Mercado da logística deve atingir 645 milhões de reais até 2029

Indicadores geram desafios para industrias acompanharem o desenvolvimento e utilização de novas tecnologias que surgem juntamente com o crescimento do mercado

O mercado logístico no Brasil deverá atingir 129,3 bilhões de dólares até 2029. Em conversão direta, esse valor representa cerca de 645 bilhões de reais. É o que aponta uma pesquisa realizada pela empresa americana Mordor Intelligence.

Estes dados promissores indicados pelo estudo propõem às indústrias brasileiras o desafio de acompanhar o desenvolvimento do setor, mais especificamente diante das novas tecnologias que surgem a cada dia como o uso de soluções em IoT (Internet das Coisas), Inteligência Artificial (IA) e Logística 4.0.

“Em um cenário adequado, a adaptação desses atores do mercado logístico tem como objetivo a realização de um planejamento assertivo em todas as etapas da cadeia logística, visando maximizar os lucros”, destaca Jazeel Santos, diretor da divisão logística do Grupo GPS.

Para o executivo, a integração de todo esse processo, desde o recebimento de mercadorias até a entrega final ao consumidor, reduz os tempos de cada etapa, diminui os estoques e proporciona às empresas uma flexibilidade essencial para lidar com as mudanças na demanda.

Tecnologia exclusiva:

Assim como as demais áreas, o ambiente da indústria também está cada dia mais digitalizado, demandando mais investimentos em alta conectividade, inovações tecnológicas e transformação digital.

De acordo com o executivo, o Grupo GPS conta com um sistema exclusivo de gestão, desenvolvido para gerenciar as operações e realizar o apontamento dos serviços prestados. O sistema consegue mostrar ao cliente se o que foi planejado está sendo realizado, em quanto tempo e por quantas pessoas. Se uma tarefa não for realizada, ela é escalonada, ou seja, o superior ficará encarregado de resolvê-la.

As plataformas e recursos digitais oferecidas pela empresa incluem ainda veículos inteligentes com abastecimento autônomo e tecnologias para automação de armazéns. Essas tecnologias são projetadas para aumentar a eficiência operacional, otimizar o espaço disponível e acomodar o maior número possível de produtos.

Logística Integrada 4.0:

A Logística 4.0 é uma abordagem avançada de gerenciamento de cadeia de suprimentos que combina não só tecnologias e inovações. Ela envolve poder de adaptabilidade por parte dos gestores de uma operação logística, seja pelos desafios específicos exigidos em cada operação ou pelas características intrínsecas a cada tipo de indústria.

Outro ponto fundamental a se observar na Logística Integrada 4.0 é a capacidade de análise de performance impulsionada por tecnologias de rastreamento e sistemas de gestão integrada, inteligência artificial, robótica e big data.

“Quando conseguimos ter a garantia de que todo o processo logístico está integrado por empresas que compartilham entre si as mesmas tecnologias e as mesmas metodologias processuais, temos a transparência pleno do processo todo. E eventuais ajustes que contribuam para otimização de performance e ganhos significativos de resultados são feitos com uma rapidez impressionante. É como uma corrida de revezamento onde todos sabem exatamente onde, quando e como o bastão deve mudar de mãos”, conclui Jazeel Santos.

A tecnologia está transformando a forma como as indústrias lidam com as demandas logísticas. A Logística 4.0, com sua abordagem integrada e avançada, oferece uma série de benefícios para as empresas, como aumento da produtividade, redução dos custos, melhoria da eficiência e flexibilidade para lidar com as mudanças na demanda.

O download completo da pesquisa pode ser baixado neste link:https://www.mordorintelligence.com/industry-reports/brazil-freight-logistics-market-study

Website: https://gpsdivisaologistica.com.br/

https://www.terra.com.br/noticias/mercado-da-logistica-deve-atingir-645-milhoes-de-reais-ate-2029,b65b99da70e79aa73f4c8d2735be126bzxefu1ea.html?utm_source=clipboard

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Gestão logística eficaz é peça-chave para fazer andar a economia brasileira

Cada vez mais as empresas devem pensar a logística como algo amplo, unindo aspectos tributários e fiscais para uma melhor gestão dos ativos.

O setor logístico desempenha um papel fundamental na economia brasileira, garantindo a movimentação eficiente de mercadorias em todo o território nacional. O desafio na estruturação da cadeia de fornecimento das empresas é um tema de alta complexidade, especialmente dado o número de variáveis envolvidas (tributos, tecnologias, multiplicidade de canais, malha logística, mão de obra, etc.).

