RIOgaleão Cargo movimenta 29 mil toneladas de mercadorias no 1º semestre de 2024

Em comunicado, a empresa afirmou que as operações estão 16% mais eficientes na comparação 2023 x 2022 e 65% mais ágeis desde o início da concessão.

O RIOgaleão movimentou 29 mil toneladas de mercadorias entre importações e exportações, sendo as importações totalizando US$ 6,4 bilhões em valor declarado no primeiro semestre de 2024. Esse resultado representa um novo recorde desde o início da concessão, com um aumento de 12% no volume e 18% no valor das cargas em relação a 2023.

Segundo a companhia, as operações no RIOgaleão Cargo estão 16% mais eficientes na comparação 2023 x 2022 e 65% mais ágeis desde o início da concessão. No último ano, a empresa registou uma redução de 6 horas e 42 minutos no tempo de liberação das cargas.

“O ano de 2024 tem sido muito especial para o RIOgaleão. Neste semestre, o RIOgaleão Cargo avançou de 25% para 31% no valor de todas as mercadorias importadas que chegam ao estado do RJ. Além disso, a entrada da rota regular da companhia aérea cargueira Atlas Air e o aumento de frequências de voos para os Estados Unidos e Europa proporcionam maior capacidade no envio de carga para o RIOgaleão e melhores ofertas de frete aéreo”, comentou o diretor de Negócios Aéreos do RIOgaleão,  Patrick Fehring.

Os setores que mais contribuíram para esses resultados foram transporte aéreo, com 21% (CIF) e 19% (peso); petróleo e gás, com 18% (CIF) e 5% (peso); farmacêutico, com 21% (CIF) e 3% (peso); e automotivo, com 118% (CIF) e 218% (peso).

Na avaliação do gerente Comercial do RIOgaleão Cargo, Leandro Lopes, o RIOgaleão Cargo tem se destacado em operações de carga aérea no Brasil, especialmente após a transição para o novo sistema da Receita Federal.

“[…] No último ano ocorreu a mudança do sistema da Receita Federal, que foi trabalhado por todo nosso time, autoridades e parceiros como uma oportunidade para consolidar o Rio de Janeiro como uma referência em operações de carga aérea no país. O resultado foi o reconhecimento pela organização mundial das aduanas na excelência nessa transição que segue trazendo tempos de permanência de carga cada vez menores aos clientes do RIOgaleão”, afirmou.

Fonte: “RIOgaleão Cargo movimenta 29 mil toneladas no 1º semestre (mundologistica.com.br)

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Importações da China: o que isso significa para o comércio global?

Nos primeiros seis meses de 2024, a China deu um grande salto em suas importações, refletindo não apenas uma recuperação econômica global, mas também uma demanda doméstica cada vez maior.

Segundo dados do Departamento Geral de Alfândegas da China, o país importou US$ 1,4 trilhão em bens, um aumento de 12% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Tecnologia e energia em alta

Os produtos de alta tecnologia estão no topo da lista de importações, com a crescente demanda por dispositivos eletrônicos e veículos elétricos, as importações de semicondutores aumentaram 20% e esse setor é de grande importância, pois os semicondutores são componentes essenciais para uma grande variedade de produtos tecnológicos.

O setor energético também viu um crescimento significativo com a China importando volumes recordes de gás natural liquefeito (GNL) e petróleo bruto, e essa mudança faz parte dos esforços do país para reduzir a dependência do carvão e aumentar o uso de fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

Bens de consumo em ascensão

A recuperação do poder de compra na China está impulsionando as importações de alimentos, cosméticos e produtos de luxo, com a população chinesa cada vez mais inclinada a consumir produtos estrangeiros, é possível observar um aumento de 15% nas importações de vinhos e 18% nos produtos de cuidados pessoais.

Benefícios para o comércio global

Esse aumento nas importações chinesas é uma boa notícia para a economia global, pois países exportadores de commodities e tecnologia estão colhendo os benefícios, como o Brasil por exemplo, um grande fornecedor de soja e carnes, registrou um aumento de 10% nas exportações para a China. A Austrália também está se beneficiando, com um crescimento de 12% nas exportações de minério de ferro e gás natural.

O que dizem os especialistas?

Zang Yihui, economista chefe do Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de Pequim, acredita que:

“O aumento das importações reflete a resiliência da economia chinesa e sua capacidade de se adaptar às mudanças globais. A diversificação das fontes de importação também mostra um movimento estratégico para reduzir dependências e garantir a segurança econômica”.

Olhando para o futuro

As perspectivas para o segundo semestre de 2024 são otimistas, espera-se que a demanda por produtos de alta tecnologia e energia continue a crescer, impulsionada pelo desenvolvimento da infraestrutura e pelas políticas de estímulo econômico do governo chinês.

O crescimento das importações na China não é apenas um sinal de recuperação econômica, mas também um indicador de uma demanda crescente que pode beneficiar muitas nações ao redor do mundo.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/importacoes-da-china-o-que-isso-significa-para-o-comercio-global”

Crise no Oriente Médio afetará logística no Brasil

Expectativa de analistas do setor é que os principais efeitos comecem a ser percebidos a partir de fevereiro, inicialmente com uma alta nos preços dos fretes.

Os conflitos no Oriente Médio impactam as rotas marítimas globais e voltam a pressionar os fretes da navegação. No Brasil, a expectativa é que os principais efeitos comecem a ser percebidos a partir de fevereiro, segundo analistas do setor. Entre as preocupações do mercado que poderão afetar o país estão a alta dos fretes, atrasos na chegada dos navios e a falta de contêineres.

