas de renda. Os resultados são representativos da pesquisa, mas não necessariamente da população como um todo.