China indica expansão abaixo da meta, o que afeta demanda global

Os governantes chineses praticamente admitiram que o país não cumprirá sua meta de crescimento de 5,5% neste ano e sinalizaram que manterão as medidas de tolerância zero de sua política de combate à covid-19 e adotarão passos cautelosos para apoiar o mercado imobiliário, que está em dificuldades.

O Politburo da China, principal órgão de formulação de políticas do Partido Comunista, informou em comunicado divulgado em 28 de julho, depois de sua reunião econômica trimestral, que pretende manter a economia em funcionamento dentro de “uma margem razoável” no segundo semestre. Também pediu às províncias mais fortes que se empenhem para atingir suas metas anuais de crescimento – um reconhecimento implícito de que as outras não conseguirão fazê-lo.
Poucos economistas esperam que a China cumpra sua meta oficial deste ano de expansão de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), especialmente depois que Pequim anunciou um crescimento de apenas 0,4% no segundo trimestre, em comparação com o ano anterior.

Embora a meta de 5,5% já seja a mais baixa da China em um quarto de século de planejamento econômico, uma taxa de crescimento ainda menor teria implicações para a enfraquecida economia mundial, que nos últimos anos passou a depender da China como um vasto mercado e um elo vital das cadeias de fornecimento.
Nos últimos meses, a economia chinesa foi atingida por uma série de problemas, como os distúrbios no comércio por causa da guerra na Ucrânia, a rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus por todo o país e uma forte desaceleração do setor imobiliário, um pilar da economia chinesa que, segundo alguns especialistas, responde por até um terço do crescimento do país como um todo.

Ao contrário da reunião econômica anterior, em abril, desta vez o Politburo não mencionou explicitamente a meta de crescimento de 5,5%. Limitou-se a declarar que os líderes “se esforçariam para alcançar os melhores resultados possíveis” e manter a economia dentro de “uma margem razoável”.
“A meta de crescimento de 5,5% não é mais um imperativo”, disse ontem Iris Pang, economista-chefe para a China do ING Bank. Ela classificou as medidas de combate à covid do país como o maior desafio à economia no restante do ano. Pang elogiou a decisão de Pequim de engavetar na prática meta de crescimento e disse que é uma atitude inteligente, que evitará o desperdício e a ineficiência de um grande pacote de estímulo fiscal.

No comunicado, o Politburo pediu que governos locais apliquem todos os recursos levantados neste ano com a emissão de bônus especiais, mas não anunciou nenhuma cota nova de bônus nem um adiantamento das cotas de bônus previstas para o ano que vem, como muitos economistas esperavam. Isso sugere que Pequim não está em busca de estimular o crescimento de forma drástica. Segundo o Ministério das Finanças chinês, até agora os governos locais já emitiram 93% da cota de bônus especiais prevista para este ano.
Ainda assim, o Politburo anunciou que adotará políticas para expandir a demanda interna e conceder mais empréstimos às empresas que tiveram de suspender a produção devido à covid-19.

O Politburo ainda abordou diretamente dois desafios interligados: a boicote de compradores de imóveis que pararam de pagar o financiamento – o que agravou as preocupações com o setor imobiliário – e o sistema bancário rural, que depende da venda de imóveis.
Como reação, os líderes chineses disseram que trabalharão para resolver o risco no sistema bancário rural e prometeram estabilizar o mercado imobiliário chinês. O Politburo avisou que os governos locais devem assumir diretamente a responsabilidade por garantir a entrega dos imóveis residenciais inacabados e por proteger os meios de sustento das pessoas, ao mesmo tempo em que dão apoio à demanda orgânica por moradia.

Mas os governantes chineses indicaram que não haverá nenhum desvio de seu objetivo mais geral de controlar o setor imobiliário, com a eliminação da atividade especulativa e restrições ao crescimento alimentado por dívida.
Ao reafirmar que “casas são para morar, não para especulação”, o Politburo contrariou a expectativa de alguns economistas de que Pequim adotaria uma abordagem mais proativa para apoiar as vendas e os preços dos imóveis.

O jornal britânico “Financial Times” informou ontem, porém, que Pequim está preparando um programa 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 148,2 bilhões) em empréstimos para socorrer o setor imobiliário do país. O plano visaria estabilizar o setor de construção residencial, que está altamente endividado. O banco central chinês, disse o FT, citando fontes envolvidas nas negociações, emprestaria inicialmente US$ 29.64 bilhões a juros baixos para os principais bancos chineses, que canalizariam os recursos para as incorporadoras.
O Politburo também sinalizou que amenizará a campanha regulatória que lançou contra o Ant Group e outras grandes plataformas de internet há quase dois anos, ao anunciar que aprovará um lote de investimentos feitos por empresas de internet.