A crise já afeta a economia global – a Tesla vai fechar sua fábrica na Alemanha por duas semanas e a Volvo parou por três dias na Bélgica por falta de peças -, só deverão ser sentidos no Brasil a partir de fevereiro, inicialmente com uma alta nos preços dos fretes, mas também com falta de contêineres e atrasos de navios se a crise se agravar.

Hoje, entre 25% e 30% das importações brasileiras da Ásia vêm via Europa – pelo Canal de Suez. “Essa rota vai ter impacto no preço, porque o frete da Ásia para a Europa aumentou, hoje está em US$ 6 mil por contêiner. E quem fazia a rota da Ásia via Europa vai querer migrar para a rota direta ao Brasil, o que também eleva o preço”, diz Rafael Dantas, diretor da Asia Shipping.

A crise começou no fim de 2023, quando rebeldes Houthi, do Iêmen, começaram a atacar navios no Mar Vermelho, em resposta ao conflito entre Israel e Hamas, em Gaza. Os ataques impactam diretamente o acesso ao Canal de Suez e têm levado empresas de navegação a desviar os navios que vão para Europa e Estados Unidos para uma rota alternativa, pelo sul da África – trajeto mais demorado e caro.

O temor de uma escalada do conflito aumentou desde quinta-feira (11), após ataques aéreos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra bases dos rebeldes no Iêmen. Em resposta, o grupo prometeu intensificar a ofensiva contra os navios. “Isso trouxe impacto ainda maior porque navios petroleiros e cargueiros que ainda tinham esperança de passar por Suez desviaram”, diz Rafael Dantas, diretor comercial da empresa de logística Asia Shipping.

As rotas da Ásia para a Europa e os Estados Unidos já vivem uma disparada de preços desde dezembro do ano passado. No Brasil esse efeito ainda é pequeno. Os fretes de importação da China para o Brasil estão hoje em torno de US$ 3.500 por contêiner, segundo fontes do mercado. Trata-se de um patamar acima dos preços de 2023, mas muito abaixo do pico registrado durante o auge da pandemia, em que os valores de fretes da Ásia superaram os US$ 10.000 por contêiner.

“No Brasil, o impacto que existe hoje é da carga de exportação que está indo ao Oriente Médio e que vai sofrer atraso na chegada, porque os navios estão tomando caminhos alternativos. São cargas de proteína animal, açúcar. Mas na importação ainda não há efeitos por conta dos conflitos. Eles serão sentidos em três, quatro semanas caso o problema continue”, afirma Luigi Ferrini, vice-presidente sênior da Hapag Lloyd no Brasil. Para ele, o patamar atual dos fretes de importação da Ásia acima do nível de 2023 reflete a maior demanda por conta do feriado do Ano Novo chinês em fevereiro – que todo ano gera uma antecipação das cargas nas semanas anteriores.

“Vamos sentir os efeitos em 3, 4 semanas se o conflito durar”
— Luigi Ferrini

A previsão do mercado é que haverá efeitos maiores no país nas próximas semanas. O principal impacto deverá se dar nas rotas vindas da Ásia. Hoje, entre 25% e 30% das importações asiáticas que vêm ao Brasil passam pela Europa (e por Suez), segundo Dantas, da Asia Shipping.

“Essa rota vai ter impacto no preço, porque o frete da Ásia para a Europa aumentou, hoje está em US$ 6.000 por contêiner. E quem fazia a rota da Ásia via Europa vai querer migrar para a rota direta ao Brasil, o que também eleva o preço”, afirma. Além disso, ele prevê o atraso na chegada dos navios, porque a rota alternativa a Suez, pelo Sul da África, demora mais dias. “O primeiro efeito que o Brasil vai sentir é o preço, mas os problemas operacionais ainda vão ocorrer. A previsão é que cheguem por volta de fevereiro, março”, diz.

Outra grande preocupação é a falta de contêineres, que deverão ficar “presos” nos navios em trânsito por mais tempo. “Quando há um cenário de escassez de contêineres no mundo, as empresas de navegação privilegiam os serviços da Europa e dos EUA. O Brasil vai ser mais prejudicado”, afirma Mario Veraldo, presidente da empresa de logística MTM Logix.

Para ele, outro impacto previsto é o congestionamento nos portos europeus, o que também pode gerar um efeito para a logística global como um todo.

Apesar da preocupação, não há expectativa no mercado de que a crise chegue ao nível visto durante a pandemia. “Os fretes não devem voltar a esse patamar”, afirma Ferrini. “A situação é muito diferente, durante a pandemia a crise era muito maior, os problemas começavam dentro dos países e impactavam o comércio marítimo. Além disso, hoje há mais capacidade do que naquele momento, as linhas dos armadores estão mais flexíveis do que estavam há quatro anos”, diz Veraldo.

No entanto, ainda há um cenário de incerteza sobre qual será a duração e a extensão da crise. “Tudo vai depender das intervenções que serão feitas na região. Se houver um conflito de guerra vai haver pressão”, diz Ferrini.

Na avaliação de Veraldo, o melhor cenário para a logística global é a resolução diplomática dos conflitos, caminho que considera o mais provável hoje. Ainda assim, ele avalia que 2024 tende a ser um ano de fretes mais elevados. “Trabalhamos com o cenário de volta à normalidade até o verão do Hemisfério Norte. Deveremos ter um primeiro semestre de fretes mais altos. E no segundo semestre uma acomodação, mas sem uma grande redução de preços, porque é a temporada de reposição dos estoques.”

‘https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/01/15/crise-no-oriente-medio-deve-afetar-logistica-no-brasil.ghtml

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O tsunami no varejo brasileiro

Em meio à polêmica sobre a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 e o programa Remessa Conforme, varejistas asiáticas como Shein, Shopee e AliExpress têm aumentado consideravelmente seus investimentos no Brasil – que já está entre os maiores mercados para as três empresas.

