O futuro do varejo é hiperpersonalizado. Mas o que é isso exatamente?

Há um ritual que repito todo sábado. Bem cedo, desço do meu apartamento e vou até uma casa de carnes próxima. Mal atravesso a porta, o gerente levanta o braço, mostrando que me viu. Daí pra frente, só preciso sentar e apreciar o espetáculo do excelente atendimento.

Primeiro, eles me trazem água com gás e super gelada – por conta da casa! Enquanto isso, eles preparam a picanha e outros cortes para o churrasco exatamente como eu gosto. Até temperam uma carninha com espaguete que minha filha adora.

O tempo todo não preciso dizer uma só palavra. A não ser quando me despeço com um “até sábado que vem”.

Percebeu? De forma completamente intuitiva e puramente empírica, o pessoal da casa de carnes está pondo em prática uma das táticas de marketing mais atuais, avançadas e eficazes – a hiperpersonalização.

Sempre que convido um dos nossos clientes para um churrasco, faço questão de fazê-lo participar do “ritual” para que veja na prática o que tenho falado para ele o tempo todo.

Por que a hiperpersonalização é importante para o seu negócio?

Porque, ao combinar os clientes com as suas preferências, tudo se torna muito mais fácil: vendas recorrentes, up-selling, cross-selling, o que você pensar ou sonhar.

A hiperpersonalização pode conseguir isso com as técnicas certas aliadas à tecnologia, criando experiências ajustadas, personalizadas e direcionadas por meio de dados, análises, inteligência artificial e automação.

Em uma pesquisa de 2022, 73% dos entrevistados disseram esperar que as empresas compreendam as suas necessidades e expectativas únicas – e mais da metade pensa que as empresas deveriam ir mais longe e antecipá-las!

E um estudo da Gartner descobriu que as marcas correm o risco de perder 38% de sua base de clientes quando não hiperpersonalizam suas ações de marketing – ou fazem o que poderíamos chamar de “personalização preguiçosa”, em que simplesmente salpicam o nome do cliente ou prospect na comunicação. Nesses casos, o estudo descobriu que ocorrem taxas de desistência mais elevadas em todo o funil de consumo, criando um efeito dominó de fracasso.

E não fica nisso. A ausência de personalização, ou a personalização superficial, desencadeia menores retornos sobre o investimento em publicidade, redução da fidelidade do cliente, menos compras por impulso e maiores retornos de produtos.

A hiperpersonalização é complicada?

Até recentemente, o processo de identificação de clientes era desajeitado e demorado. Dados segmentados de clientes eram coletados, mas ficavam espalhados por sistemas de entrada de dados desatualizados e limitados a pontos de venda ou call centers. Podia levar semanas ou mais para processar os dados e identificar tendências de comportamento do cliente.

Ainda estava um passo acima das campanhas de mídia de massa, nas quais o planejamento de veiculação dos anúncios dependia de informações demográficas gerais com base no tipo de plataforma em que seriam exibidos, como TV, mídia impressa, rádio, no alcance geográfico dessa plataforma, no horário de exibição e outras informações genéricas.

Não é que hiperpersonalizar fosse complicado – era impossível!

Mas, agora, ao combinar a coleta avançada de dados com a tecnologia alimentada por IA, uma marca B2B ou B2C pode analisar o histórico de interações de um cliente e criar uma configuração multicanal para um envolvimento mais eficaz do cliente e insights específicos do setor – muitas vezes, em tempo real.

Conclusão: descomplique!

A importância da hiperpersonalização é tão clara quanto o preparo certo da picanha para um churrasco. Uma pesquisa de novembro de 2023 da Marigold e Econsultancy aponta que 80% dos consumidores gostam de recomendações personalizadas de produtos. E 88% dos membros da geração Z acreditam que a IA pode melhorar as compras online através de recursos como ofertas relevantes, sugestões de produtos e assistência personalizada, de acordo com uma pesquisa de maio de 2023 da Rokt e The Harris Poll.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-futuro-do-varejo-e-hiperpersonalizado-mas-o-que-e-isso-exatamente-parte-1”

A revolução da experiência do cliente: como a Inteligência Artificial está moldando o futuro

Definitivamente hoje não existe outro tema mais plural, mais amplo e de maior impacto na vida das pessoas e, por consequência, nos negócios do que a Inteligência Artificial (IA). Recentemente, estive fazendo um trabalho voluntário para adolescentes na faixa de 16 anos em uma Etec de São Paulo e perguntei aos alunos “qual o aplicativo de celular te define?”