Desde que os problemas econômicos se agravaram na China, líderes chineses vêm minimizando a meta de crescimento. O fraco desempenho do PIB no segundo trimestre significa que a China precisaria elevar o crescimento econômico para cerca de 8% no segundo semestre para atingir a meta – um resultado implausível na falta de alterações significativas na política de covid-zero Pequim.

No fim de junho, numa visita à cidade de Wuhan, onde a covid-19 irrompeu pela primeira vez, no início de 2020, o presidente Xi Jinping disse que preferia que a China aguentasse um sofrimento econômico temporário do que permitir que a covid comprometesse a saúde pública. Disse ainda que o governo “se esforçaria para alcançar um desenvolvimento econômico relativamente bom neste ano”.

O premiê Li Keqiang, também mudou o tom na semana passada, dando menos ênfase à meta. Ele disse que Pequim não recorreria a medidas maciças de estímulo para cumprir “uma meta de crescimento excessivamente alta”. E acrescentou que a prioridade é manter os empregos e os preços estáveis.

Fonte : https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/07/29/china-indica-expansao-abaixo-da-meta-o-que-afeta-demanda-global.ghtml

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Futuro do ecommerce no Brasil é positivo, mas o custo de crescimento deve ser alto

No Brasil, cerca de 70% dos volumes do comércio online são provenientes das vendas de eletro-eletrônicos.
O e-commerce brasileiro deve superar R$ 500 bilhões em 2026. Mesmo com todos os desafios de curto prazo para o varejo e para investimento em tecnologia, o valor ainda é cerca de 40% acima do que eram as projeções pré-pandemia. As perspectivas, portanto, são melhores do que o esperado anteriormente, em termos de GMV — gross merchandise volume ou valor total bruto de vendas —, apesar da desaceleração no ano passado, especialmente desde o segundo trimestre. Esse é o legado dos últimos dois anos para o e-commerce brasileiro, ou pelo menos uma parte importante dele.

Em nossas estimativas, após crescer 66% em 2020 e 31% em 2021, em comparação ao ano anterior, assumimos que as vendas online vão aumentar 12% em 2022, principalmente impulsionadas pelos principais players, que respondem por mais de 2/3 do mercado. E, a partir de então, em média, 19% ao ano até 2026. Trata-se do mesmo ritmo médio de expansão entre 2015 a 2019.

Nos últimos dois anos, as estimativas do mercado endereçável do e-commerce no Brasil já foram revisadas para refletir o crescimento exponencial de venda dos principais players com as mudanças de hábito do consumidor, mas também um legado cujos efeitos devem persistir por muito tempo após o fim da pandemia. São mais vendedores, mais tráfego, mais sortimento, frequência de compra e investimentos em nível de serviço.

Assim, ainda vemos uma tendência secular de crescimento do e-commerce brasileiro nos próximos anos e, diferentemente de mercados mais maduros, com GMV muito maior do que as estimativas pré-pandemia.

Mas no Brasil, com aproximadamente 70% das vendas online provenientes de celulares, eletrodomésticos e eletrônicos (todos impulsionados em 2020 pela maior demanda devido ao Coronavoucher e ao home office), era razoável assumir perspectivas de crescimento muito menores em 2021 e ao longo desse ano.

E, por enquanto, um custo mais alto de capital também impedirá a maioria dos players de manter o ritmo de crescimento dos últimos anos, abrindo caminho para mais consolidação, enquanto as margens, devido à concorrência e inflação ainda alta, permanecerão sob pressão no futuro próximo.

Por isso, acreditamos que há três tendências nos próximos trimestres para o setor online no país: (i) crescimento mais fraco do GMV (afetado por menor renda disponível e restrições de acesso a capital); (ii) foco na rentabilidade das operações (significando menor foco nas categorias não rentáveis, principalmente aquelas com menor ticket médio) e modo de preservação de caixa; e (iii) maior consolidação do mercado entre um pequeno grupo de players, uma tendência que esperamos se acelerar devido a essas condições de mercado menos favoráveis já listadas.

Antes que o mundo tivesse de lidar com o atual cenário inflacionário, o ambiente de juros baixos dos últimos anos, tanto no Brasil quanto globalmente, tornou as empresas de tecnologia mais atraentes, levando a um aumento relevante dos investimentos no setor, tanto para empresas públicas quanto privadas.