Para piorar o cenário de competição para as varejistas brasileiras, outras empresas como a Temu (a pronúncia é “Timo”) devem desembarcar no país em breve, e cada vez mais redes sociais chinesas, como o TikTok e o Kwai, vão apostar na venda de produtos em suas plataformas através do live-commerce (em que uma pessoa interage com internautas e vende os produtos em uma transmissão ao vivo, dentro da plataforma).

Shein, Shopee e AliExpress entraram no Brasil há poucos anos, mas já conquistaram uma fatia considerável do mercado. A Shopee tem atualmente a maior operação no país, com 7 mil funcionários, vários andares alugados na Faria Lima, em lajes corporativas de luxo, e mais de 120 mil m² de galpões logísticos classe A. Parte do grupo Sea Limited, a empresa diz que 85% das suas vendas já são de vendedores locais, não de produtos importados, e que já tem mais de 3 milhões de sellers em sua plataforma — o marketplace (3P) do Magazine Luiza, por exemplo, tem 281 mil.

Shein (a pronúncia é “She-in”, ou “ela dentro”) e AliExpress têm operações locais menores e não revelam quantos vendedores têm nas suas plataformas, mas também têm escritórios na Faria Lima e não ficam para trás nos investimentos (tanto em gastos com infraestrutura como também em tecnologia). Parte do grupo Alibaba, a AliExpress tem a menor operação logística das três no Brasil, mas traz oito voos semanais de mercadorias da China.

A Shein, que também usa o frete aéreo para suas importações, há poucas semanas fez uma locação que surpreendeu o mercado: alugou da GLP um galpão logístico em construção  de 135 mil m², em Guarulhos (ela já ocupa 80 mil m² em dois galpões no empreendimento, que fica próximo ao aeroporto internacional de Cumbica e tem locatários como Amazon e Magazine Luiza).

“O tamanho desta locação realmente surpreendeu. Tivemos que validar os dados, porque foi bastante representativa”, afirma Leandro Braga, head de inteligência de mercado da Colliers International do Brasil, sobre o movimento da Shein. Foi a maior transação do ano até agora, segundo a consultoria (a segunda maior foi para o Mercado Livre, que alugou 107 mil m² no Prologis Castelo 46), Além dos galpões em Garulhos, a chinesa também ocupa outros dois espaços menores, um deles em Embu das Artes.

Para efeito de comparação com as varejistas consolidadas no país, a Colliers diz que os maiores inquilinos em centros de distribuição de alto padrão construtivo são Mercado Livre (com cerca de 1,2 milhão de m² de área locada), Amazon (427 mil m²) e Magalu.  A Magalu diz que tem 868 mil m²  de área alugada, dos quais 792 mil m²  são da marca e o restante está dividido entre Netshoes, Kabum e Época Cosméticos, e que 80% dos seus galpões são classe A. Amazon e Meli não confirmaram o tamanho de suas operações.

As varejistas asiáticas já alteraram o tabuleiro de disputa no país, afirma Tiago Berta, fundador do Fórum E-commerce Brasil (maior evento de comércio eletrônico do país, que reuniu mais de 21 mil congressistas em São Paulo na semana passada). “Aqui tem cinco empresas (grandes), e o mercado estava passando por uma consolidação”, afirma Berta sobre Mercado Livre, Amazon, Magalu, Via e Americanas. “Agora entraram as asiáticas e a concorrência aumentou. E virão mais empresas de lá.”

Estratégia das recém chegadas

O espaço não só físico ocupado pelas asiáticas, mas também nas palestras durante o fórum, incomodou empresas locais, que reclamaram com a organização. A AliExpress, uma das patrocinadoras do evento (junto com Amazon e Magalu), ocupou um dos maiores stands da feira, bem ao lado da varejista americana e do Mercado Livre.

Briza Bueno, diretora de business development e marketing da AliExpress, afirmou à reportagem que o intuito foi aproximar-se dos sellers. “Fizemos uma promoção de 100% de cashback nas comissões durante os três primeiros meses, para eles testarem a plataforma”.

Para atrair vendedores para o seu marketplace (3P), a empresa do grupo Alibaba cobra comissões bem menores que a concorrência (entre 5% e 8%, ante cerca de 20% na média). Esse percentual pode ser ainda maior, dependendo da quantidade de serviços contratados, como o fullfilment (armazenagem em galpões da própria varejista), a entrega mais rápida ao consumidor e os anúncios (que dão mais destaque ao produto na plataforma).

A estratégia da Shopee para crescer no Brasil também foi zerar a comissão paga pelos sellers. Em geral, as empresas chinesas apostam em subsidiar o frete e dar cupons para os clientes, para fidelizá-los. Essa estratégia é facilitada pela  robustez financeira dos grupos que as controlam (tanto o Alibaba quanto a Sea Limited são empresas listadas na Nyse, aparentemente com disposição de queimar caixa em mercados prioritários, como o Brasil).

Yan Di, ex-country manager da AliExpress no Brasil, destaca a importância do caixa nessa briga, por fatias de mercado, e dá como exemplo o cashburn que a Temu fez para entrar nos Estados Unidos, com tickets de US$ 30 para os novos usuários. “São R$ 150 de subsídio. Aqui no Brasil, são poucas as  compras acima deste valor.”

O executivo também já foi CEO do Baidu no Brasil, trabalhou por 13 anos na Huawei e hoje tem uma empresa de live commerce (que conta, entre os clientes, com empresas como a Shopee e o Kwai). Ele diz que Shein, Shopee e AliExpress conquistaram mercado rapidamente no Brasil porque têm acesso a fornecedores e produtos, apostam em preços baixos, subsídio, eficiência e tecnologia e também porque a concorrência aqui é menor do que na Ásia.

