Fintech da Braspress e Stark Bank recebem licença do BC

CV Investimentos, Efex, PayBrokers e Squid também obtiveram aval do Banco Central (BC) para serem instituições reguladas.

O Urbano Bank, fintech do Grupo H&P, — que controla a empresa de logística Braspress — recebeu nesta segunda-feira (8/7) autorização do Banco Central (BC) para operar como financeira. Conforme o despacho no Diário Oficial da União, a instituição tem capital social de R$ 20 milhões e o controlador é Urubatan Helou, fundador e presidente do grupo.

Em entrevista ao Finsiders Brasil, há pouco mais de dois anos, o CEO do Urbano Bank, Tayguara Helou, já havia antecipado o plano para atuar como uma financeira. Agora como instituição regulada, passa a ter autorização como emissor de moeda eletrônica (que permite gerir contas de pagamento pré-pagas) e de instrumento pós-pago (cartão de crédito).

Na última sexta-feira (5/7), o Stark Bank também obteve aprovação do BC, mas para funcionar como instituição de pagamento (IP). A licença vale para as modalidades emissor de moeda eletrônica, credenciador (adquirente), emissor de instrumento de pagamento pós-pago e iniciador de transação de pagamento (ITP). Com capital social de R$ 76,5 milhões, os controladores da IP são a holding Stark Group e o fundador da fintech, Rafael Stark.

Atualmente, a empresa opera com uma Sociedade de Crédito Direto (SCD). Segundo matéria do site parceiro Startups de maio deste ano, o Stark Bank estaria em busca de uma licença de banco múltiplo junto ao BC. Especializado em empresas, o banco digital oferece conta, cartão corporativo, crédito, Pix, cobranças e recebimentos. Em meados de abril, entrou em adquirência.

Novas instituições

Ainda hoje, o BC autorizou o funcionamento da distribuidora de valores e títulos mobiliários (DTVM) CV Investimentos, com capital social de R$ 5,85 milhões. Já na semana passada, o regulador deu sinal verde para duas novas IPs (Efex e PayBrokers) e uma SCD (Squid).

Atualmente, de acordo com as informações disponíveis no site do BC, há mais de 150 instituições de pagamento (IPs) com autorização para funcionar no país. A relação de SCDs tem mais de 120 nomes, enquanto a lista de financeiras se aproxima de 70 players.

Fonte: “https://finsidersbrasil.com.br/regulamentacao/fintech-da-braspress-e-stark-bank-recebem-licenca-do-bc/”

 

Download

Nuvemshop anuncia pacote de melhorias para lojistas da plataforma

Entre as novidades, está o lançamento de uma linha de crédito para os clientes investirem e alavancarem o negócio.

A Nuvemshop anunciou nesta terça-feira, 24, um pacote com pelo menos 100 melhorias tecnológicas para os lojistas cadastrados em sua plataforma no mercado brasileiro. As novidades incluem soluções para o e-commerce e para os empreendedores, como uma linha de crédito, meios de pagamento, logística, marketing, design, gestão e educação. O objetivo principal é potencializar as vendas dos seus clientes independentemente do estágio do seu negócio, sejam eles pequenos lojistas até os que já faturam na casa dos milhões. As novas funcionalidades estão divididas em quatro categorias: “vender mais”, “expandir marca”, “melhorar gestão” e “para desenvolvedores”.

Um dos destaques do pacote de novidades é a linha de crédito que irá disponibilizar R$ 42 milhões para os lojistas brasileiros que utilizam o Nuvem Pago, o meio de pagamento próprio da empresa. Segundo a companhia, o objetivo é oferecer apoio financeiro para os empreendedores que desejam acelerar o crescimento do seu negócio online.

O processo é completamente digital e o empreendedor interessado deve fazer a solicitação no painel do Nuvem Pago, dentro da plataforma Nuvemshop. Após avaliação de critérios de elegibilidade, o crédito é aprovado imediatamente e o dinheiro cai em até um dia útil. Por enquanto, apenas empreendedores pré-aprovados podem solicitar uma linha de crédito.

O crédito oferecido vai de R$1 mil a R$200 mil, dependendo do perfil do cliente. As taxas de juros partem de 2.59% ao mês, sendo customizadas de acordo com as características do empréstimo e o histórico do lojista. O pagamento das parcelas ocorre por meio de débitos do saldo do lojista na plataforma, para que o beneficiado não se preocupe com boletos ou datas de vencimento.

“Sabemos que a falta de capital de giro e escassez de recursos para continuar investindo no próprio negócio são os principais desafios dos empreendedores brasileiros. Por isso, buscamos ampliar o acesso ao recurso e vamos disponibilizar R$42 milhões no total em crédito ao longo dos próximos meses. Na fase de testes, até março de 2024, já emprestamos mais de R$5 milhões para potencializar o negócio de lojistas que usam o Nuvem Pago”, explica Renato Burin, diretor de fintech da Nuvemshop.

Outros lançamentos

Todas as novas ferramentas já estão disponíveis na plataforma da Nuvemshop e podem ser localizadas pelas categorias mencionadas. A solução para o ponto do venda da loja física, para empreendedores que atuam on e offsite, conta com um vídeo explicativo de Alejandro Vázquez, cofundador e presidente da Nuvemshop.

O Multi-CD apresenta uma facilidade para o varejista que usa mais de um centro de distribuição.  A ferramenta pode integrar o estoque e simplificar a gestão.

Par quem ainda tem dificuldades em criar campanhas e usar o marketing digital a seu favor, a plataforma disponibilizou diversas soluções, desde gerenciar uma campanha digital do painel da sua loja, passando pelo aprendizado com a Inteligência Artificial do Google, até formas de conversão em cada rede social.

“Temos 13 anos de atuação e trabalhamos diariamente para reduzir as barreiras do empreendedorismo na América Latina, tornando a jornada dos nossos mais de 120 mil clientes mais fácil e prática para vender online. Queremos apoiá-los a vender cada vez mais e, por isso, estamos empenhados em continuar desenvolvendo inovações que atendam aos seus desafios de negócio e simplifiquem sua rotina”, aponta Vázquez.

Segundo o fundador da Nuvem, os mais de 100 lançamentos anunciados pela empresa melhoram a experiência dos consumidores com as marcas, aumentam as taxas de conversão, ajudam os lojistas a alcançar novas audiências, reduzem custos de operação e permitem ganhos de eficiência para os vendedores.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/25/04/2024/noticias-varejo/nuvemshop-anuncia-pacote-de-melhorias-para-lojistas-da-plataforma/”

 

 

Download

Banco BV cria marketplace com Méliuz

Aplicativo da instituição passa a contar com marketplace próprio e terá descontos e cupons exclusivos.

O Banco BV, marca do Banco Votorantim, acaba de anunciar o lançamento do Shopping BV, um marketplace dentro do aplicativo da instituição financeira, criado juntamente com o Méliuz, empresa brasileira voltada para ofertas, serviços, cupons de desconto e campanhas de cashback.

Com isso, a ideia é transformar o BV em um banco relacional, fortalecendo sua capacidade de atração e engajamento de clientes conforme oferta serviços financeiros e experiências diferenciadas.

“A estratégia é aumentar gradualmente o portfólio de parceiros, lojistas, produtos, serviços, ofertas e vantagens do shopping para nos tornarmos mais relevantes para nossos clientes e facilitarmos o dia a dia deles. Ao ampliarmos o uso do aplicativo, conseguimos nos aproximar e entender melhor a jornada financeira dos clientes para sermos mais assertivos”, explica Ricardo Sanfelice, diretor executivo de clientes, produtos e inovação do Banco BV.