Só que, por enquanto, à medida que grande parte da população volta ao trabalho presencial e passa menos tempo em casa, o setor tem sofrido perdas profundas. Os investidores estão preocupados que as empresas impulsionadas pela pandemia estejam perdendo força.

Não por acaso, as ações que dispararam durante o rali da pandemia foram algumas das maiores perdedoras na desaceleração desde o ano passado. Uma reversão que também sinaliza as preocupações dos investidores com o valuation de muitos ativos de risco.

Temores com a inflação e a trajetória de alta das taxas de juros tem provocado turbulências no mercado e um acalorado debate sobre os múltiplos de valuation corretos para as ações de tecnologia no ambiente atual.

Uma das maiores fontes de preocupação é o risco de que o aperto do FED (o banco central americano) leve a economia a uma recessão, prejudicando ainda mais os fundamentos e o sentimento dos investidores. No curto prazo, taxas de juros mais altas reduzem os fluxos de caixa futuros das empresas em metodologias de precificação usadas com frequência.

Para cada aumento de 100 pontos-base no custo de capital próprio (taxa de desconto), em média, o valor de mercado combinado das empresas de tecnologia que cobrimos cai cerca de 15%, o que em parte explica a derrocada das ações. No Brasil, em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica para 13,25% ao ano.

Como parte do mesmo cenário, as pressões inflacionárias e o impacto sobre a renda disponível significam que a demanda será afetada no curto prazo, principalmente para categorias cíclicas e de alto ticket médio como eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

É por isso que, apesar da tendência secular positiva para o e-commerce, vemos o setor em uma posição difícil no curto prazo, o que significa, no mínimo, volatilidade ainda alta. As companhias navegam, nesse momento, em uma perspectiva top-down desfavorável, o que coloca pressão nos fundamentos da maioria das empresas. Além disso, dificilmente as perspectivas de crescimento futuro serão precificadas antecipadamente. O mercado deve seguir com o foco cada vez mais direcionado para valorizar lucratividade, no lugar de crescimento a qualquer custo.

*Luiz Guanais é especialista em varejo e consumo do BTG Pactual

Fonte : https://exame.com/exame-in/especialistas-futuro-do-ecommerce-no-brasil-e-positivo-mas-o-custo-de-crescimento-deve-ser-alto/

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EUA: vendas online chegam US$ 12 bilhões durante Prime Day

As vendas online nos EUA durante o evento de compras Prime Day da Amazon.com Inc saltaram 8,5% em relação ao ano passado, para quase US$ 12 bilhões, com os americanos atingidos pela inflação apostando em itens essenciais e eletrônicos com desconto, mostraram dados da Adobe Índice de Economia Digital. Os membros do programa de fidelidade Prime contabilizaram 100 mil produtos comprados por minuto.

Os compradores foram duramente atingidos por décadas de inflação alta nos últimos meses, que varejistas como Walmart Inc e Target Corp disseram ter levado a compras restritas de produtos discricionários. O aumento dos preços de tudo, de alimentos a roupas, estimulou os consumidores a aproveitar os grandes descontos de vários grandes varejistas dos EUA que pegam carona no Prime Day da Amazon.

“Os consumidores aproveitaram os descontos oferecidos, após muitos meses de preços elevados, online”, disse o vice-presidente da Adobe, Pat Brown.

Os varejistas estão dando grandes descontos para se livrar do excesso de estoque em que estão depois de comprarem farras durante a crise da cadeia de suprimentos da pandemia para atender aos compradores cheios de dinheiro dos cheques de estímulo do ano passado.

A Best Buy anunciou seu evento de compras Prime Day concorrente como “Black Friday em julho” e ofereceu mais de US$ 100 de desconto em smartphones Google e fones de ouvido Sony. Ofertas semelhantes também foram anunciadas na Target e Amazon.

Os brinquedos tiveram os maiores descontos entre os varejistas, com descontos médios de 15%, de acordo com a Adobe. O segmento de vestuário foi descontado em 12%, enquanto os níveis de desconto de eletrônicos ficou em torno de 6%.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/eua-vendas-online-chegam-us-12-bilhoes-durante-prime-day/

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Inflação no comércio eletrônico deve crescer 0,27% em junho

Maiores altas foram nos preços de notebooks, panelas elétricas e bicicletas.

O Índice de Inflação na Internet (E-Flation), que mede a variação no preços dos produtos comprados virtualmente, deve crescer 0,27% em junho, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). No acumulado dos últimos seis meses, o índice deve manter estabilidade.