Ele afirma ainda que a América Latina é um mercado “super sensível a preço”, não só nas classes mais baixas, e dá como exemplo a concorrência na China. “Não é só os mais pobres que compram produtos mais baratos. O Pinduoduo, que é da Temu, cresceu porque o Alibaba queria vender só para a classe média. Isso é fatal, porque todos os consumidores querem o menor preço”.

Chinês residente há mais de 20 anos no Brasil (e casado com uma brasileira), Yan Di afirma que o varejo local conheceu apenas “a maré alta” com a chegada das empresas asiáticas, “mas ainda vai ver o tsunami”. “Temu, TikTok, Shein e Shopee vão remodelar o mercado brasileiro de e-commerce. Elas estão sacudindo o mundo inteiro.”

Quem é maior no Brasil?

A Shopee, que no ano passado teve um stand no Fórum E-commerce Brasil, neste ano participou como convidada na sala ApexBrasil. Ela assinou no evento uma parceria com a agência do governo federal e com os Correios para um programa piloto que vai ajudar brasileiros a exportar seus produtos para o sudeste asiático (a AliExpress também tem um memorando de entendimento com a Apex).

Já a Shein fez uma apresentação, em um dos principais palcos do fórum, sobre a expansão das suas operações no Brasil. Country manager da empresa no país, Felipe Fleister contou que estimula seus fornecedores a produzir poucas peças de um mesmo modelo (de 50 a 100 unidades) para testar sua aceitação antes de produzir em escala. Assim, podem oferecer “ preços menores”, porque há uma redução de 20% a 30% nas perdas. Se houver demanda para o produto, o fornecedor  aumenta rapidamente a produção. Se não houver, o descarte é menor.

O executivo afirmou também, em uma palestra bastante concorrida, que o Brasil já é um dos cinco principais mercados da empresa  e que o país foi o primeiro do mundo onde a Shein trabalha o marketplace (3P), com sellers locais, e o segundo a fazer testes com produtores locais nas vendas da própria empresa (1P), só depois da Turquia. “Temos um plano nacional para o Brasil, um plano de crescimento que vai acontecer.”

Fleister foi head de business development na Shopee até ser contratado, em maio de 2022, para liderar a operação da Shein no Brasil. Ele reafirmou, no evento, o plano da empresa de produzir no Brasil 85% dos produtos vendidos na plataforma até 2026 e citou a possibilidade de o país virar um polo de exportação para a varejista chinesa, principalmente para a América Latina. “Nem todos os países vizinhos têm a capacidade industrial do Brasil”.

Com o executivo à frente da operação, a Shein saiu de apenas 10 contratados há 1 ano e 2 meses para 240 atualmente, que ocupam um andar no edifício Vera Cruz II, na “nova Faria Lima”, além da área de logística. A AliExpress tem um espaço próprio dentro do escritório do WeWork na mesma região, a menos de 250 metros da concorrente, e terceiriza toda sua logística para a Cainiao, empresa que também faz parte do grupo Alibaba e cujo escritório fica no Regus Torre Z, na Chucri Zaidan.

Já a Shopee tem cerca de 7 mil funcionários e uma operação bastante relevante no país: ocupa mais de 120 mil m², em ao menos 11 galpões logísticos espalhados pelo Brasil, e seus funcionários dividem-se  por três andares no Birmann 32 (mais conhecido como “o prédio da baleia”), no “coração” da Faria Lima, e por mais sete pisos no Faria Lima Plaza, no largo da Batata, segundo a Colliers.

Procurada, a Shopee não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem. Francisco Rios, COO (diretor operacional) da Sea Limited para a América Latina, procurado no Fórum E-commerce Brasil, tampouco quis se manifestar. Foi Rios quem assinou o acordo com a ApexBrasil e os Correios.

Brasileiras querem equidade no tratamento fiscal

O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que representa os interesses das varejistas brasileiras, estima que as remessas internacionais de pequeno valor (de até US$ 50) somaram R$ 20,8 bilhões entre janeiro e maio deste ano e que a perda de arrecadação federal foi de R$ 12,5 bilhões no período. O estudo foi entregue ao Ministério da Fazenda há cerca de duas semanas.

Formada por 115 marcas do varejo de moda, a ABVTEX tem sido uma das associações mais vocais contra o que chamam de “concorrência desleal” das varejistas asiáticas. Lima diz que o problema não é a concorrência em si, mas a falta de igualdade de condições. “Não somos contra a chegada dessa concorrência, dessa chegada das plataformas internacionais. Só queremos que elas contribuam com o pagamento dos tributos da mesma forma que o varejo nacional”.

As varejistas brasileiras criticam a isenção empresas do pagamento do imposto de importação de 60% sobre compras internacionais de até US$ 50. “Se não for para aplicar a alíquota de 60% [para as importações], que o governo então isente de pagamento de imposto as vendas do varejo brasileiro até o equivalente a US$ 50. A gente quer isonomia, por isso está pressionando o governo. Queremos um tratamento igualitário”.

As varejistas com capital aberto na Bolsa, como C&A, Renner e Riachuelo, foram procuradas mas não se manifestam oficialmente sobre o tema – apenas pelas associações. “Assim como o varejo nacional é onerado pelos tributos, os sites internacionais têm de se adequar e pagar o mesmo imposto”, afirma o porta-voz da ABVTEX. “Entendemos que a concorrência é saudável, mas ela tem de ocorrer em termos de equidade”.

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Indústria se une ao varejo e pede que governo não dê isenção para importações de até US$ 50

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se uniu aos representantes do varejo no pedido para que o governo reveja a isenção federal para importações que custam até US$ 50. O programa Remessa Conforme deve entrar em vigor em agosto e as associações de empresários tem previsto um “desastre” para a economia brasileira.