Na nova aba da plataforma, os usuários podem encontrar atualmente mais de 1 mil lojas com diversas opções de pagamento. Para usufruir da funcionalidade, basta atualizar o app para sua versão mais recente.

Em um segundo momento, o banco pretende oferecer a opção de compras em lojas de veículos e a aquisição de tags para pedágio e abastecimento, por exemplo, além de opções de gift card e recarga de bilhete único.

Depois, a meta é que a jornada de compras no aplicativo também seja reformulada, ganhando uma seção de cupons, brindes e cashbacks exclusiva do Méliuz, além de uma outra aba com as melhores promoções das principais marcas do shopping virtual.

A instituição financeira e a startup são parceiras desde 2022, e, desde que foi anunciado o acordo, o BV passou a vender produtos em formato whitelabel, como conta digital e cartões de crédito na plataforma do Méliuz.

Fundado em 1991, o BV pertence ao Banco do Brasil e à família Ermírio de Moraes, atuando nos segmentos de crédito e financiamento para pessoas, corporate & investment banking, asset management e private bank.

Atualmente, é considerado o quinto maior banco privado brasileiro, com mais de 150 parceiros, entre fintechs, marketplaces e outros mais.

No mercado desde 2011, a mineira Méliuz disponibiliza em sua plataforma cupons de desconto de lojas on-line e devolve ao consumidor, em dinheiro, parte do valor gasto em compras direto na conta bancária.

Em 2020, foi a primeira startup a abrir capital na Bolsa de Valores brasileira, formando o grupo CASH3.

Fonte: “Banco BV cria marketplace com Méliuz | Notícias | Baguete

Download

Mercado Livre (MELI34) reforça posição de vencedor no comércio eletrônico, diz BTG

Com um crescimento expressivo no Valor Bruto de Mercadorias (GMV) e no Volume Total de Pagamentos (TPV) no quarto trimestre de 2023 (4T23), o BTG Pactual considera que o Mercado Livre, fortalece suas vantagens estruturais em um segmento altamente competitivo.

“Apesar da margem bruta abaixo do esperado, devido a investimentos logísticos e efeitos pontuais associados a passivos fiscais, a empresa continua a demonstrar resiliência e potencial de crescimento”, escrevem os analistas do banco.

O segmento de fintech do Mercado Livre, em particular, apresentou desempenho notável, segundo o BTG. O portfólio do mercado de crédito cresceu 33% ao ano, atingindo US$ 3,8 bilhões, com ênfase no aumento significativo na carteira de crédito ao consumidor e cartões de crédito. O destaque, enfatizam os estrategistas, foi o crescimento de 98% ao ano nos cartões de crédito, representando 32% da carteira de crédito total.

No mercado de comércio, o Mercado Livre continua sua trajetória ascendente, conforme análise. As vendas diretas, incluindo as taxas de envio, superaram o GMV do marketplace, atingindo 3,7% do GMV consolidado. A receita do marketplace cresceu 45% ao ano, impulsionada pelo crescimento de 39% ao ano no GMV e uma maior taxa de comissão, afirma o banco.

Apesar dos desafios na Argentina, com sua contribuição gradualmente diminuindo, a plataforma continua a crescer a um ritmo sólido, especialmente no Brasil, que registrou uma contribuição direta de 48%, destacando o papel significativo do país no sucesso contínuo da empresa, de acordo com o relatório.

“O Mercado Livre reforça sua posição como vencedor no comércio eletrônico e pagamentos na América Latina. Seu ecossistema sólido, aliado às estratégias, destaca-se em um cenário desafiador para seus pares”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima. “Com um crescimento consistente, margens saudáveis ​​e uma trajetória de inovação contínua, o Mercado Livre permanece como nossa principal escolha para investidores de longo prazo“, pontuam.

Fonte: “Mercado Livre (MELI34) é vencedor do e-commerce, diz BTG (suno.com.br)

 

Download

Mercado Livre: receita líquida cresce 56,5% atingindo US$ 2,6 bilhões no 2º trimestre

O Mercado Livre atingiu um novo recorde de receita total no segundo trimestre de 2022, superando a performance do primeiro trimestre. A receita líquida alcançou US$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2022, crescimento de 52,5%, em dólar, e de 56,5% em moeda constante, na comparação com o mesmo período de 2021. O Brasil representa cerca de 56% da receita líquida total do Mercado Livre, tendo alcançado US$ 1,4 bilhão e crescimento de 52,5%.

Segundo a companhia, a receita líquida do negócio de commerce aumentou 23,0% em dólares na comparação anual, para US$ 1,4 bilhão, impulsionada pelo marketplace, expansão da publicidade digital e pelos 41 milhões de compradores únicos no trimestre. Os consumidores se mantêm ativos, gerando crescimento na quantidade de itens por comprador em relação ao trimestre passado. Já a receita líquida de fintech cresceu 112,5% em dólares, chegando a US$ 1,2 bilhão, ano contra ano — superando a marca de US$ 1 bilhão pela primeira vez, com o aumento da relevância dos serviços financeiros no ecossistema.

No segundo trimestre, o Mercado Pago ultrapassou 38 milhões de usuários ativos, alta de 26,3%, com crescimento em todos os mercados da região, sobretudo nos serviços de pagamento via código QR, transferências dentro do ecossistema e usuários de crédito.

“Observamos um trimestre forte em todos os negócios, refletindo a melhora contínua da rentabilidade com resultados recordes em receita líquida e lucro bruto. Como consequência desse desempenho consistente, seguimos firmes em nosso propósito de ampliar o acesso ao comércio e aos serviços financeiros”, afirma André Chaves, vice-presidente sênior de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo do Mercado Livre.

Ainda segundo ele, a operação de marketplace alcançou resultados sólidos, com crescimento das vendas e da base de compradores. “Já o Mercado Pago mantém forte ritmo de crescimento, com sua base de usuários em ascensão e aumento no volume de pagamentos da conta digital e adquirência. Nossa estratégia continua priorizando o equilíbrio entre crescimento rentável e gestão de caixa, apoiando o investimento em tecnologia para o desenvolvimento de produtos, sempre com foco na diferenciação no longo prazo”, completa.

Commerce no Mercado Livre
O volume de vendas (GMV) do marketplace atingiu US$ 8,6 bilhões no segundo trimestre, crescimento de 21,8%, em dólar, e de 26,2% em moeda constante. Ao todo, foram vendidos 275,2 milhões de itens, sendo 6,7 itens por comprador, o que representa um crescimento de 12,3% — com destaque para Argentina, Brasil e México.

Ainda segundo a empresa, o volume total de anúncios registrados na plataforma chegou a 300,5 milhões. O Brasil se destaca na região com incremento de 18,6% no GMV, em moeda constante, e 143 milhões de itens vendidos no período — sendo 6,6 itens por comprador, o nível mais alto da média histórica para o segundo trimestre.

Com o Mercado Envios, 264,1 milhões de itens foram enviados na região, aumento de 26,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram significativos os avanços na execução e velocidade do Mercado Envios, cuja penetração atingiu 98,6% de toda operação, acima dos 97,3% registrados no mesmo trimestre de 2021. Desse total, mais de 91,1% correspondem à rede gerenciada do Mercado Livre — sendo 38,6% dos envios via modelo fulfillment. Do volume geral de mercadorias, cerca de 80% foi entregue em até 48 horas e cerca de 55% no mesmo dia ou no dia seguinte à compra.