“Apesar das alterações bastante significativas mês a mês, nos últimos seis exercícios, os preços na internet ficaram praticamente estáveis no acumulado do semestre, ou seja, uma variação positiva de apenas 0,8%. No mesmo período, apenas como referência, pois se trata de uma outra cesta de bens, o IPCA cresceu 5,5%”, analisa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, em nota à imprensa.

Em junho, as maiores altas no E-Flation foram nos preços de notebooks, com aumento de 6,54%; panelas elétricas, com 2,92%; bicicletas, com 2,76%; e lavadora de roupas, com 2,61% aparecem em seguida.

Os itens que apresentaram menor variação de preço foram TVs, com queda de 3,58%; geladeiras, com baixa de 3,17%; fones de ouvidos, com 2,75%; e micro-ondas, com 1,63%. A única categoria a se manter estável no mês foi a de calçados. O Ibevar coletou informações de preços dos produtos mais vendidos no ambiente digital em 35 categorias.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/07/08/inflacao-no-comercio-eletronico-deve-crescer-027-em-junho/

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Luiza Trajano: ‘Não depende da economia, negócio bom a gente compra’

Empresária minimiza queda das ações, diz que varejista vai abrir até 50 lojas este ano e comemora marca de 200 mil sellers na plataforma.

Presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, a empresária Luiza Helena Trajano diz não se preocupar com o mau momento da varejista na Bolsa (as ações do Magalu caíram 67,59% no primeiro semestre). Segundo suas palavras, ela “nem olha”: “O importante é que a empresa está com caixa muito bom, graças a Deus”. E avisa que, após a varejista comprar 21 empresas nos últimos três anos, não vai pisar no freio, mesmo com o cenário econômico adverso: “Negócio bom a gente compra”.

Pela primeira vez, Luiza será garota-propaganda da marca, na Caravana Magalu, que começou em maio e chega agora em João Pessoa, na Paraíba. No evento, a empresa capta vendedores para sua plataforma, que bateu na semana passada 200 mil sellers.

Em entrevista ao GLOBO, concedida dois dias antes de ir à Bienal de São Paulo apresentar o livro sobre ela escrito pelo jornalista Pedro Bial, Luiza conta ainda que pegou “mais uma causa”: mudar o mercado livreiro para evitar o sufoco das pequenas livrarias no país;

O primeiro semestre foi bem ruim para as varejistas, as ações da Magalu caíram muito. Como a senhora vê o cenário de inflação e juros mais altos?

Inflação a gente já estava até esperando, porque toda pandemia dá uma inflação porque diminui o produto. Não se fabrica o que precisa, então está no mundo inteiro. O que acontece no Brasil é que a gente tem que conter a inflação com juros altos. Saímos de um dígito para dois (em juros) muito rapidamente. A área de varejo vendeu muito na pandemia. Quase triplicamos as vendas. Faturamos R$ 54 bilhões ano passado. E aí, lógico, vem a ressaca.

Tanto é que a linha de roupa, de sapato, está vendendo mais que TV, computador, coisas de casa que as pessoas trocaram. Agora, as ações, eu nunca mandei ninguém comprar ação. Quando dá baixa, sou a primeira e minha tia (Luiza, fundadora da rede) a comprar. E, para te falar a verdade, nem olho isso. O importante é que a empresa está com caixa muito bom, graças a Deus.

Estou até indo a campo fazer a caravana. Sou garota-propaganda. A empresa é sólida, é moderna, foi uma das primeiras de lojas físicas do mundo que se digitalizou sem largar a loja física. A gente já sofreu esses altos e baixos de Bolsas. Sou diplomada nisso.

Em maio, começou a rodar a Caravana Magalu, da qual a senhora é a garota propaganda, para captar novos vendedores para o marketplace da empresa. Por que os pequenos são tão importantes para a Magalu?
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Sempre o Frederico (Frederico Trajano, filho de Luiza e CEO da empresa) falou: “A gente vai digitalizar o Brasil pequeno e médio”. Primeiro que faz parte da nossa missão digitalizar o Brasil. Segundo, que o marketplace é o nosso foco, certo? Nós vendemos de tudo no aplicativo. E aí a gente resolveu ir para lugares que estão pouco digitalizados no Brasil.

A gente atingiu 200 mil sellers (vendedores no marketplace). Hoje estamos comemorando. Nós não somos mais uma empresa de varejo. Nós somos um super app. A gente comemorou no rito, batemos palmas (a marca dos 200 mil vendedores). Ter seller conosco vendendo através do Magalu é um dos nossos objetivos. E a gente cresceu muito.