Um dos alunos, com um tom bem gaiato, de bate pronto respondeu: ChatGPT. O motivo é claro: a facilidade que a IA ajuda nas demandas escolares e nas provas. A velocidade de uso do ChatGPT é impressionante. Em apenas 5 dias alcançou a marca de 1 milhão de usuários.

De maneira mais lenta, as instituições educacionais também estão evoluindo por meio da Inteligência Artificial generativa. E claro, vai mudar a forma como alunos, como esse exemplo da Etec, serão avaliados. As provas irão testar como os estudantes aprendem, e não apenas o que eles sabem usando a tecnologia.

“Em tempos de ChatGPT, não se trata de repetir respostas, mas de aprender a fazer as perguntas corretas. Não se trata apenas de medir o que você sabe sobre biologia e física e, sim, se você consegue pensar como um cientista. Na História, não se tratar de lembrar nomes de lugares, mas se você entende a sociedade que surgiu a partir de determinado desenvolvimento”, disse o diretor de Educação e Habilidades da OCDE, Andreas Schleicher em reportagem publicada no Estado de S. Paulo.

Muda o aluno, muda a escola. Assim como mudam os clientes e, na sequência, as empresas. O mundo dos negócios e a forma como as empresas interagem com seus clientes são um dos tópicos de inovação mais empolgante e está influenciando na experiência do cliente (CX).

Em uma pesquisa recente da Gartner Inc., com mais de 2.500 líderes executivos, 45% relataram que a popularidade do ChatGPT os motivou a aumentar os investimentos em IA. Setenta por cento dos executivos afirmaram que suas organizações estão em modo de investigação e exploração com IA generativa, enquanto 19% estão em fase de teste ou produção. Esses números refletem o crescente interesse e adoção da IA em diversos setores.

É fascinante observar como a inovação tecnológica, como a IA, está moldando as estratégias empresariais em todo o mundo. A pesquisa ainda divulgou qual o foco que as empresas estão aplicando a IA. Não por acaso, a resposta de 38% dos entrevistados foi na melhoria da experiência do cliente e na retenção dos mesmos.

IA e CX: uma combinação transformadora

Toda empresa deve buscar ter mais valor na relação com seus clientes por meio de uma melhor experiência do cliente. Isso é o que diferencia uma empresa das outras e cria laços duradouros com os consumidores

A Inteligência Artificial está impulsionando uma revolução na experiência do cliente, com sua habilidade de analisar dados em tempo real, aprender com eles e automatizar tarefas de forma avançada, tornando-a mais personalizada, eficiente e eficaz.

Hiperpersonalização impulsionada por IA

A personalização sempre foi crucial para uma ótima experiência do cliente, mas a IA está levando isso a novos patamares. Empresas como a Amazon e a Netflix estão usando a IA para analisar os padrões de comportamento do cliente e fornecer recomendações altamente personalizadas.

Por exemplo, a Amazon sugere produtos com base nas compras anteriores e nas preferências de navegação, retornando ao cliente rapidamente de maneira mais assertiva. Dar ao cliente uma informação customizada e com baixo esforço aumenta não só as vendas, melhora a eficiência operacional, como também melhora a satisfação do cliente, pois eles se sentem compreendidos e valorizados.

A Disney, que é uma das empresas referência quando o assunto é experiência do cliente, utiliza IA para personalizar a experiência dos visitantes em seus parques temáticos. As pulseiras inteligentes (MagicBands) coletam dados sobre as atividades dos visitantes e, com base nisso, a IA adapta a experiência, como por exemplo, os personagens da Disney podem reconhecer as crianças pelo nome e interagir com elas de maneira especial e ainda atuar em uma das maiores dores dos visitantes: as pulseiras podem ajustar o tempo de espera em filas para atrações populares.

As MagicBands, da Disney, são uma parte essencial da estratégia de experiência do cliente da Disney. Elas simplificam muitos aspectos da visita, tornando-a mais personalizada e agradável. Os dados coletados através das MagicBands também ajudam a Disney a entender melhor o comportamento dos hóspedes e aprimorar continuamente suas ofertas para proporcionar experiências memoráveis.