Fintech
A carteira de crédito atingiu quase US$ 2,7 bilhões — era de US$ 2,4 bilhões ao final do primeiro trimestre de 2022. No período, o Mercado Crédito concedeu mais de US$ 2 bilhões em créditos, o que representa mais do que o triplo do valor registrado no segundo trimestre de 2021, atingindo mais consumidores e vendedores.

Já o volume total de pagamentos (TPV) via Mercado Pago atingiu US$ 30,2 bilhões pela primeira vez, crescimento de 72,1%, em dólar, e de 83,9% em moeda constante. Esse aumento é observado tanto em adquirência, como no uso da carteira digital. Já o volume total de transações (TPN) no período cresceu 72,9%, ano contra ano, superando cerca de 1,2 bilhão no segundo trimestre, o terceiro trimestre consecutivo com TPN acima de 1 bilhão.

O volume total de pagamentos via Mercado Pago, fora da plataforma do Mercado Livre, atingiu US$ 21,2 bilhões, crescimento de 104,7%, em dólar, e de 135,5% em moeda constante.

O total de pagamentos processados pode ser dividido entre o volume total de cobranças processadas e o volume total de transações de contas digitais. O primeiro inclui cobranças na plataforma do Mercado Livre, cobranças online e cobranças processadas por meio das maquininhas de cartão Point e dispositivos QR, que totalizaram US$ 20,8 bilhões, crescendo 48,5% em dólar, ano contra ano, e 49,4% em moeda constante. No segundo trimestre, foram vendidas 1 milhão de maquininhas, impulsionando o volume de pagamentos por dispositivo, especialmente no Brasil e no México.

O volume de transações por meio da carteira virtual, que inclui ainda transferências entre usuários do Mercado Pago, transações de cartão de crédito, débito e pré-pago, cresceu 166,7% em moeda constante, na comparação anual, totalizando mais de US$ 9,3 bilhões.

Ao final de junho, mais de 22,4 milhões de usuários contavam com contas com recursos investidos, que reúne os usuários de conta digital com rendimento, alta de quase 30%, ano contra ano, nos três principais mercados (Brasil, México e Argentina). No Brasil, único país que oferece carteira de criptomoedas atualmente, a base de usuários do serviço acumula mais de 1 milhão de pessoas.

No período, foram distribuídas mais de 684 mil apólices de seguros, volume 230% maior do que aquele registrado no segundo trimestre do ano passado, representando penetração de quase 8% do total de usuários. No Brasil, a distribuição de seguros para cartão e para pagamentos via Pix reforçam a oferta de seguros do Mercado Pago, que lançou um novo serviço de seguro para vida no país, em linha com a expansão da proposta de valor em todos os principais mercados.

Desempenho financeiro
O lucro bruto do Mercado Livre foi de cerca de US$ 1,3 bilhão, aumento de 70,3% em dólar na comparação com o mesmo período do ano anterior. As margens brutas seguem crescendo, ano a ano e trimestre contra trimestre, à medida que escalamos nossos negócios. O lucro líquido bateu os US$ 123 milhões, alta de 79,8%, com melhora na margem total, ano contra ano. Já o resultado operacional foi de US$ 250 milhões, crescimento de 50,6% em dólares, atingindo novo recorde no trimestre, com margens similares na comparação com o ano anterior.

A base geral de usuários únicos ativos do ecossistema atingiu 84,3 milhões ao final do trimestre, alta de 11% em comparação com o mesmo período de 2021 — sendo 3,5 milhões de novos usuários incorporados somente no segundo trimestre deste ano.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mercado-livre-receita-liquida-cresce-bilhoes-trimestre/#:~:text=O%20Mercado%20Livre%20atingiu%20um,o%20mesmo%20per%C3%ADodo%20de%202021.

Download

Magalu lança fintech com serviços para consumidores e vendedores do marketplace

Braço financeiro da varejista Luiza passa a operar com nova marca após integração da Hub Fintech.

A chegada ao mercado da marca Fintech Magalu acontece juntamente com o lançamento de dois produtos: o cartão de crédito para empresas, com foco nos mais de 160 mil sellers que atuam no markertplace da companhia, e o crédito para pessoas físicas, oferecido no aplicativo.

“A Fintech Magalu é um negócio de alto potencial de crescimento”, diz o diretor da empresa, Robson Dantas. “Mais importante que isso, porém, é estar totalmente conectada à missão do Magalu, que é digitalizar o varejista brasileiro, sobretudo os pequenos e médios.”

Foco em cartões corporativos

De acordo com estimativas do Magalu, apenas 3% da base brasileira de cartões de crédito são corporativos. Segundo Dantas, a vantagem da Fintech Magalu na concessão desse tipo de crédito é o conhecimento profundo dos sellers – o que amplia o mercado e reduz riscos.

O empréstimo para pessoas físicas adota o mesmo princípio. O valor do crédito oferecido a cada cliente é calculado com base na análise do perfil do consumidor. Atualmente, 45 milhões de pessoas usam o SuperApp Magalu por mês. “Já pré-aprovamos, com base numa criteriosa análise de risco, crédito para 10 milhões de clientes da nossa base”, afirma Dantas.

O cartão de crédito empresarial da Fintech Magalu está em fase de pré-lançamento. Os sellers podem se inscrever na lista de espera, por meio de um convite que será enviado nos próximos dias pelo Magalu. Os portadores do cartão de crédito empresarial farão parte de um programa de benefícios que dará direito a acúmulo e troca de pontos por serviços oferecidos no ecossistema Magalu.

Resultado de integrações

A Fintech Magalu é resultado da integração da Bit55, Stoq e Hub Fintech, adquirida no final de 2020, além de agregar a operação da Luizacred. Os cerca de 16 milhões de clientes detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito.

Em 2021, o volume total de transações (TPV) processados pela Fintech Magalu somou R$ 65 bilhões – valor que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e outros serviços financeiros (Banking as a Service) prestados para diversas companhias.

Na frente de produtos voltados a empresas, a Fintech Magalu é responsável, por exemplo, pela operação de pagamento a caminhoneiros e transportadores da CargoX. “A Fintech Magalu não trabalha exclusivamente para o nosso ecossistema”, afirma Dantas. “Já somos uma referência na prestação de serviços financeiros para mais de 50 companhias de todos os tamanhos.”

A nova empresa conta com o suporte de quase 1.500 lojas físicas do Magalu espalhadas pelo Brasil. Nesses pontos, é possível fazer saques ou tirar dúvidas sobre os produtos financeiros oferecidos.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/05/13/magalu-lanca-fintech-com-servicos-para-consumidores-e-vendedores-do-marketplace/

Download

Americanas S.A. registra crescimento de 22% no primeiro trimestre de 2022

Na comparação com os 3 primeiros meses de 2021, a Americanas S.A. registrou crescimento de 22%. A expansão é reflexo da boa performance em todas as plataformas de negócios. Afinal, o físico cresceu 27%, enquanto o digital 20%, ainda que diante de uma base forte de comparação (+89% no 1T21). A rentabilidade também foi destaque no período: o Ebitda subiu 58%, atingindo R$ 660 milhões, maior valor da história para o período.