Foi a primeira vez que o Frederico me usou como garota propaganda mesmo. Eu faço filme, estou no outdoor, na rádio convidando. E a gente vai estar olho no olho. Eles (empresários) vão poder ver cursos que nós compramos, o que eles podem fazer, gratuito. Eu vou ser madrinha da loja física deles. Tem uma identidade.

O Magalu foi muito pioneiro na digitalização. Qual é a sua relação com a tecnologia?
Eu sempre fui muito novidadeira. Eu nem conseguia escrever um livro porque amanhã já tinha acabado o ontem para mim. O (Pedro) Bial é que foi persistente. Eu mesma dei pouquíssima entrevista no livro.

Eu dei mais agora que estou defendendo os livreiros. Aí, eu sempre comprei tudo o que é novo, celular, tablet. Mas eu nunca, até uns oito anos atrás, tinha entrado nas redes sociais. Aí eu pedi ao meu netinho que, na época tinha 5 anos, o mais velho disse: “Treina, treina, treina todos os dias, não desiste”.

Eu faço as minhas redes sociais. Eu acompanho, eu respondo e eu fui aprendendo. Não sou uma expert, mas eu aprendo e sou esforçada para aprender, sabe? Quando eu abri meu Instagram, minha filha falou “Puxa, que fotos horríveis e você ainda abre?”. Eu falei: “Menina, eu sou pública”. Você aprende.

Eu fico curiosa descobrindo o que lança o que não lança, como que faz, como que o story fica melhor, não fica. Sou curiosa. Me exige muito mais do que um jovem que já sabe. Mas eu falo nas minhas palestras: “Se eu consegui, qualquer um consegue”.

E como é a campanha com os livreiros?
Antes de pensar no livro, logo que começou a pandemia, logo que comecei o Unidos pela Vacina (movimento para ajudar a levar a vacina da Covid a todo o Brasil), eu fui convidada por vários grupos, cientistas, médicos, inclusive livreiros. Essas lives. E lá eu descobri uma coisa, gente: o que acontece em um país em que o livro é muito importante? Durante um período que você lança o livro, de seis meses a um ano, ninguém pode abaixar o preço do livro. Porque se abaixar, quebra os pequenos.

Fiquei sabendo nessa live (com os livreiros). Como eu sou comerciante, entendi rápido. Os grandes colocam isso como chamariz, a gente chama de boi de piranha. O livro está vendendo muito, eles abaixam o preço para poder chamar outros livros. Aí os pequenos quebram. Fiquei com isso na cabeça. Quando veio meu livro, eu achei que pudesse vender. Eu perguntei para a editora o que poderíamos fazer. Junto com um advogado nosso fizemos um contrato que se abaixar (o preço) o livro, ela (a loja) para de receber. É o único jeito que eu posso.

Outra coisa que eu cuidei foi de logística. Antes de lançar, eu queria que estivesse em todas as pequenas livrarias do Brasil inteiro. Eu acompanhei. Todo mundo queria que eu lançasse na Arena Magalu, que é imensa aqui, toda digital. Eu falei que não, quero lançar numa livraria, e lancei na da Cultura, que foram 1.500 pessoas. Compraram de tudo.

E agora aonde eu for eu vou lançar em uma livraria, pequena que seja. Não dei livro para ninguém, nem para minha assistente. Eu digo para elas comparem na livraria. É mais uma causa que eu estou pegando e parece que aí todo mundo começa a entender, porque eu sou boa para explicar, né.

Como estão enfrentando a concorrência das varejistas asiáticas? A Shopee chegou a superar a Magazine Luiza no download de aplicativos.
A concorrência sempre é saudável, eu nunca deixei falar mal de concorrência, mas acho que tem que ter o mesmo jogo. Se é para não pagar (imposto), que ninguém pague. Se é para pagar, que todo mundo pague. É o que IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) está lutando.

Como é que pode chegar de fora, não gera emprego aqui e, de repente, não tem a mesma igualdade de deveres (tributários). Por exemplo, não paga imposto e a gente, o varejo, paga 38%, 40%. Então, ninguém do varejo está contra a concorrência. Estamos contra a desigualdade que existe.

O Magazine Luiza fez várias aquisições sobretudo nesse momento de digitalização. Vai seguir o ritmo ou pisar no freio com a economia mais desaquecida?
Independentemente da economia, nós sempre crescemos e estruturamos. Negócio bom a gente compra. As nossas empresas (compradas pela rede), acho que foram 21 nesses últimos três anos, foram dentro de três pilares: tecnologia, para facilitar cada vez mais; diversidade, maior número de produtos, no Magalu tem de tudo, foi o nosso lema; e na parte de logística. A gente abriu 140 lojas físicas por ano nestes últimos três anos. Agora, nós vamos abrir mais 40 a 50 neste ano ainda.