Assistentes virtuais inteligentes

Chatbots e assistentes virtuais estão se tornando cada vez mais comuns na área de atendimento ao cliente, sites e aplicativos de empresas. Eles usam IA para entender as consultas dos clientes e responder de maneira eficaz.

A capacidade de processar grandes volumes de dados, possibilitando respostas instantâneas e precisas às consultas dos clientes qualquer hora do dia. Uma solução de IA avançada compreende a linguagem natural, personaliza interações e fornece análises valiosas, melhorando a eficiência do atendimento ao cliente e impulsionando a satisfação do cliente. Porém, não é somente plugar um robô no front. O que acontece por trás, nos sistemas existentes na empresa, podem viabilizar ou travar o que acontece no relacionamento com o cliente.

A Inteligência Artificial está apenas começando a mostrar seu potencial na transformação da experiência do cliente. Ouvi esses dias em uma palestra uma citação de Edward Murphy, aquele pensador que batizou a lei com seu sobrenome, que “se você não está confuso então não está prestando atenção”.

Isso se aplica diretamente ao momento que estamos vivendo hoje. Muita novidade, muita inovação, alta velocidade de adaptação por meio dos clientes e ciclos mais curtos de desenvolvimento e implementação das empresas na busca daquilo que pode impactar positivamente seus negócios e clientes.

A área de experiência do cliente serve de porta de entrada de inovações, digitalização e uso prático e tangível de IA.

Empresas que abraçam a IA estão se destacando, proporcionando experiências memoráveis e alcançando um sucesso duradouro.

Alexandre van Beeck é gerente-executivo de Experiência do Cliente e Parceiro Ultragaz.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/11/10/2023/artigos/a-revolucao-da-experiencia-do-cliente-como-a-inteligencia-artificial-esta-moldando-o-futuro/

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Hiperpersonalização: o que desejam os superconsumidores

Hiperpersonalização inicia corrida para uma conexão emocional dos consumidores com as marcas.

Na corrida espacial do mundo do consumo, a “fidelidade” de agora pode representar a mesma “fidelidade” a um concorrente de amanhã. Os desafios hoje são maiores, e o status da personalização acabou ficando velho porque acompanhou a velocidade violenta da era da informação. Passamos para o nível da hiperpersonalização, o qual, segundo os mais renomados especialistas, vai fazer com que as empresas corram em busca da conexão emocional de seus consumidores com suas marcas.

Eddie Yoon, fundador da consultoria Eddie Would Grow e parceiro do The Cambridge Group na missão de ajudar os CEOs das empresas que compõem o ranking Fortune 500 a impulsionar os seus negócios, viaja o mundo defendendo que as empresas precisam buscar o que chama de superconsumers.

“Os superconsumidores existem em todas as categorias. São absolutamente loucos por elas e os mais rentáveis, porque dirigem a maior parte da economia delas. Estão pautando as categorias a que pertencem longe das empresas que lhes fornecem os bens e serviços, ou seja, estão exigindo que o futuro seja muito diferente do passado.”

Segundo estudos do havaiano que hoje mora em Chicago, esses clientes representam a parcela de 10% de aficionados por um nicho de produtos, público responsável por 70% das suas vendas. Nesse cenário, Yoon, um dos maiores especialistas do mundo em estratégias de crescimento, defende a hiperpersonalização.

“Antigamente, a escala em que você fazia a mesma coisa, na mesma planta, com eficiência máxima era uma vantagem. Hoje, passa a ser uma âncora que pesa sobre você quando os clientes transferem seus investimentos para empresas que realmente inovam de acordo com suas necessidades específicas.”

“Os superconsumidores existem em todas as categorias. São absolutamente loucos por elas e os mais rentáveis, porque dirigem a maior parte da economia delas. Estão pautando as categorias a que pertencem longe das empresas que lhes fornecem os bens e serviços, ou seja, estão exigindo que o futuro seja muito diferente do passado”. EDDIE YOON,fundador da consultoria Eddie Would Grow.

Na mesma esteira, Joe Pine, cofundador da Strategic Horizons LLP responsável pelo conceito mass customization, que alerta para a necessidade de inclusão personalizada com ofertas abertas e customizáveis ao maior contingente de pessoas possível, diz que as empresas precisam ajudar as pessoas a alcançar as mudanças que almejam.