Portanto, para que as operações logísticas ocorram de forma eficaz, é essencial compreender a importância de todas estas variáveis. A estratégia que leva em consideração aspectos tributários, logísticos, processos, sistemas, tecnologia e inovação é fundamental para alcançar eficiência, redução de custos e vantagem competitiva nas operações.

Elementos fundamentais

O primeiro é a estratégia logística que deve levar em consideração todos os elementos da cadeia de suprimentos, desde a aquisição de materiais até a entrega ao cliente final. Isso inclui a seleção de fornecedores confiáveis, gestão de estoques, definição e otimização de malha logística, roteirização, escolha dos modais de transporte adequados, dimensionamento de armazéns, nível de serviço para as diferentes regiões e canais de venda, aspectos de sustentabilidade e conceitos de logística “verde” entre outros.

Uma estratégia logística bem-sucedida requer processos bem definidos e eficientes. É importante mapear todas as etapas do fluxo de trabalho logístico, desde o conceito de abastecimento dos diversos pontos logísticos da malha, até os fluxos mais operacionais de recebimento de pedidos até a entrega final. Isso permite identificar oportunidades de otimização, eliminação de atividades redundantes, mitigação de riscos, simplificação de tarefas e aumento da qualidade percebida pelo cliente.

Como segundo ponto, pode-se destacar a adoção de sistemas e tecnologias adequadas que desempenham um papel fundamental na estratégia logística. Ferramentas como sistemas de gestão integrada, sistemas de rastreamento de carga, softwares de roteirização e gerenciamento de estoques, torres de controle e digital twins podem aumentar a eficiência e a visibilidade das operações. Além disso, a tecnologia também pode ajudar a automatizar tarefas, reduzir erros e facilitar o cumprimento das atividades e obrigações, além de entregar uma melhor experiência ao cliente.

Na sequência, a inovação é um elemento-chave para impulsionar a estratégia logística. A busca por soluções inovadoras, como a aplicação de tecnologias emergentes (por exemplo, Internet das Coisas, inteligência artificial) e a implementação de práticas sustentáveis, pode trazer benefícios significativos. A inovação também pode ser aplicada no desenvolvimento de novos modelos de negócios, parcerias estratégicas e na busca por novas oportunidades de mercado.

Não bastassem esses aspectos operacionais, há um desafio que pode ser ainda maior que é a tributação incidente na cadeia de fornecimento. Os aspectos tributários desempenham um papel crucial na estratégia logística. É necessário compreender as obrigações fiscais, legislação tributária e regimes específicos para o setor logístico. A venda de apenas um único produto para o qual tenha sido necessária a compra de insumos e contratação de serviços pode resultar no pagamento de cerca oito tributos (e.g, CIDE, ISS, IOF, II, IPI, PIS, COFINS e ICMS), sem mencionar tributos incidentes posteriormente sobre o lucro como é o caso do IRPJ e da CSLL.

Some-se a isso, um ambiente no qual se discute uma reforma tributária para a qual já foram apresentadas mais de 200 emendas ao projeto original. Um planejamento tributário adequado permite a identificação de oportunidades de redução de custos, como a escolha do regime tributário mais vantajoso, aproveitamento de incentivos fiscais, análise de créditos tributários, entre outros. Precisamos enfrentar as variáveis tributárias da operação para que a cadeia de fornecimento seja eficiente. Quando se está diante de uma operação em que a carga tributária pode corresponder, não raro, a 50% do valor do produto, a racionalização tributária deve ser palavra de ordem.

Em suma, ao integrar elementos logísticos, de processos, sistêmicos e tributários em uma estratégia de supply chain abrangente, é possível ser eficiente atendendo melhor os clientes, reduzir custos, melhorar a conformidade fiscal e alcançar vantagem competitiva em um cenário empresarial cada vez mais complexo e dinâmico.

Nesse sentido, as empresas devem manter uma equipe de profissionais preparados que, além dos aspectos operacionais, contem também com assessores qualificados que possam analisar a aderência e aplicabilidade de incentivos fiscais, regimes especiais, dentre outras estratégias que permitam uma maior racionalidade tributária e consequente redução de riscos e questionamentos fiscais.

O desafio é grande, mas proporcional às oportunidades: empresas que conseguirem gerir de forma sistêmica todos estes aspectos, certamente estarão à frente de competidores e serão destaque no mercado.

*Anna Valle é fundadora e COO da Flows, Danilo Leal é sócio-conselheiro do /asbz e Marcos Vranjac é diretor-executivo da Miebach

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