Valeu a pena ter ido para o Rio?
Ah, a gente ama ter ido para o Rio. A gente tinha muito medo de segurança, minha tia até, né? (Luiza Trajano já falou que a rede não vinha para o Rio porque sua tia, fundadora da empresa, tinha medo de assaltos). E o Rio não tem nada mais do que a gente vive, sabe.

Quero tirar essa imagem do Rio. Lógico, tem assalto em loja por causa de celular. Mas o Rio não tem mais do que outros estados. Esse sempre foi o medo da minha tia porque ela sempre foi muito preocupada com a vida dos funcionários, dos clientes.

O programa para trainees negros criou muita polêmica quando foi lançado. Três anos depois, quais foram os resultados? E quais são os próximos passos?
A gente faz o que sempre fez essas frentes. Eu fiz de mulher, quando na época não tinha mulher. Há 13 anos, eu saí falando que era a favor de cota. Apanhava. Apanhava da própria mulher. Meritocracia, né. Está bom, então. Oportunidade para todos. Depois, coloquei a questão da violência contra a mulher dentro da empresa com linha direta, diversidade, aqui é proibido. Uma das nossas normas é proibido qualquer tipo de preconceito. A gente tem depoimentos maravilhosos aqui.

Aqui na empresa eu tenho o destaque do mês. Vários de todas as áreas. E eu comecei a ficar impressionada que a hora que eu dava a palavra, bem bate papo, “Eu entrei grávida, sou muito grata”. A gente faz tão naturalmente que eu falei para o TV Luiza pegar uns depoimentos de duas grávidas porque todo destaque tem duas agradecendo, porque eu quero até mostrar para os meus companheiros que, quando contrata grávida ela fica tão grata que vira destaque (ou seja, funcionário com bom desempenho dentro da empresa).

Esses dias eles fizeram um filme sobre as grávidas. Comecei a perceber que as grávidas entravam, tinham o bebê e depois queriam produzir tanto que virava destaque e eu nunca pensei nisso.

Vou falar do negro. Eu sempre trabalhei o movimento negro, mesmo no Mulheres do Brasil. Eu falava para a diretora de RH: “Põe mais dois, três trainees que eu pago do Conselho. Vamos botar trainee negro, não aparecia”.

Aí o Frederico fez uma estatística em janeiro de 2019 e viu que tem muito negro até gerente, mas não tem de diretor executivo e falou para elas. Elas disseram: “Olha, a Luiza sempre pede e nunca aparece”. Ele teve a brilhante ideia de fazer um treinamento só para negros. E quando foi uma sexta-feira às 15h ele lançou e me chamou. Foram 72 horas que eu nunca vi tanta paulada na minha vida, foram profundas, não compra mais, muito foram agressivos. Aí no domingo o Frederico mandou uma carta “Gente, estou querendo mudar a minha empresa, não estou querendo mudar o mundo”. Quem não quiser, não muda, ele quis dizer. Que ele assustou um pouco até.

Agora vou te contar os ganhos. Em um ano que eles ficaram aqui (os trainees), eles fizeram um documentário de 20 minutos que eu transformei em três e mostro nas minhas palestras. Vocês não acreditam. Não tem ninguém que não se emocione, mesmo aqueles que acham que é mimimi. É uma coisa tão verdadeira. O que ganhamos? Primeiro, que o nível deles é maravilho. Quando sobra 30 para 20 vagas, quem entrevista os 30 são os executivos. E na época eles disseram que tinha horas que tinham que desligar o vídeo de tão emocionados que ficavam. Se você vier ao Magazine, tem muito colorido e, além disso, representam muita a parte da população.

A gente começou sem pedir inglês completo. Não teve um que que não tinha, olha que interessante. A única coisa que aumentamos foi a idade, porque como eles não tinham oportunidade levamos até 27, 28 anos. E eles vão rapidamente para cargo mais alto. O mundo inteiro pede opinião para nós. O mundo inteiro.

Eu fico surpresa agora que ganhei estes prêmios. Ganhei prêmio na Inglaterra, pela Financial Times, entre as 25 mulheres mais… e pela Times, e pela Câmara Econômica Brasil- EUA. Então, eu dei muita entrevista internacional. É impressionante o que eles falam do programa de trainee. É um ganho muito grande.