O sucesso da estratégia da Americanas S.A. fica evidente com a adição de 4 milhões de clientes no período de 12 meses, com a base ativa de clientes totalizando 52 milhões no 1T22. O mesmo vale para o crescimento de 20% do número de itens vendidos e de 17% das transações no período. Vale lembrar que a companhia ampliou seu sortimento em 37% nos últimos doze meses, totalizando 136 milhões de ofertas disponíveis.

Outros pontos ajudam a explicar a boa performance da empresa. Entre eles, a baixa dependência de algumas categorias de tíquete médio alto, somada à alta recorrência de compras e à credibilidade conquistada junto aos clientes. Hoje, a Americanas é uma das cinco marcas mais influentes do Brasil, segundo pesquisa divulgada em abril pelo Ipsos (Instituto de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública) — é a primeira marca brasileira no ranking.

Americanas S.A. e a multicanalidade

Com a criação da Americanas S.A., a multicanalidade já é uma realidade da operação. Neste caso, as lojas físicas se tornaram um importante hub de relacionamento e distribuição. Somente em 2022, a companhia inaugurou 28 novas lojas, totalizando 3.581 estabelecimentos. Como resultado, no primeiro trimestre de 2022, quase 35% das entregas foram realizadas em até 3 horas. Um ano atrás, esse percentual era de 14%. Além da infraestrutura das lojas para reduzir tempo e custo de entrega, há ainda o investimento em inteligência artificial e análise de dados para otimizar fluxos e processos.

A AME, fintech da Americanas S.A., também se destacou no primeiro trimestre. Afinal, atingiu a marca de 32 milhões de downloads, com um TPV (volume total de pagamentos) de R$ 7,8 bilhões. Como comparativo, o crescimento foi de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior. A operação se mostra cada vez mais relevante e estratégica, gerando o aumento da frequência e do gasto médio e a aquisição de novos clientes.

Os resultados de AME estimulam ainda mais a IF (motor de inovação da Americanas e responsável por liderar 10 fusões e aquisições entre 2020 e 2021) a seguir com o objetivo de incentivar o uso de novas tecnologias e buscar oportunidade para entrada em novos negócios. Por este motivo, a Americanas anunciou em abril a estruturação da vertical de corporate venture capital (CVC). A intenção, neste caso, é investir em até 20 startups neste ano em setores que tenham conexão com as estratégias de negócio da companhia — como tecnologia, cyber, fintech, logística e advertising.

Estratégia ESG reconhecida internacionalmente

Em janeiro, a Americanas S.A. entrou pela primeira vez no The Sustainability Yearbook 2022. Trata-se do anuário que reúne as empresas com melhores performances em sustentabilidade do mundo. Para tanto, a companhia foi destaque na seleção feita pela S&P Global em critérios como: transparência de informações; ética e conduta; compromissos ambientais e de impacto social. Além disso, foi listada no ranking das companhias abertas com as melhores notas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da bolsa brasileira, a B3.

Fonte : https://www.suno.com.br/noticias/locaweb-lwsa3-reverte-prejuizo-lucro-1t22/

Download

Americanas cria fundo e busca 20 startups para investir em 2022

Americanas quer participar de rodadas pré-seed, seed e, em alguns casos, série A

O empreendedor Alexandre Messina fundou a startup Pedala, em 2015, com o objetivo de fazer entregas rápidas de forma sustentável. Mas foi só quatro anos depois que ele conseguiu um grande contrato com a Americanas, que permitiu triplicar as entregas diárias.

A parceria foi o primeiro passo para que a Americanas comprasse a Pedala em dezembro de 2019. Agora, do outro do lado do balcão, Messina é o responsável pelo primeiro fundo de corporate venture capital (CVC) que a Americanas anunciou ao mercado na última sexta-feira, 1º de abril, com a meta de investir em até 20 startups neste ano.

“O objetivo é encontrar, investir, acelerar e conectar as principais startups do Brasil ao Universo Americanas”, disse Messina, com exclusividade ao NeoFeed.

O fundo será gerido pela IF, o braço de inovação da Americanas, que criou a fintech Ame Digital e é responsável por todas as operações de M&A da varejista. Atualmente avaliada em  R$ 30,2 bilhões, a companhia acabou de unificar as operações digitais (Submarino, Americanas.com e Shoptime) com as lojas físicas.

A Americanas não divulga o valor que terá reservado ao fundo de CVC. Mas o objetivo é investir em startups em rodadas pré-seed, seed e até mesmo, em alguns casos, série A. Em 2021, esses estágios tiveram captações média de US$ 221 mil, US$ 359 mil e US$ 1,6 milhão no Brasil, respectivamente, segundo dados do Distrito, ecossistema independente de startups.

A varejista se diz agnóstica nos setores que vai investir, mas busca startups que tenham alguma conexão com a Americanas nas lojas físicas e no digital e em áreas como fintechs, advertising e logística. Elas devem faturar ao menos R$ 10 mil por mês e já ter um produto testado.

O objetivo é que possam prestar serviços à Americanas, escalando seus negócios. “Em dois anos, queremos multiplicar por 10 vezes o faturamento da startup”, diz Messina, que é head de operações da IF.

A onda dos CVCs

A Americanas é a mais recente companhia a anunciar o seu corporate venture capital, passando a fazer parte de uma lista de empresas que não para de crescer. Os nomes incluem Ambev, Itaú, Multilaser, Dexco, Arezzo, Renner e Eurofarma, entre muitas outras que querem se aproximar de startups.

Fundos especializados atraem também empresas interessadas em suas teses. A Terracota Ventures, focada em proptechs e construtechs, tem como cotista Gerdau, Cyrela e Vedacit. A MSW Capital gere o fundo de R$ 200 milhões do Banco do Brasil, além de administrar o BR Startups, que tem BV, Algar, Microsoft e BB Seguros como investidores.

“As empresas estão enxergando cada vez mais a importância de uma estratégia de equity bem feita para trazer inovação em diferentes estágios dentro da companhia”, diz Diego Ranciaro, sócio do Distrito. “Isso é extremamente eficiente e gera resultados.”

Apesar disso, o corporate venture capital só agora começa a escalar no Brasil. No ano passado, os aportes de CVC somaram US$ 622 milhões, o triplo de 2020, de acordo com o Distrito. Foram 162 rodadas de investimentos (212, contando aquelas que não tiveram os seus valores divulgados). No mundo, o CVC movimentou US$ 78,7 bilhões em 2099 aportes, segundo a consultoria americana CB Insights.

Esse avanço no Brasil está relacionado com a pandemia do novo coronavírus, que acelerou as iniciativas digitais das empresas. Ao realizar investimentos em startups, as corporações se aproximam das principais inovações do setor. “Quando as empresas olham para o CVC, elas pensam em testar, experimentar e estar à frente de novas tecnologia do mercado”, afirma Ranciaro.

Outra razão para investir em startups através de CVCs é a atração de talentos, aproximando-se de jovens empreendedores que estão inovando em seus mercados. E, por fim, como se trata de um investimento, um dos objetivos é obter um retorno financeiro – muitas vezes, essas startups acabam sendo compradas pelas próprias empresas.

O funil da Americanas

Esses motivos fazem parte do combo pelo qual a Americanas resolveu criar o seu próprio CVC. Agora, a companhia começa a correr atrás das startups – o processo envolve busca ativa e passiva (o site da IF terá um link para as empresas que queiram se inscrever).

Site da IF, da Americanas, que será um funil para escolher startups

A seleção contará com um algoritmo que fará análise quantitativa e qualitativa. Ao passar por esse funil, uma equipe da área de corporate venture capital da Americanas entra em ação para conhecer mais o negócio.