“Uma coisa que a pandemia nos ensinou é que o que dá sentido à vida são as experiências que temos. Então, à medida que saímos da pandemia, buscamos cada vez mais experiências e estamos deixando de desejar o meramente memorável para o altamente significativo – e até mesmo para o que nos é transformador”.

Para o americano precursor do customer experience, a transformação passa, invariavelmente, pelo processo da hiperpersonalização do atendimento ao cliente. Ele reforça, ainda, que os recursos tecnológicos disponíveis já podem cumprir esse objetivo.

“Algumas empresas podem apenas criar customizações. Outras podem personalizar em massa. Mas há aquelas que podem hiperpersonalizar usando quantidades e pontos de dados muito maiores para entender não apenas esse cliente individual, vivo, mas também o contexto em que ele está neste momento. Por meio dessa hiperpersonalização, as empresas podem criar plataformas geniais que não apenas detectam e respondem a consumidores individuais, mas que antecipam o que as pessoas querem, precisam e desejam para que as próprias companhias possam multiplicar o que almejam”.

“Uma coisa que a pandemia nos ensinou é que o que dá sentido à vida são as experiências que temos. Então, à medida que saímos da pandemia, buscamos cada vez mais experiências e estamos deixando de desejar o meramente memorável para o altamente significativo – e até mesmo para o que nos é transformador”. JOE INE, cofundador da Strategic Horizons LLP.

“O duro é que, quando trazemos essa pauta para o Brasil, ainda precisamos vencer um dos nossos maiores gaps”, considera Michel Alcoforado, antropólogo PhD especializado em consumo e comportamento e sócio-diretor da Consumoteca.

Segundo o expert, nosso dilema não está nos dados, pelo contrário, “já temos dados demais”. Ele segue o mesmo raciocínio de Joe, dizendo que o problema é que nos falta a consciência de que é necessário entender o que está por debaixo daquilo que ele diz.

“Como disse Steve Jobs: ‘se eu tivesse perguntado para as pessoas se elas queriam o iPhone antes de eu ter criado, elas jamais saberiam responder’. Óbvio. Nesse cenário, você teria tratado a pesquisa como se ela fosse só um dado. Quando o consumidor fala que gostaria de ter seus desejos e necessidades atendidos para ter uma relação melhor com as marcas, ele está falando de um lugar em que nem ele sabe quais são seus próprios desejos e necessidades.”

Quando o consumidor fala que gostaria de ter seus desejos e necessidades atendidos para ter uma relação melhor com as marcas, ele está falando de um lugar em que nem ele sabe quais são seus próprios desejos e necessidades

MICHEL ALCOFORADO,
sócio-diretor da Consumoteca

Segundo ele, é necessário entender o contexto do consumidor, o mundo em que ele vive e não só aquilo que ele diz para poder definir como transformar a vida dele em algo melhor. “Isso se faz tratando o dado como uma ferramenta de acesso a esse território, daquilo que eu sei que ele precisa, mas ele não sabe que precisa. É tratar dados nessa segunda camada, como ferramenta de acesso a esses territórios para, aí sim, construir produtos que realmente transformem suas vidas.”

Mas se você acha que a inabilidade empresarial está na contratação das tecnologias que hoje dão conta da captura desses dados, Eddie Yoon explica: “O problema fundamental de empresas e cientistas de dados é que eles são mercenários, não missionários quando se trata de dados. Eles analisam atentamente apenas os dados sobre seus produtos, sua lucratividade, seu crescimento de receita.”

“Após implementadas as ferramentas, tivemos mudanças tanto nos modelos de operação quanto nos modelos de gestão e na própria estratégia. Identificamos a necessidade de desenvolver times multifuncionais para gerar possíveis soluções, afinal, tecnologia e negócio devem trabalhar juntos, sem nunca esquecer a cultura instaurada.” EDUARDO FISCHER,CEO da MRV.

FOCO NO NEGÓCIO
O atendimento hiperpersonalizado contou com investimentos em tecnologia na casa dos R$ 50 milhões nos últimos três anos da construtora MRV.

Segundo o CEO, Eduardo Fischer, o maior aprendizado nesse processo foi focar o negócio e não a tecnologia. “Após implementadas as ferramentas, tivemos mudanças tanto nos modelos de operação quanto nos modelos de gestão e na própria estratégia. Identificamos a necessidade de desenvolver times multifuncionais para gerar possíveis soluções, afinal, tecnologia e negócio devem trabalhar juntos, sem nunca esquecer a cultura instaurada, ou seja, entender as dores e crenças do time envolvido na utilização da solução e atuar na capacitação desse time, criando a confiança necessária na solução e o entendimento correto da sua abrangência.”