A empresa lançou um programa para pessoas mais velhas. É uma iniciativa que veio do Mulheres do Brasil?
O grupo Mulheres do Brasil tem um comitê de 50+ e a gente trabalha muito isso. O Magazine ajuda Mulheres e o Mulheres ajuda o Magazine. Eu não dependo de uma coisa para fazer. Nós começamos em Franca, no SAC, botar pessoas de 50+ e tem sido uma experiência muito legal. Estamos fazendo um período de experiência para depois aumentar.

Pensa em se aposentar um dia?
Não penso, não. De jeito nenhum. Acho que se eu ficasse à toa, eu daria tanto trabalho para todo mundo, para os meus filhos. Eu não tenho muito tempo, é uma delícia. Acho que nem dá muito tempo de pensar na velhice. E eu faço com muito amor tudo o que eu faço, sabe? Eu faço para os outros o que gostaria que fizesse para mim.

Fonte : https://economia.ig.com.br/2022-07-11/luiza-trajano-economia-compra-acoes-magalu.html

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Brasil retorna ao grupo das 10 maiores economias do mundo

Em ranking elaborado a partir das estimativas do FMI para este ano, PIB brasileiro cresce 14% em dólares e ultrapassa Rússia, Coreia e Austrália

Impulsionada pela valorização recente do real, a economia foi alçada de volta ao clube das dez maiores economias do mundo, clube que não frequentava desde 2019. O ranking foi elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating, a partir das estimativas para a atividade econômica dos diversos países feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado pelo Fundo para este ano ficou em US$ 1,833 trilhão, 14% maior que o indicado ainda por dados preliminares para o PIB de 2021, também denominado em dólares. O bastante para ultrapassar por pouco mais de US$ 4 bilhões o PIB da Rússia, a 11ª colocada no ranking.

Além da Rússia, o Brasil ultrapassou também Coreia e Austrália, que este ano ocuparão a 12ª e a 13ª posições, respectivamente. A economia brasileira alçara o patamar das dez maiores do mundo em 2006, após ter caído desse grupo cinco anos antes. No ano passado, o PIB brasileiro ficou na pior colocação desde 2004, quando também havia sido o 13º colocado.

No ranking elaborado sobre as estimativas do FMI para este ano, a China, que em 1995 ficava logo atrás do Brasil, na nona posição, se consolida no segundo lugar. O PIB chinês projetado para este ano já beira os US$ 20 trilhões, mais de dez vezes superior ao brasileiro. Até 2027, conforme as projeções do Fundo, encostará nos Estados Unidos, primeiro colocado do ranking, que então já terá um PIB superior a US$ 30 bilhões.

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2022/06/brasil-retorna-ao-grupo-das-10-maiores-economias-do-mundo.ghtml

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Vendas do varejo crescem 6,9% em maio, segundo ICVA

As vendas no varejo em maio de 2022 cresceram 6,9%, descontada a inflação, em comparação com igual mês de 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apresentou alta de 23,9%.

A expansão das vendas está relacionada à base comparativa de maio do ano passado, período atingido por restrições ao funcionamento do comércio graças à Covid-19. O mesmo fenômeno foi registrado nos meses anteriores, segundo o índice.

Segundo a Cielo, efeitos de calendário, no entanto, prejudicaram o índice este ano. Houve uma terça-feira a mais, dia de movimento menor no comércio, e um sábado a menos, dia em que as vendas costumam ser mais fortes, em comparação com o mesmo mês de 2021. Eliminando estes efeitos, em termos nominais, o varejo apresentou crescimento de 24,2%. Na visão deflacionada, o aumento no volume de vendas foi de 7,1% sem os efeitos de troca de dias.

Na opinião de Diego Adorno, gerente de produtos de dados da Cielo, o varejo continua em recuperação.  “O mês de maio é o sétimo seguido de alta nas vendas, mas é possível observar uma desaceleração em relação ao mês anterior. Isso acontece porque o comércio em maio do ano passado, objeto da comparação, sofreu menos com restrições do que o mês de abril de 2021. Excluindo a inflação, o varejo ainda não voltou ao patamar observado antes da pandemia”, afirma.

Inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 0,47% no mês de maio, desacelerando em relação ao índice registrado no mês anterior. O grupo que mais impactou o índice foi o de Transportes, com alta de 1,34%.

Setores

Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, todos os macrossetores apresentaram alta em relação a maio de 2021.

O destaque no macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis foi o segmento de vestuário, segundo o índice.

No macrossetor de Bens Não Duráveis, um dos segmentos que mais colaboraram para o aumento do faturamento foi Postos de Gasolina.