Por fim, as empresas escolhidas vão para um pitch day com o C-Level da Americanas – o primeiro deve acontecer em abril. Se passarem por esta última “prova” ganham o aporte, que pode ser feito em conjunto com outros fundos de venture capital do mercado brasileiro.

Com o fundo de corporate venture capital, a IF (sigla que significa Inovação e Futuro) adiciona mais uma tarefa à sua missão. Criado em 2018, o braço de inovação da Americanas nasceu para incentivar o uso de novas tecnologias.

Para cumprir essa missão, a IF vai desde criar negócios do zero, no estilo de uma venture builder, até comprar outras empresas. No primeiro caso, o exemplo mais emblemático (citado no começo essa reportagem) é a fintech Ame Digital, que atingiu R$ 26 bilhões em TPV (sigla para ‘volume total de pagamentos’) e superou a marca de 1,3 milhão de cartões de crédito emitidos em 2021.

Em relação aos M&As, a IF esteve envolvida em 10 transações entre 2020 e 2021. São desde negócios gigantes, como a compra do grupo Uni.co, dono das redes Imaginarium e Puket, até o Hortifruti Natural da Terra, por R$ 2,1 bilhões.

Mas a IF também fez diversas compras de startups, como o Supermercado Now, a plataforma de open banking Bit Capital, o serviço de banking as a service Parati, a startup de delivery Shipp e a empresa que fornece crédito P2P Nexoos.

Agora, além de criar empresas e comprar, a IF vai ser sócia minoritária das startups. Se tudo der certo, o final da história pode ser parecido com o da Pedala, de Messina, e terminar em um M&A.

Fonte : https://neofeed.com.br/blog/home/exclusivo-americanas-cria-fundo-e-busca-20-startups-para-investir-em-2022/

Download

Por que a Apple adquiriu uma fintech ‘Open Banking’?

Aquisição da Credit Kudos, por US$ 150 milhões, levantam questionamentos sobre a estratégia baseada no conceito de compartilhamento de dados.

Toda vez que a Apple faz uma aquisição, o mundo da tecnologia e também o chamado fintechverse, entra em um modo extremo de especulação. O objetivo é tentar descobrir por que a empresa fez a compra e o que planeja fazer com a startup adquirida. Por um valor de US$ 150 milhões, a fintech britânica Credit Kudos, agora faz parte do ecossistema Apple. E algo chamou a atenção neste contexto, o fato de a startup se descrever como uma fintech “Open Banking”.

De acordo com a descrição em seu próprio site, a Credit Kudos afirma seu propósito: “Nossos produtos inteligentes permitem que as empresas aproveitem o Open Banking para melhorar a acessibilidade e as avaliações de risco. Nossos insights preditivos são construídos combinando dados de transações e resultados de empréstimos. Nossos produtos ajudam os credores a otimizar a subscrição, melhorar a precisão na tomada de decisões e apoiar os clientes após a aquisição por meio de nossas ferramentas de engajamento.”

Embora a Credit Kudos descreva seus produtos como uma plataforma de ajuda aos credores – cujo objetivo geralmente é fazer com que as pessoas atinjam o máximo de suas dívidas e ganhem dinheiro com a incapacidade dos tomadores de pagá-las imediatamente – tenha certeza de que, como praticamente todas as outras startups de fintech no planeta, a “missão” da empresa é muito mais altruísta, prometendo: “Transformar o sistema de pontuação de crédito para fornecer crédito mais justo para todos; ajudando as pessoas a ter acesso a financiamento responsável que podem pagar, quando precisam.”

Agora que conhecemos o propósito da Credit Kudos, vamos entender, por meio de quatro possibilidades, os objetivos da Apple com esse movimento?

1) Apple Card no Reino Unido
Por meio de sua parceria com o Goldman Sachs, a Apple lançou seu cartão de crédito Apple Card nos EUA há alguns anos. O Credit Kudos é o caminho para oferecer o Apple Card no Reino Unido? Dada a especialização do Credit Kudos – fornecendo uma alternativa rápida à pontuação de crédito tradicional por meio de métodos bancários abertos – é possível que a Apple queira trazer seus serviços internamente para apoiar o lançamento de seu novo produto no Reino Unido.

2) Oferta de um serviço Compre agora, Pague depois
O Times levantou a hipótese de que a aquisição da Credit Kudos pela Apple “provavelmente acelerará sua mudança para tecnologia de pagamentos e produtos como compre agora, pague depois”. Simon Taylor, da consultoria fintech britânica 11:FS, disse: “O Open Banking é a chave para o BNPL. Em vez de forçar os consumidores a fazer um crédito total apenas para comprar uma jaqueta de US$ 50, porque não verificar rapidamente sua acessibilidade e crédito diretamente de sua conta bancária?”.

3) Ativar pagamentos entre contas via Apple Pay
Outros palpites sobre o que a Apple poderia fazer com Credit Kudos incluem alavancar a tecnologia da fintech para integrar pagamentos de conta a conta no Apple Pay, permitindo que os usuários do Reino Unido pagassem diretamente seus gastos por meio do seu serviço.

4) Tecnologia ou Talento
Outra possibilidade que se encaixaria nas tendências anteriores da Apple, é que a aquisição foi motivada por uma apropriação especulativa de terras, tanto do nicho de mercado quanto do talento dos funcionários. Sim, claro, isso é uma possibilidade . Mas a Apple vai querer a tecnologia ou talento por algum motivo em algum momento, então postular que a empresa gastou US$ 150 milhões para uma startup sem ideia de como ela colocaria a tecnologia e as pessoas em uso parece irracional.

 

 

Fonte : https://forbes.com.br/forbes-tech/2022/03/por-que-a-apple-adquiriu-uma-fintech-open-banking/#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20descri%C3%A7%C3%A3o,e%20as%20avalia%C3%A7%C3%B5es%20de%20risco.

Download

Invasão Amarela: o futuro do Mercado Livre na América Latina

O e-commerce pode chegar a 500 bilhões de reais no Brasil em 2025. Só neste ano, o Mercado Livre vai investir 17 bilhões de reais no país para seguir liderando em todas as frentes.

Assim como os grafites coloridos e os emaranhados de cabos de energia, as vans amarelo-fluorescentes do Mercado Livre passaram a fazer parte da paisagem urbana de São Paulo — e de quase todas as cidades brasileiras. Até três anos atrás, a maior varejista online da América Latina fazia 95% de suas entregas pelos Correios. Era, portanto, um gigante escondido aos olhos da população. Hoje, faz 95% das entregas por conta própria, e passou a ter uma exposição inédita.

A tomada das cidades coincidiu com o auge da pandemia, em que, confinados a suas residências, os brasileiros compraram como nunca pela internet — e mais de 1.000 veículos de entrega do Mercado Livre viraram figuras onipresentes nas cidades brasileiras. “Passamos a ter um reconhecimento de marca tão grande quanto nossa relevância para o varejo do Brasil e da América Latina”, diz Marcos Galperin, fundador e presidente do Mercado Livre, em entrevista exclusiva à EXAME.

A conversa, marcada inicialmente para ser presencial na Melicidade, a imponente e arborizada sede da companhia, em Osasco, precisou ser feita por videoconferência por um imprevisto comum neste início de 2022. Com um teste positivo para covid-19, Galperin não pôde vir ao Brasil. Mas, por vídeo, falou em primeira mão sobre um volume de investimentos sem precedentes no varejo brasileiro: 17 bilhões de reais. “Nossa meta é manter e ampliar a liderança em e-commerce e entre as fintechs no Brasil”, diz. “A logística é a face mais visível, mas estamos fazendo muito mais.”