Segundo dados apresentados pela CNI, as importações de pequeno valor saltaram de US$ 800 milhões para US$ 13,1 bilhões entre os anos de 2013 e 2022. Robson Andrade, presidente da CNI, diz que esse alto volume de importados de baixo valor prejudica não só o comércio, mas também as fabricantes brasileiras.

Só na indústria, a estimativa é de que vamos perder 500 mil empregos, o que representa cerca de R$ 20 bilhões até o fim do ano. Para vocês terem uma ideia, são mais de um milhão de pacotes por dia que estão chegando no Brasil, com esse valor de até US$ 50. Isso está chegando a uma proporção que vai dar R$ 60 bilhões por ano.

Andrade também disse que esses números só foram contabilizados agora porque ninguém tinha curiosidade para analisá-los.

Ninguém tinha noção, talvez há seis meses, que nós estávamos pegando um milhão de pacotes por dia.

Como sugestão ao governo, a CNI pede que haja paridade de impostos sobre a mercadoria de fora com a produzida no Brasil. Ou seja, o produto importado precisa pagar a mesma quantidade de tributos que um que é produzido em solo nacional.

Já Flávio Roscoe, presidente da Federação de Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), também se colocou contrário a isenção.

Essa prática coloca o produto comercializado no Brasil em uma enorme desvantagem. Os benefícios para os produtos nacionais e importados precisam ser iguais. Não dá para competir com quem não é taxado.

Governo deve avaliar dados

Como resposta para as demandas dos empresários, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, prometeu analisar a situação.

A gente recebeu os estaudos e vamos fazer uma análise criteriosa com a receita para avaliar os impactos.

Por mais que o governo não admita, conversas de bastidores dizem que parte da equipe econômica já admite voltar atrás na isenção federal para compras de até US$ 50.

Para quem não se lembra, o programa Remessa Conforme prevê a cobrança de 17% de ICMS em mercadorias com esse valor. A tendência é o governo procurar um meio-termo.

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Das importações feitas pelo Brasil via comércio eletrônico, empresas asiáticas já respondem por 51% das vendas

A rápida transformação no mercado de meios de pagamentos, a alta taxa de aceitação do Pix e o avanço do uso dos smartphones ajudaram a impulsionar a atuação de empresas asiáticas no comércio eletrônico da América Latina nos últimos anos, sobretudo no Brasil. Neste cenário, entre os principais players internacionais, como os EUA, a estimativa é que os comerciantes asiáticos representem 51%, no chamado cross border (comércio transfronteiriço) no Brasil. É o que aponta o relatório “Insights e Oportunidades para Expansão Regional de Sucesso – Interconectando Ásia-Pacífico e América Latina”, primeiro estudo do tipo encomendado pela Nuvei, plataforma global de pagamentos, à empresa de pesquisas Americas Market Intelligence (AMI), apresentado durante o Money 2020, em Las Vegas (EUA). Acesse o relatório completo!

“A América Latina é um mercado muito relevante para os comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais que refletem os mercados asiáticos. Este estudo é o primeiro de uma série de relatórios que a Nuvei produzirá, explorando potenciais de crescimento em diversas regiões. Acreditamos que dar destaque a esses mercados em rápida ascensão ajuda as empresas a tomarem melhores decisões ao procurarem oportunidades de expansão”, avalia Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Tendências do e-commerce Ásia-Pacífico e América Latina

O comércio eletrônico tem sido uma fonte de laços comerciais entre as regiões, com as empresas da APAC conseguindo vender para os mais de 300 milhões de compradores de comércio eletrônico da América Latina. Isso se deve a vários motivos, entre eles o rápido crescimento do comércio eletrônico, principalmente em seus dois maiores mercados, Brasil e México. Com a penetração de smartphones acima de 70% e o acesso a métodos de pagamento digital aumentando, as empresas locais e globais estão expandindo seus investimentos em comércio eletrônico e experiências digitais na América Latina.

Entre as principais tendências, o relatório projeta que o e-commerce no Brasil crescerá a uma taxa anual de 20% nos próximos anos, dando um salto de US$ 211 bilhões, em 2022, para US$ 432 bilhões em 2026. Hoje, o Brasil representa mais de 40% do volume total das vendas online na América Latina e está entre os 10 principais mercados de interesse para empresas varejistas da Ásia que buscam a expansão internacional, como a Shein, AliExpress, Shopee e Rakuten.

Segundo o estudo Nuvei/AMI, há um vasto potencial de crescimento que foi acelerado pela pandemia e a adoção das compras online, que impulsionaram os consumidores a experimentarem novas formas de pagamento. Atualmente, 96% dos adultos relacionam-se com instituições financeiras ou fintechs no Brasil, o que propicia a adesão aos pagamentos online.

“Cada vez mais as empresas buscam expandir a atuação para além da região de origem, e a América Latina está no topo da lista de preferência, devido ao êxito alcançado pelas várias empresas que já optaram por esse caminho”, diz o executivo Rafael Lavezzo, vice-presidente comercial da Nuvei América Latina.

O México, por sua vez, deverá registrar expansão no comércio eletrônico a uma taxa anual de 32% entre 2022 e 2026. Nesse contexto, os vendedores asiáticos devem representar 28% do volume cross border de comércio eletrônico de toda a América Latina até 2026, ante o patamar de 16% estimado para 2022.