O executivo considera que errar fez, sim, parte do processo, mas que o importante é medir constantemente os resultados, crescer o que está dando certo e pivotar o que não está. “Focar a tecnologia sem ter um objetivo bem-definido e não revisar a jornada para utilizar apropriadamente a solução desenvolvida foram erros comuns nas primeiras iniciativas.”

Entre acertos, erros e a coragem de adaptar toda a companhia ao exigente mundo contemporâneo do atendimento, valeu a pena. “O retorno foi praticamente imediato, mas também foi perceptível seu crescimento de acordo com a evolução da maturidade do uso. Além disso, há outras maneiras de perceber os saldos positivos. Tivemos o aumento de vendas, a redução da inadimplência, o crescimento da lucratividade no Mundo da Casa com os kits acabamentos, dentre muitos outros que se somam ao sucesso desta estratégia”, comemora.

“Somos obcecados pelas coisas as quais acreditamos que os clientes sempre irão se importar: preços baixos, vasta seleção de produtos e entrega rápida.” FERNANDA GRUMACH, líder de Experiência de Compras dos Clientes Amazon no Brasil.

OBSESSÃO PELO CLIENTE
A Amazon defende sua atuação no combo de três palavras: “obsessão pelo cliente”. “Somos obcecados pelas coisas as quais acreditamos que os clientes sempre irão se importar: preços baixos, vasta seleção de produtos e entrega rápida. Por isso, trabalhamos duro para fornecer todos os três com o compromisso de inovar e entregar excelência operacional, ofertando escolha, velocidade e conveniência”, diz Fernanda Grumach, líder de Experiência de Compras dos Clientes Amazon no Brasil.

Essa obsessão rende ao time de inteligência de dados trabalho, a fim de que suas centenas de milhões de contas ativas recebam em seus dispositivos eletrônicos o que querem consumir. “Nós trabalhamos para entregar as melhores recomendações de produtos para cada um, garantindo que encontrarão os itens que precisam em nosso site. Hoje, cada cliente que entra em nosso aplicativo ou site vê a Amazon personalizada para suas necessidades. Para isso, escutamos o que nossos clientes querem e começamos por aí. Começar pelo cliente e buscar o feedback constante faz parte da nossa cultura e, para hiperpersonalizar, isso não poderia ser diferente”, diz.

Nossa linha de trabalho sempre foi mais data-driven, porém, com a evolução tecnológica, ferramentas e a ciência de dados, conseguimos trabalhar mais informações e variáveis de uma maneira mais sofisticada e mais complexa. RENATO MANSUR, diretor de Canais Digitais do Itaú Unibanco.

INDIVÍDUO A INDIVÍDUO
O Itaú não atingiu a marca de 18 milhões de clientes pessoa física acessando mensalmente seus canais digitais por subestimar a análise da alta demanda de dados recebida todos os dias. Renato Mansur, diretor de Canais Digitais do Itaú Unibanco, atribui este número às ações hiperpersonalizadas de atendimento a seus consumidores.

“Nossa linha de trabalho sempre foi mais data-driven, porém, com a evolução tecnológica, ferramentas e a ciência de dados, conseguimos trabalhar mais informações e variáveis de uma maneira mais sofisticada e mais complexa. Por exemplo, antigamente falávamos somente de clusters de clientes; hoje, conseguimos chegar no 1:1, indivíduo a indivíduo com uma conversa mais contextualizada e customizada.”

Segundo Mansur, a evolução é contínua e está muito atrelada a uma mudança de comportamento dos clientes e da sociedade, além de um cenário no qual teremos cada vez mais dados, tornando-se mais complexo identificar as informações corretas para chegarmos à resposta ambicionada. “É uma jornada contínua e que depende de um aprendizado e uma evolução constantes dos nossos times e soluções.”

“A dificuldade é pensar em uma arquitetura em que toda essa coleta não fique dentro de um silo, dentro de uma área específica. É fazer com que diferentes setores possam se apropriar desses dados para que, a partir daí, sejam usados em escala.” GUILHERME KOLBERG, sócio e head de CX e Atendimento da XP.