O Mercado Livre, que divulgou seus resultados anuais na terça-feira, 22 de fevereiro, virou um império de números superlativos. É a segunda maior empresa da América Latina, com valor de mercado de 52 bilhões de dólares, atrás apenas da mineradora Vale, avaliada em 77 bilhões de dólares. A companhia, criada em 1999 na Argentina, opera hoje em 18 países da América Latina e tem escritórios em oito — a meta é abrir escritórios onde não está presente, e seguir ampliando o número de países atendidos.

Todo trimestre, envia cerca de 250 milhões de pacotes às casas de seus clientes. No Brasil, a capacidade de entrega é de 1,5 milhão de pacotes por dia, e vai crescer para 2,5 milhões com a construção de quatro novos centros de distribuição (em São Paulo, Barueri e Araçariguama, todos no estado de São Paulo). Com isso, o número total de galpões, que era zero até 2017, vai chegar a 11 neste ano. Há ainda 3.000 agências, espalhadas pelo país, em que os clientes podem retirar as mercadorias. Isso sem contar a frota de aviões, que passará de cinco, atualmente, para 15 até 2024. 

No total, a empresa vai investir no Brasil 70% mais do que os 10 bilhões de reais investidos no ano passado e quatro vezes mais do que os 4 bilhões de reais investidos em 2020. O número de funcionários vai passar de 12.000 para 19.000 neste ano no Brasil, e de 30.000 para 50.000 em toda a América Latina. “A escala permitiu acelerarmos os investimentos. Nossas necessidades não eram as mesmas das oferecidas e vamos investir cada vez mais em soluções de pagamento e envios, as duas maiores fricções do e-commerce”, diz Galperin. “Queremos ter os melhores vendedores, que ofereçam a melhor experiência de compra.”

A empresa não pode parar de acelerar porque, segundo Galperin, o mercado brasileiro de e-commerce é o mais competitivo do mundo. A pandemia de covid-19 acelerou o ritmo de expansão e a competitividade. As vendas do varejo online passaram de 93 bilhões de reais ao ano em 2019 para 201 bilhões em 2021, segundo estimativa do banco Goldman Sachs. O crescimento deve seguir acima dos 20% ao ano.

De acordo com o banco BTG Pactual, as vendas podem chegar a 500 bilhões de reais ao ano em 2025. A penetração do e-commerce no total do varejo terá passado, nessa toada, de 7% em 2019 para mais de 20% — de acordo com o BTG, chegará a 21,8% em 2025. Ainda assim, o Brasil estaria atrás do patamar que já têm países como a China, onde 25% das vendas são online, segundo a plataforma Statista.

A tendência dos próximos anos é de uma concentração crescente nas mãos dos líderes Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas — segundo o Goldman Sachs, eles terão 77% do mercado em 2024. O restante será distribuído entre grandes competidores nacionais, como a Via, e os gigantes estrangeiros, sobretudo a americana Amazon e a novata Shopee, de Singapura. 

A possibilidade de a Amazon ou alguma asiática, como a Shopee, atropelarem a concorrência nacional é o tema de dez entre dez rodas de conversa de especialistas em varejo e tecnologia no Brasil. Mesmo em mercados maduros, como o americano, empresas mais jovens e mais ágeis mostram que há, sim, espaço para peitar os gigantes. Por lá, a canadense Shopify, que cresceu com serviços pensados para os pequenos varejos, vendeu, em 2021, 175 bilhões de dólares, 40% do total do gigante Amazon.

Por aqui, a Amazon atua desde 2012 e já tem 11 centros de distribuição. Ainda está longe do apetite que demonstra em mercados como o indiano, onde já investiu 6 bilhões de dólares e de onde pode vir até 20% de seu crescimento nos próximos anos. Mas a maior ameaça recente é a Shopee. A empresa tem um investimento crescente em anúncios e oferece aos clientes um nível de interação, com jogos e chats, que a fez chegar, em pouco mais de um ano, a 30% dos smartphones brasileiros, segundo estimativa do Itaú — percentual comparado apenas ao do Mercado Livre. Mas os volumes comprados ainda são muito menores — o Itaú calcula que a Shopee vendeu 15 bilhões de reais em 2021, ou 7% do total do mercado brasileiro.

“A companhia diz que as compras online devem evoluir para atender às necessidades sobretudo dos clientes mais jovens, que cresceram comunicando, colaborando e se entretendo em aparelhos móveis”, de acordo com relatório do BTG Pactual. O relatório mostra, ainda, que a estratégia de gamificação da Shopee seguirá um diferencial da empresa nos próximos anos. Mas não deve ser o suficiente para ameaçar os líderes atuais do mercado, que têm como maior diferencial, segundo a instituição, os investimentos em serviços para reduzir os prazos de entrega. Shopee, Alibaba, Tencent, Amazon e outros estrangeiros devem, portanto, seguir como coadjuvantes no mercado local — embora tenham muito a ensinar. 

 (Arte/Exame)

“Não podemos ser paranoicos. Jogamos nosso jogo pensando no longo prazo. Em 22 anos, é uma estratégia que tem funcionado muito bem”, diz Galperin. A estratégia do Mercado Livre é unir o melhor de cada grande varejista global: o nível de serviço do Shopify para os pequenos, a qualidade­ de entrega da Amazon, a proximidade com os grandes vendedores que tem o Magalu, por exemplo, e a inovação dos asiáticos. 

O Mercado Livre tem uma posição de liderança típica do pioneirismo no mundo online, e possui o desafio de mantê-la num contexto em que a presença física é cada vez mais relevante. Os maiores competidores locais da companhia, Magazine Luiza e Americanas, começaram suas operações no mundo dos tijolos, e não dos bits e bytes — a única exceção é o Submarino, que hoje está dentro da Americanas.

A presença física é agora o diferencial que vai ajudar esses concorrentes a crescer no modelo de marketplace e a desafiar o Mercado Livre. No Magalu, por exemplo, a loja física é o ponto de entrada dos pequenos varejos — mais da metade dos negócios que se plugam à plataforma chega dessa forma. É ela que faz a captura dos negócios que estão ao seu redor para levá-los ao mundo digital.

A companhia aposta no conceito chamado internamente de hiperlocalidade. A ideia de crescer pela venda de produtos de outros varejistas só virou realidade na empresa em 2017, mas no balanço do terceiro trimestre de 2021 (último disponível) essa operação já representou 35% de toda a venda digital e mais de 25% dos 13,8 bilhões de reais vendidos pela companhia entre julho e setembro. 

Para ganhar terreno, os varejistas tradicionais oferecem aos pequenos varejos a logística e também seus vendedores. A força de vendas das companhias, que antes era dedicada apenas às lojas físicas, agora atua também online e trabalha em ambos os atendimentos com tudo o que está no sistema, como se o marketplace fosse um estoque ampliado. Exemplo disso é que funcionários de lojas da Via, que só mais recentemente entrou na briga do marketplace, já venderam para clientes produtos de parceiros, como trator e saxofone.

Mesmo quase uma estreante, a dona da Casas Bahia e do Pontofrio já viu 20% de suas vendas totais no terceiro trimestre virem do comércio eletrônico do marketplace. Portanto, as mais de 1.400 lojas e 22 centros de distribuição do Magalu e os mais de 1.100 pontos de venda e 31 centros de distribuição da Via não devem ser encarados apenas como infraestrutura logística no mundo da omnicanalidade.