Modelos e alternativas de pagamentos
O estudo da Nuvei/AMI informa que um dos propulsores do acesso das empresas asiáticas aos consumidores da América Latina é a disponibilidade de tecnologias que permitem às empresas internacionais aceitarem pagamentos localmente, em vez de processá-los por meio de um adquirente offshore. “Para as empresas, é importante a disponibilidade de tecnologia que permita a venda online para consumidores da região, sem a necessidade de abrir operação local, que possibilite o aceite de pagamentos na moeda local, com diferentes opções. Isso beneficia grandes marcas e pequenos e médios negócios em todas as verticais do e-commerce”, diz Juan Franco, vice-presidente sênior da Nuvei Latam e Membro do Conselho de Administração da Câmara de Comércio Singapura-México.

Para empresas asiáticas, a América Latina tem características parecidas às dos países da APAC, que têm mais de 40 jurisdições. Na Indonésia, por exemplo, há mais de 20 métodos de pagamento. Já os meios alternativos de pagamento adotados nos mais de 30 mercados da América Latina incluem iniciativas dos bancos centrais como Pix no Brasil e SPEI no México, além de uma infinidade de carteiras digitais.

“Em essência, na Nuvei, ajudamos nossos clientes a se conectarem com os deles. Somos hoje líderes em cobertura global de pagamentos, com mais de 570 métodos de pagamento alternativos e adquirência local em cerca de 50 mercados. Também desenvolvemos nossa solução proprietária, que permite aos comerciantes e clientes se conectarem conosco e assim tenham a disposição métodos de pagamentos local”, diz Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Expansão do e-commerce no Brasil
O incentivo ao banco digital e a criação do sistema de transferência interoperável, o Pix, revolucionaram a forma como os brasileiros fazem pagamentos. Hoje, o Pix é utilizado por 72% da população, enquanto o uso do cartão de crédito abrange 37%. Em agosto de 2022, foram feitas quase 2,2 bilhões de transações por meio do Pix no Brasil.

Segundo o estudo, a ascensão meteórica dos usuários do Pix, cerca de 124 milhões de brasileiros, demonstra a prontidão do mercado para um método de pagamento instantâneo, o que fez bancos e comerciantes se adaptarem. O Pix já é aceito por 78% dos lojistas de e-commerce, superando a aceitação de cartão de débito e carteira digital. “A tendência é que o Pix aumente sua participação nas compras à medida que o Banco Central lançar novos recursos – como o Pix Garantido, que permitirá pagamentos parcelados – e permitir também pagamentos internacionais via Pix”, informa o estudo.

“Com os parceiros de pagamento corretos, como a Nuvei, as empresas varejistas internacionais podem se preparar para o sucesso na América Latina. Até 2026, a digitalização da moeda na região permanecerá forte e os métodos de pagamento em dinheiro se estabilizarão. Com maior parte da população da América Latina fazendo suas compras online nos próximos anos, o cartão de crédito manterá seu destaque, seguido de perto pelas transferências bancárias, como o Pix e outras opções de pagamentos como BNPL (Buy Now, Pay Later) e criptomoeda”, acredita o executivo Rafael Lavezzo.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/nuvei-importacoes-brasil-comercio-eletronico-empresas-asiaticas

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Até 2026, empresas asiáticas representarão 28% das importações feitas pela América Latina via comércio eletrônico

As conexões entre o mercado da Ásia-Pacífico (APAC) e América Latina possibilitam a ampliação de negócios em diversos setores da economia por meio do comércio eletrônico e as novas tendências em meios de pagamento. Neste cenário, até 2026, empresas asiáticas representarão 28% das importações feitas pela América Latina via comércio eletrônico, acima dos 16% em 2022. É o que aponta o relatório “Insights e Oportunidades para Expansão Regional de Sucesso – Interconectando Ásia-Pacífico e América Latina”, primeiro estudo do tipo encomendado pela Nuvei, plataforma global de pagamentos, à empresa de pesquisas Americas Market Intelligence (AMI).

“A América Latina é um mercado muito relevante para os comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais que refletem os mercados asiáticos. Este estudo é o primeiro de uma série de relatórios que a Nuvei produzirá, explorando potenciais de crescimento em diversas regiões. Acreditamos que dar destaque a esses mercados em rápida ascensão ajuda as empresas a tomarem melhores decisões ao procurarem oportunidades de expansão”, avalia Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Potencial de crescimento do e-commerce
Entre as principais tendências, o relatório projeta que o comércio eletrônico no Brasil crescerá a uma taxa anual de 20% entre 2022 e 2026, saltando de US$ 211 bilhões em 2022, para US$ 432 bilhões em 2026. Já o México terá uma taxa anual de aumento de 32% no mesmo período. “A América Latina tem a oportunidade de fortalecer o B2B por meio de relacionamentos com a Ásia”, comenta Javier Guerrero, Country Manager da Nuvei no México.

Ou seja, um vasto potencial de crescimento que, de acordo com o relatório da Nuvei, foi acelerado pela pandemia e a adoção das compras online que impulsionaram os consumidores a experimentarem novas formas de pagamento. “Cada vez mais as empresas buscam expandir a atuação para além da região de origem, e a América Latina está no topo da lista de preferência, devido ao êxito alcançado pelas várias empresas que já optaram por esse caminho”, diz Rafael Lavezzo, vice-presidente comercial da Nuvei América Latina.

Sinergia entre os mercados Ásia-Pacífico e América Latina
A região Ásia-Pacífico com cerca de dois bilhões de habitantes e mais de 40 países traz semelhanças com a América Latina e sua população de 660 milhões de pessoas. Além dos mercados desenvolvidos como Japão, Cingapura e Hong Kong, a maior parte da APAC é formada por países em desenvolvimento. O que significa dizer que a adoção de internet, celulares e outras tecnologias ocorreu de forma gradual e desigual no decorrer dos últimos anos.