HIPERAPROXIMAÇÃO
A XP Inc. hiperpersonalizou por meio da hiperaproximação. Esse processo passou, claro, pelo uso estratégico da análise de dados. Afinal, como diz Guilherme Kolberg, sócio e head de CX e Atendimento, “por ser um business superescalável, quanto mais a XP cresce, mais necessária é a obtenção de dados em real time para que ela consiga tomar decisões para moldar testes e ações da empresa.”

Mas ainda que a companhia nacional tenha encerrado 2021 com receita, lucro e EBITDA recordes, o executivo afirma que o desafio é descentralizar o compartilhamento desses dados. “A dificuldade é pensar em uma arquitetura em que toda essa coleta não fique dentro de um silo, dentro de uma área específica. É fazer com que diferentes setores possam se apropriar desses dados para que, a partir daí, sejam usados em escala.”

Seus assessores têm quantidades muito menores de clientes que os gerentes dos bancos tradicionais, e isso os torna mais fortes e preparados para eventuais soluções disruptivas que possam aparecer a qualquer momento, facilitando a debandada de seus clientes. “Há muito tempo, trabalhamos para deixar a empresa cada vez mais ágil. Próximos dos nossos clientes, temos mais agilidade e entendimento do perfil de cada um, o que nos permite agir muito mais rápido”.

Hiperpersonalizamos quando entendemos, por exemplo, que o cliente que tem por hábito comprar vinhos em nossa plataforma, ao entrar no Rappi Travel, pode receber sugestões de roteiros turísticos de vinícolas do Sul do País. ERIC DHAESE, diretor-geral do Rappi Turbo e Territórios.

HÁBITOS DE CONSUMO
A startup Rappi já nasceu manuseando dados para tornar suas ofertas mais assertivas. Considera que “a hiperpersonalização é intrínseca às suas operações” e vem inovando para além da entrega de mercado, farmácias, restaurantes e fast-food.

“Hiperpersonalizamos quando entendemos, por exemplo, que o cliente que tem por hábito comprar vinhos em nossa plataforma, ao entrar no Rappi Travel, pode receber sugestões de roteiros turísticos de vinícolas do Sul do País. Além disso, fazemos um sampling (distribuição de amostra grátis) que é baseado nos hábitos de consumo do usuário, o que é um avanço muito interessante se comparado ao sampling tradicional empregado pela indústria”, compartilha Eric Dhaese, diretor-geral do Rappi Turbo e Territórios.

Mas, ainda que o Rappi contemple o eixo das jovens companhias, ele considera que experimentar e se manter alerta à velocidade dos tempos deve estar sempre no radar.

“O aprimoramento acompanha a contínua evolução do consumo e das ferramentas tecnológicas. É necessário ter uma tração que responda, cada vez mais rápido e de forma assertiva, aos crescentes volumes de dados que nos chegam a todo instante. A prática de tentativa e erro vai aperfeiçoando nossos serviços com o feedback imediato de nossos usuários.”

O aspecto mais importante de todo o conhecimento adquirido foi alinhar nossa estratégia de inovação aos feedbacks recebidos. A partir do projeto global que envolveu todos os países onde a BASF atua, foi implementado um sistema com prazos bem-definidos. RENATA MILANESE, diretora de Customer Enabling da BASF
para a América do Sul.

INOVAÇÃO ALINHADA AOS FEEDBACKS
A hiperpersonalização da BASF no Brasil seguiu a diretriz estratégica da marca em nível global: tornar o contato mais próximo e entender as necessidades e as dores de seus consumidores.

A empresa adquiriu ferramentas para instrumentalizar e garantir o tratamento adequado da jornada, o que contou com a implementação de um novo sistema de CRM e a aplicação de pesquisas NPS para mensurar o grau de satisfação de seu público.

Nesse processo, Renata Milanese, diretora de Customer Enabling da BASF para a América do Sul, admite que “como em qualquer nova implementação, foi necessário criar o engajamento do time envolvido, mostrando os benefícios, principalmente relacionados aos clientes.”

“O aspecto mais importante de todo o conhecimento adquirido foi alinhar nossa estratégia de inovação aos feedbacks recebidos. A partir do projeto global que envolveu todos os países onde a BASF atua, foi implementado um sistema com prazos bem-definidos: até 48 horas para dar uma resposta às solicitações dos nossos consumidores e, no máximo, 20 dias para elaborar um plano de ação. Foi inegável que a participação do cliente trouxe um novo olhar sobre os nossos produtos e serviços, assim como a busca por novas soluções”, completa.