É por essa combinação de capilaridade e força de vendas desses grupos que nasceram no mundo físico que o Brasil tem uma particularidade — além de seu tamanho continental. Nenhum analista acredita que em um horizonte visível haverá prevalência absoluta de um ou outro modelo, uma ou outra companhia. “Não vejo nenhum concorrente com posição de 50% do mercado ou mais”, diz Luiz Guanais, analista do BTG Pactual. 

Entrega do Mercado Livre: aplicativo permite também que donos de motos e carros particulares façam entregas (Leandro Fonseca/Exame)

Apesar de ser o mercado mais concorrido do mundo, como diz Galperin, o Brasil é visto ainda como um mar de oportunidades. Por isso a disputa é tão acirrada. O Magalu, por exemplo, focado apenas em CNPJs, ou seja, em varejistas menores, e não em vendedores individuais, calcula que existam no país mais de 5,7 milhões de pequenos negócios e apenas 330.000 estariam digitalizados. Só que o esforço das empresas nacionais em alcançar esses milhões de oportunidades custa.

E, enquanto as concorrentes domésticas lutam com a queda na rentabilidade causada por essa expansão no modelo de shopping virtual, o Mercado Livre tem diversificação de receitas com suas diferentes frentes de negócios, com vendas, entregas, cobranças, empréstimos, anúncios. Magalu, Americanas e Via ainda apresentam prejuízo operacional ou lucros espremidos, enquanto o Mercado Livre reportou um ganho de 90 milhões de dólares na última linha de seu balanço no terceiro trimestre. A venda dos serviços é algo que ainda está engatinhando entre as domésticas e, na luta por espaço, muita coisa é oferecida de graça a quem se pluga na plataforma. 

AliExpress: live commerce e games estão entre as fortalezas dos asiáticos na competição global (Angel Garcia/Bloomberg/Getty Images)

Por isso, nessa briga, a quantidade de vendedores cadastrados em cada uma das plataformas faz muita diferença: é deles que vem — ou virá — receita não apenas pelas vendas mas pelo serviço prestado. Não por acaso a preocupação do Mercado Livre com os pequenos é até hoje prioridade na forma como a varejista, que nasceu em 1999 como um site de leilões, se posiciona. A companhia tem 12 milhões de vendedores cadastrados. O Magalu tem 120.000; e a Via, pouco mais de 100.000. Apesar de os CPFs corresponderem atualmente a apenas 5% do volume de vendas do Mercado Livre, todas as soluções de entregas e de pagamentos oferecidas aos grandes vendedores são também disponibilizadas aos pequenos.

Um microempresário consegue, por exemplo, ter acesso a entregas no mesmo dia, parcelamento em 18 vezes e linhas de financiamento dentro da fintech Mercado Pago. “A relevância na plataforma é pela qualidade do serviço. E todas as nossas soluções são pensadas primeiro para os pequenos”, diz Gabriela Szprinc, head de pagamentos do Mercado Pago. Desde o início da pandemia, a companhia ajudou a formalizar 135.000 empresas que atuam em sua plataforma e que precisam da documentação em dia para usar os serviços logísticos e de pagamentos.

Os pequenos têm acesso a cursos sobre temas como estoques e precificação e a conteúdos de influenciadores como a Nath Finanças. “Amplitude importa. Nascemos com os pequenos, e digitalizar vendedores e compradores é um passo importante para ampliar nossa base no futuro”, afirma. 

 (Arte/Exame)

Na América do Norte, modelo semelhante é adotado pelo Shopify, fundado há 15 anos no Canadá pelo alemão Tobi Lütke. Seu negócio permite que 2 milhões de empreendedores gerenciem lojas online e se mostrou essencial para a sobrevivência de muitos varejistas na pandemia. Sua ambição é crescer democratizando o comércio — uma visão que não poderia ser mais parecida com a adotada pelo Mercado Livre na América Latina há 22 anos. 

Neste momento, Lütke está diante de um dilema: como continuar crescendo e peitando a Amazon? A empresa de Jeff Bezos tem 75 aviões, 175 centros de distribuição de grande porte e mais de 1.100 endereços de entrega e retirada de mercadorias. Talvez olhar para o Mercado Livre mostre alguns caminhos a Lütke. A empresa de Galperin, que nasceu focada nos pequenos, virou um gigante logístico. Em 2017, abriu seu primeiro centro de distribuição no Brasil. Hoje são 11 centros desse tipo no país, 17 centros de cross ­docking (que recebem a mercadoria do vendedor e a enviam ao comprador), 91 centros de serviço que permitem que distribuidores terceirizados retirem e entreguem produtos, e 3.000 agências de entrega e retirada de mercadorias. Além da enorme frota própria das vans amarelas, a empresa permite que entregadores particulares se cadastrem num aplicativo e trabalhem algumas horas por dia entregando mercadorias em suas regiões, o Mercado Envios Extra. A amplitude permite entregar 90% de seus produtos em até dois dias úteis e fazer 80% das entregas com frete grátis. 

Centro de distribuição do Magazine Luiza: presença física será decisiva para o sucesso nos maiores mercados (Leandro Fonseca/Exame)

A qualidade do serviço é essencial para que o Mercado Livre ganhe terreno não só com os pequenos mas, sobretudo, com os grandes vendedores. A companhia tem hoje parceria com 1.750 marcas, de Pão de Açúcar a ­Apple, para oferecer seus produtos em lojas oficiais dentro da plataforma. No ano passado foram 360 novas marcas, numa investida que vai continuar. Como estratégia para chegar a mais clientes grandes, o Mercado Livre tem destacado seus investimentos para evitar fraudes, uma preocupação constante dos marketplaces online. Fica difícil atrair uma grande marca se vendedores oferecem produtos falsificados na prateleira vizinha. Segundo Galperin, a empresa tem 100 engenheiros dedicados a coibir fraudes e já excluiu 40.000 vendedores da plataforma. O Mercado Livre investe para garantir segurança sem abrir mão da cauda longa de vendedores que está em seu DNA. É uma preocupação que ressoa na concorrência. Segundo o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, a evasão tributária no Brasil atingiu entre 460 bilhões e 600 bilhões de reais em 2020. 

Grandes marcas são essenciais para ampliar a penetração online de categorias que ainda dependem essencialmente do varejo físico. Enquanto 20% das vendas de smartphones são online, o e-commerce representa apenas 9% das vendas de moda, 1,5% das vendas de comidas e bebidas e 1% das vendas de produtos para pets, segundo dados do BTG. Moda é uma das prioridades, com parceria com mais de 100 marcas, das quais algumas, como Nike e Adidas, vendem só no Mercado Livre.

Outra prioridade, antecipada pela pandemia, é em alimentos e bebidas, com parcerias com redes de supermercados como Pão de Açúcar e Mambo. A estreia foi em maio de 2020 e as ambições são enormes para um negócio que representa 5% do PIB brasileiro. “É uma frente que traz novos compradores, amplia a concorrência e alimenta as vendas em outras verticais”, diz Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre. Essas frentes ainda subexploradas trazem algo pelo qual todos brigam: recorrência.