Os países da APAC têm mais de 40 jurisdições. Apenas na Indonésia são mais de 20 métodos de pagamento utilizados. Os métodos de pagamento locais adotados nos mais de 30 mercados da América Latina incluem iniciativas dos bancos centrais como Pix no Brasil e SPEI no México, incluindo boleto bancário e Oxxo Pay, e uma infinidade de carteiras digitais. As regulamentações também são variadas com leis tributárias, estruturas bancárias e padrões culturais diversos.

A alta adoção de celulares e do mobile-first na América Latina é uma realidade nos diversos países da região, com muitos consumidores migrando suas compras e entretenimento diretamente para esse dispositivo. Dessa forma, sites e aplicativos ágeis e responsivos que funcionam em telefones celulares com pouca memória e conectividade instável têm sido fatores-chave para o sucesso nesses mercados.

Diante desse cenário, para as empresas, é importante a disponibilidade de uma tecnologia que permita a venda online para consumidores na América Latina, sem a necessidade de abrir uma operação local, conhecido como modelo merchant of record (MoR), o que é proporcionado pelas empresas de tecnologia de pagamentos, que permite o aceite de pagamentos na moeda local, com diferentes opções. O que beneficia grandes marcas e pequenos e médios negócios em todas as verticais do e-commerce.

“Em essência, na Nuvei, ajudamos nossos clientes a se conectarem com os deles. Somos hoje líderes em cobertura global de pagamentos, com mais de 570 métodos de pagamentos alternativos e adquirência local em cerca de 50 mercados. Também desenvolvemos nossa solução proprietária, que permite aos comerciantes e clientes se conectarem conosco e assim tenham a disposição métodos de pagamentos local”, diz Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Expansão do e-commerce
Nas últimas três décadas o Brasil avançou. Desde o Plano Real em 1994, que buscou estabilizar a economia em meio a uma inflação de mais de 4.000%, a melhora econômica e social impactou a relação da população com o dinheiro e na forma de transacionar os valores. Os reguladores trabalharam para digitalizar dinheiro e pagamentos, disseminar redes de aceitação de cartões de crédito e débito e promover o e-commerce. O incentivo ao banco digital e a criação do sistema de transferência interoperável, o Pix, revolucionou a forma como os brasileiros fazem pagamentos. Tanto que hoje o Pix é utilizado por 72% da população e o cartão de crédito por 37%.

Em agosto de 2022, foram feitas quase 2,2 bilhões de transações por meio do Pix no Brasil. A ascensão meteórica dos usuários do Pix, cerca de 124 milhões de brasileiros, demonstra a prontidão do mercado para um método de pagamento instantâneo, o que fez bancos e comerciantes se adaptarem. O Pix já é aceito por 78% dos lojistas de e-commerce, superando a aceitação de cartão de débito e carteira digital. A tendência é que o Pix aumente sua participação nas compras à medida que o Banco Central lançar novos recursos, como o Pix Garantido que permitirá pagamentos parcelados e permitir também pagamentos internacionais via Pix.

“O Pix revolucionou os negócios no Brasil e subiu vertiginosamente, a ponto de representar 30% ou 40% da receita total dos comerciantes. Também está atraindo novos varejistas para o Brasil, principalmente, da Ásia que procuram uma maneira simples, fácil e de baixo risco no aceite dos pagamentos”, afirma Juan Franco, o vice-presidente sênior da Nuvei Latam e Membro do Conselho de Administração da Câmara de Comércio Singapura-México.

Atualmente, 96% dos adultos relacionam-se com instituições financeiras ou fintechs no Brasil. E as vendas online representam mais de 40% do volume total na América Latina, o que faz do País um dos 10 principais mercados globais para empresas que buscam expansão internacional, como a Shein, AliExpress (que já estabeleceram operações locais no Brasil), Zalora, Shopee, Garena e Rakuten, que se tornaram conhecidas entre os consumidores nos últimos cinco anos. Somente o Shopee registrou um crescimento de 270% ano a ano no segundo trimestre de 2022, de acordo com seu relatório de relações com investidores.

Verticais do e-commerce com alta tendência de crescimento
Apesar do e-commerce transfronteiriço no Brasil ter sido afetado em 2020 pela desvalorização do real e as interrupções nas cadeias de suprimentos, o crescimento já foi retomado e, no geral, é esperado que entre 2022 e 2026, o e-commerce cresça 20% ao ano. Entre as verticais de e-commerce no Brasil, o Varejo é a mais representativa, com 44% (US$ 93 bilhões) e deve continuar a crescer 20% entre 2022 e 2026. Por outro lado, Educação que detêm 2% (US$ 4 bilhões) deve crescer 49% até 2026, percentual igual ao de Jogos Azar. Já o segmento de Viagens com 15% (US$ 32 bilhões) crescerá 23% até 2026.

Em 2021, a América Latina teve um crescimento na indústria de jogos, com Brasil, Argentina e México na liderança. Dos 146 milhões de pagantes por jogos na América Latina, Brasil e México juntos representam 68% do mercado na região. Os brasileiros gastam mais de US$ 1,6 bilhão em jogos por ano e o celular é o mais utilizado para os jogos, o que deve aumentar com a chegada do 5G. Hoje, já são 234 milhões de celulares para cerca de 214 milhões de habitantes no Brasil.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/nuvei-empresas-asiaticas-importacoes-feitas-pela-america-latina-comercio-eletronico

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E-commerce estrangeiro cresce no Brasil e gera discussões tributárias

Compras em lojas de outros continentes, como Shein e Shopee, movimentam cada vez mais o comércio online no Brasil, mas trazem consequências sobre regulações para maior competitividade com o varejo tradicional.

O e-commerce vem ganhando espaço no Brasil nos últimos anos, com plataformas estrangeiras movimentando as compras online no país. Entre as plataformas sem fronteiras utilizadas pelos brasileiros, as empresas da Ásia são destaque. Segundo um estudo encomendado pela Nuvei, plataforma global de pagamentos, os comerciantes asiáticos representem 51%, no chamado cross border (o comércio transfronteiriço) no país.