Fonte : https://revista.consumidormoderno.com.br/o-que-desejam-superconsumidores/edicao-271/?utm_campaign=news-cm-300622&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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Entenda como a Rappi captou o valor do CX na relação com os Zoomers

Na visão da nativa digital, os zoomers esperam das marcas resoluções para que eles possam usar o tempo a seu favor e do jeito que quiserem.

Engajar a nova geração de consumidores (Z) não é tarefa para amadores. Para uma marca ser bem sucedida com esse público, ela deve passar longe de artifícios e táticas aplicadas às outras gerações de consumidores. A cultura derivada da experiência em cada momento de contato com uma marca, faz com que os membros da geração Z (ou zoomers) inaugurem um novo desafio de narrativas para as marcas.

Impulsionados pela hiperpersonalização digital, esses clientes representam o início de um novo caminho em CX para as empresas. Mas, como seria repensar os canais e a experiência em termos de uma narrativa excitante em momentos de descoberta e engajamento para esse público consumidor?

“A geração Z gosta de ser surpreendida com inovações, experimentações e querem distância de complicações na hora de consumir”, avalia Sandra Montes, CGMO do Rappi Brasil. Para ela, as marcas devem entender que a atração e retenção desta geração implica em uma jornada de consumo altamente dinâmica que podem incluir lançamentos, parcerias, benefícios, entre outros atrativos. “Além disso é um consumidor que espera das marcas resoluções para a complexidade da vida contemporânea de forma que elas possam usar o tempo a seu favor do jeito que quiserem”, completa Sandra.

Por nascer em um contexto digital, totalmente inserido na esfera do mobile, o Rappi captou logo de início essa urgência. Porém, Sandra explica que o desafio agora é ampliar esse conceito para outros públicos, inclusive os mais velhos. “O nosso desafio agora, além de reter essa geração nativa da era digital, é também de alcançar as gerações anteriores, que já estão conectadas e estão presentes no ambiente virtual, mas, que ainda não incluíram um superapp, como o Rappi, como um serviço incorporado em suas rotinas”, explica.

Autenticidade e confiança

Voltando à Geração Z, a autenticidade e confiança também são ativos de alto valor para estes consumidores. No entanto, ainda vemos muitas empresas focadas em outros parâmetros. Mas por que isso acontece? Quais são os desafios para empresas traduzirem esses atributos para os seus produtos e serviços?

De acordo com Sandra Montes, uma das características das novas gerações, especialmente da Z, é a sua predisposição em se conectar com causas e pessoas. “É natural e refletido em seu comportamento de consumo. Aqui, autenticidade e confiança também estão relacionados ao impacto de seu consumo, por exemplo. Em questões da sociedade contemporânea como as mudanças climáticas, a desigualdade social e as causas inclusivas”, reflete a CGMO do Rappi Brasil sobre o desencontro de algumas marcas no entendimento e importância da autenticidade com a nova geração de consumidores.

Desafios e o valor da transparência

Para Sandra Montes, um dos principais desafios para as empresas se relacionarem com essa geração de consumidores (e com as demais também) está na manutenção de uma relação baseada na transparência, que implica confiabilidade e autenticidade. “Proporcionar a melhor experiência na jornada do cliente”, resume Sandra.

E, hoje, superar estes desafios para as marcas passa pela questão da segurança em relação aos dados dos clientes. Em um mundo cada vez mais hiperpersonalizado as informações são um ativo de alto valor e de responsabilidade. Um desafio que passa pela apresentação de soluções ágeis, precisas, seguras e transparentes para qualquer problema que o consumidor enfrentar na sua jornada. “É, sobretudo, a construção de canais de comunicação eficientes e disponíveis sempre que necessário”, diz Sandra.

Em resumo, pensar em CX para as novas gerações de clientes é transacionar com um público astuto. “Neste contexto, ter agilidade e a capacidade de inovar são habilidades fundamentais para atender a um consumidor que procura fazer melhor uso de seu tempo no dia a dia, otimizando-o ao delegar às empresas questões práticas de sua rotina”, conclui Sandra.

Fonte : https://mundodocx.com.br/rappi-valor-cx-zoomers/?utm_campaign=news-mcx-21-06-22&utm_medium=email&utm_source=RD+Station#step-1

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