Numa companhia do tamanho do Mercado Livre, um debate crescente é sobre quais oportunidades abraçar e de quais abrir mão — ou buscar um parceiro. A companhia não faz grandes aquisições, numa estratégia diferente do Magazine Luiza, por exemplo. “Fazemos as coisas da nossa maneira. Compras distraem. E integrar culturas diferentes é muito difícil”, diz Galperin. Soluções consideradas essenciais para o sucesso do negócio são desenvolvidas internamente. A mais emblemática é a fintech Mercado Pago, que nasceu para oferecer um serviço digital aos vendedores e compradores e cresce 45% ao ano há 12 anos, com 25 milhões de clientes ativos em dezembro.

Aos poucos a empresa foi ampliando a atuação para fora do Mercado Livre e do universo online, e hoje dois terços das transações são feitos fora do Mercado Livre. A companhia é, por exemplo, líder em distribuição de maquininhas de pagamento na América Latina, com 3 milhões de novos terminais no ano passado. O Mercado Pago processa mais de 20 bilhões de dólares em pagamentos por trimestre e tem uma carteira de crédito de mais de 1 bilhão de dólares. Em abril do ano passado, criou o cartão de crédito, e já tem 15 milhões de clientes no serviço. Em dezembro, passou a permitir o investimento em criptomoedas, e já tem 1 milhão de usuários. 

“Vamos seguir ampliando a oferta para os clientes atuais e buscaremos novos. Metade da população da América Latina ainda faz as transações no varejo com dinheiro. E metade é sub-bancarizada”, diz Osvaldo Giménez, presidente do Mercado Pago. Atualmente, a fintech é responsável por 40% da receita do Mercado Livre e, segundo estimativas, por 50% de sua geração de caixa.

Giménez afirma que há mais oportunidades na sinergia, mantendo os negócios unidos, do que em uma eventual cisão, como há anos se comenta entre investidores. Em 2022, o braço financeiro tende a ser ainda mais essencial para os resultados do grupo num ambiente de inflação e juros em alta. “Temos muita experiência com inflação. Seguiremos investindo em descontos, mas com equilíbrio. A migração para o varejo online seguirá sendo uma oportunidade maior do que as condições macroeconômicas desafiadoras”, diz Giménez. 

Entre os desafios para a frente, o Mercado Livre começou em novembro a vender produtos em lives, seguindo um modelo de sucesso na Ásia. Segundo o Goldman Sachs, 16% das vendas online na China já são feitas durante transmissões ao vivo. No Brasil, o aplicativo do AliExpress já oferece a possibilidade, sucesso em seu país de origem. Players internacionais como o Shopee devem trazer lives para o mercado brasileiro em breve, e competidores locais também devem ampliar as iniciativas.

Uma frente que não está no radar do Mercado Livre, por sua vez, é a produção própria de conteúdo de streaming, um caminho adotado pela Amazon, por exemplo. A varejista fechou em setembro parcerias com produtores como Disney e HBO para ampliar a oferta de serviço aos assinantes. “Estou sempre estudando novidades e entendendo como impactarão nosso mercado. Saber o que não fazer é quase tão importante quanto decidir onde investir”, afirma Galperin.

Ao completar 50 anos, o fundador da empresa afirma que em algum momento chegará a hora de sair da linha de frente dos negócios e deixar que uma nova geração assuma. Em março, um dos cofundadores, Stelleo Tolda, deixará o dia a dia da empresa. Outros chegam. Na foto que ilustra a abertura desta reportagem, apenas Osvaldo Giménez faz parte do time inicial da companhia. Fernando Yunes, líder da empresa no Brasil, veio do Sem Parar; Tulio Oliveira, responsável pelo Mercado Pago no Brasil, veio do Itaú; ­Pethra Ferraz, vice-presidente de marketing do Mercado Pago, da XP; Julia Rueff, da CNova; Gabriela Szprinc, do PayPal. São eles os responsáveis por conduzir a segunda maior empresa da América Latina.  


Entregador da Amazon: companhia tem 175 centros de distribuição nos EUA (Alexi Rosenfeld/Getty Images)

O DESAFIO DAS BIG TECHS

Alta dos juros e da concorrência ameaça crescimento de estrelas da bolsa  | Beatriz Quesada

Depois de dois anos de fortes ganhos em meio à pandemia de ­covid-19, a conta parece ter chegado aos gigantes de tecnologia, as big techs. Com o iminente aumento na taxa de juro nos Estados Unidos e a concorrência crescente, investidores estão reavaliando as perspectivas de ganhos com as empresas com grande potencial de crescimento. O principal símbolo do maior rigor de investidores é a Meta, novo nome do Facebook, que, em um só dia de fevereiro, perdeu 1,32 trilhão de reais em valor de mercado.

O tombo aconteceu em razão da divulgação do balanço do quarto trimestre, que revelou a primeira queda de usuários ativos na história da empresa famosa pela rede social. Mark Zuckerberg, CEO e fundador da Meta, admitiu — também de forma inédita — que a popularização do chinês TikTok preocupa. Para completar o cenário desafiador, enquanto os lucros do presente estão ameaçados, o futuro segue incerto: a Meta não ofereceu perspectivas de quando o metaverso, novo carro-chefe da empresa, será lucrativo. 

O caso ilustra o ceticismo do investidor com as ações de tecnologia. A alocação líquida de capital para o setor é a menor desde agosto de 2006, segundo sondagem do Bank of America na primeira quinzena de fevereiro, e o índice de tecnologia Nasdaq acumula perdas de quase 15% no acumulado do ano. Seria a hora de deixar as big techs de lado na carteira? A resposta é não, segundo analistas.

Grandes bancos estrangeiros, como Goldman Sachs e UBS, mantiveram suas recomendações de compra para os papéis da Meta, mesmo com os recentes contratempos, e as perspectivas são ainda mais positivas para outros gigantes do Vale do Silício. “As big techs tendem a ser menos afetadas por esse cenário de alta dos juros. Mas o mercado ficou desesperado e acabou penalizando todas as empresas que têm valuations relacionados a performance futura. É uma janela interessante para a compra dessas ações”, avalia Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, gestora especializada em ações de tecnologia.

 (Arte/Exame)

A situação, a propósito, não é a mesma para todas as empresas. Meta e Microsoft sofrem na bolsa neste ano, mas Amazon e Apple não chegam a registrar 10% de perdas. Para Bernardo Carneiro, analista de BDRs (os recibos de ações listadas no exterior mas negociadas na B3) do BTG Pactual, a diferença entre as quedas demonstra que as big techs não podem mais ser avaliadas dentro da mesma cesta.

“O mercado preferiu companhias que entregaram um bom guidance [projeções] e não sofreram com o risco de competição. Como exemplo, a Meta deu indicações para 2022 abaixo do consenso de mercado e admitiu a força do TikTok, enquanto a Amazon surpreendeu no crescimento de receita e lucro. Cada companhia está dentro de um momento muito diferente”, afirmou. 

O que une os grandes conglomerados de tecnologia e grandes varejistas digitais hoje é a capacidade de expandir horizontes e virar referência em outras áreas. A Amazon lidera soluções de consumo digital, que abrangem de dados a conteúdo. Quando o assunto é software, a Microsoft tem mostrado força com ferramentas corporativas, com destaque para o Azure, seu serviço de computação em nuvem.

A Apple é líder em dispositivos, enquanto a Alphabet (Google) é grande desenvolvedora de inteligência artificial com aplicações diversas. As varejistas digitais com atuação no Brasil estão diante do mesmo escrutínio: apenas planos não garantem bom desempenho presente. Diversificação e consistência na entrega serão mais importantes do que nunca. 

Fonte : https://exame.com/revista-exame/invasao-amarela/

Download