De acordo com o levantamento, o e-commerce no Brasil crescerá a uma taxa anual de 20% nos próximos anos, dando um salto de US$ 211 bilhões em 2022, para US$ 400 bilhões em 2026. Hoje, o país representa mais de 40% do volume total das vendas online na América Latina e está entre os 10 principais mercados de interesse para empresas varejistas da Ásia que buscam a expansão internacional.

Especialistas ressaltam que a abertura de fronteiras com o comércio online perpassa negociações que eram feitas somente entre o Ocidente, como no caso da Amazon, uma das empresas internacionais precursoras de vendas aqui no Brasil por meio de sua plataforma digital.

Mas a expansão do comércio online estrangeiro não é sempre vista sob um olhar positivo, atravessando discussões tributárias e de competição perfeita, com boa parte do varejo tradicional físico criticando a atuação dos marketplaces. Isso porque uma parcela acredita que os lojistas dessas plataformas de venda online deveriam ser responsáveis pelo recolhimento dos impostos.

“Essa é uma discussão com vários prismas, pois de fato já existem propostas sendo feitas para que as plataformas online sejam mais responsáveis pelas cobranças dos tributos, algo que atualmente elas não estão ligando, pois sabem que isso atrapalha as vendas”, destacou o advogado e economista Eduardo Fleury, sócio do FCR Law.

“O problema de tributação em marketplaces é de nível mundial. A União Europeia já busca soluções para dar mais responsabilidade a essas empresas que atuam no âmbito virtual, para serem responsabilizadas pela cobrança dos impostos”, acrescentou.

No Rio de Janeiro, o governo já estudava a determinação de normas que impunham responsabilidade sobre as empresas que negociam virtualmente o pagamento do ICMS.

A Lei 8795, publicada em 2020 durante o governo Witzel, determinava justamente a cobrança do ICMS nas operações eletrônicas de prestação de serviços de comunicação ou de vendas de bens e mercadorias digitais. Após questionamentos, o Tribunal de Justiça do Rio considerou constitucional a norma.

Para Murilo Viana, especialista em finanças públicas, um controle maior no recolhimento dos tributos é benéfico para a arrecadação e evita evasões fiscais.

Mudanças
A busca por legislações que atendam ao recolhimento de tributos em compras importadas efetuadas pela internet ocorre em razão do aumento de pessoas adquirindo produtos fora do Brasil, conforme explicam os especialistas.

“Em compras até US$ 50,00 ou US$ 100,00, existe isenção do Imposto de Importação. O usuário verá que a maioria das plataformas utiliza a regra de valores até US$ 100, mas aí entra outra discussão jurídica se o correto seria isentar as compras que não ultrapassassem US$ 50”, disse Fleury.

Segundo a Portaria MF nº 156, de junho de 1999, os bens que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 50,00, ou o equivalente em outra moeda, estão isentos do Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas. No entanto, há uma interpretação em que a regra possa ser enquadrada no limite de até US$ 100,00.

Eduardo Fleury argumentou que essa regra fazia sentido há alguns anos, quando a internet ainda era um protótipo do que poderia vir a ser e as pessoas não compravam tanto fora do país.

“Esse limite existe antes mesmo da internet, o que fazia sentido, pois as compras internacionais representavam uma parte ínfima da arrecadação, as pessoas compravam por telefone, era tudo bem rudimentar ao compararmos com os dias de hoje”, pontuou.

“Mas agora, com a otimização da internet, as compras aumentaram exponencialmente, além de a fiscalização ter piorado também, porque uma coisa é fiscalizar 100 entregas, outra é fiscalizar milhares de remessas em um curto período de tempo”, acrescentou.

Ampliação dos marketplaces
Em meio ao crescimento da demanda por produtos comprados pela internet, empresas que atuam nos principais marketplaces digitais ampliam o corredor logístico no Brasil.

“As empresas que atuam em plataformas digitais estão ampliando bastante seu corredor logístico no país, para que consigam entregas mais rápidas e, assim, melhorar seu negócio”, pontuou Murilo Viana, especialista em finanças públicas.

A atual taxa de absorção líquida, que é o quanto o mercado alugou de galpões, alcançou o maior patamar da história no primeiro semestre. Nos seis primeiros meses deste ano, o setor já faturou cerca de R$ 2,6 bilhões em contratos de aluguel. Em 2021, o faturamento foi de R$ 4,3 bilhões.

Os dados foram divulgados pela SDS Properties, associada da Associação Brasileira de Logística (Abralog) e pela Fulwood – incorporadora de galpões e condomínios logísticos, que atua há mais de 27 anos no mercado.

“A pandemia impulsionou muito o e-commerce de uma maneira geral, mas agora vemos que ele veio para ficar, o que acaba criando uma disputa por espaço entre as grandes redes”, declarou o economista e engenheiro Frederico Bussinger.

Segundo ele, a ampliação dos corredores logísticos de forma articulada e eficiente facilita o comércio e impulsiona a demanda pelos produtos vendidos pela internet.

“Esse é um mercado disputado por empresas brasileiras e estrangeiras. O Brasil é um mercado muito atrativo, um dos únicos países no mundo com grandes territórios, populações e economias”, disse.

“A questão tributária é algo determinante para o mercado, mas eu acho que a tributação do e-commerce ainda não está totalmente estabilizada, veremos muita coisa ainda pela frente”, completou.

Fonte : https://portaljuristec.com.br/2022/11/03/e-commerce-estrangeiro-cresce-no-brasil-e-gera-discussoes-tributarias/

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