Já o macrossetor de Serviços, Turismo e Transporte foi o segmento com maior crescimento.

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões apresentaram crescimento em relação a maio do ano passado. A região Sudeste registrou alta de 8,3%, seguida da região Norte (+7,5%), Sul (+7,2%), Nordeste (+4,5%) e Centro-Oeste (+4,4%).

Segundo o ICVA nominal com ajuste de calendário na comparação com maio de 2021, as vendas na região Sudeste cresceram 27,1%, seguida da região Sul (+21,4%), Nordeste (+20,9%), Norte (+19,5%) e Centro-Oeste (+19,2%).

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-cresce-maio-icva/

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Varejo retoma aos números pré-pandemia, porém novo fator gera muita preocupação; entenda

As empresas de capital aberto no varejo de moda já estão conseguindo registrar níveis de pré-pandemia com a volta dos consumidores nas lojas, crescimento da receita, dos lucros e das margens, de acordo com o conjunto de balanços do 1º do trimestre do segmento. Porém, depois do pior cenário da pandemia do coronavírus, estão aparecendo outros desafios pela frente, como a alta da inflação e dos juros.

Na visão de Danniela Eiger, head de varejo e co-head de Equity Research da XP, o crescimento dos preços provoca um impacto generalizado, porém, certas empresas conseguem se diferenciar entre si em decorrência do seu público-alvo. 

Segundo ela, empresas que tem foco no público de alta renda, como Grupo Soma e Arezzo, podem se sobressair já que oferecerem uma maior resiliência e contam com um crescimento orgânico mais consistente.

Porém, para as outras empresas, a XP enxerga que o cenário macroeconômico terá maior peso, considerando a já alta inflação que pode subir ainda mais e o poder de compra encolhido da população. “Neste aspecto a Renner  é uma boa opção para se ter nesse setor, pois está posicionada acima dos seus pares e já teve correção de valuation, com destaque tanto para crescimento quanto de rentabilidade”, disse Danniela ao InfoMoney.

Retorno as lojas 

O respiro dos momentos mais tensos da pandemia, fez com que as atividades comerciais do país retomassem os atendimentos. Agora a projeção é que categorias como vestuários e calçados, que por conta da pandemia deixaram de ser prioridade para uma parcela dos brasileiros, voltem a chamar a atenção dos consumidores, por terem uma demanda reprimida.

“Isso foi refletido com mais força no varejo físico por conta da reabertura das lojas, a normalização do cotidiano das pessoas e os shoppings que estão com tráfego melhor. É uma categoria que tem correlação com eventos, com sair de casa, ir a um casamento, festa ou aniversário”, explicou Danniela ao InfoMoney.

Porém, ela diz que existe uma evidente disparidade entre empresas de baixa e de alta renda. 

“De baixa renda, a C&A (CEAB3) teve uma aceleração de crescimento, mas ainda com margens pressionadas, pois não conseguiu repassar totalmente o preço aos consumidores. A C&A teve inclusive Ebitda negativo. Já a Renner (LREN3) teve aceleração mais forte do crescimento, mas também tem uma dinâmica de margem bastante comprimida. A expectativa é que a Renner tenha cada vez mais uma trajetória de recuperação de vendas e de rentabilidade”, finalizou Danniela.

Fonte : https://fdr.com.br/2022/05/23/varejo-retoma-aos-numeros-pre-pandemia-porem-novo-fator-gera-muita-preocupacao-entenda/

Como foi o Dia das Mães 2022 no varejo?

Ainda que a CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), tenha calculado que o volume de vendas para o Dia das Mães 2022 seria mais baixo que o do ano anterior, a segunda data comemorativa mais importante para o comércio não deixou a desejar no varejo.

Segundo o Índice Cielo de Varejo Ampliado, as vendas para o Dia das Mães cresceram 18,1% em comparação a 2021. Ceará, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados que tiveram melhor performance. Os dados foram apurados na semana de 2 a 8 de maio.

Para o economista Reinaldo Cafeo, associado regional da Fundação Dom Cabral (FDC), a demanda reprimida de dois anos de pandemia de covid-19 fez com que as famílias optassem por “tirar o atraso” e presenteassem mais, contrariando as previsões mais pessimistas.

“Nestes últimos dois anos as famílias se distanciaram um pouco. Notadamente os filhos que moram fora não se deslocaram para comemorar o Dia das Mães, os encontros aconteceram de maneira remota. A volta do presencial este ano, já com vacina e sem máscara, fez com que, mesmo diante das dificuldades, o brasileiro acabasse sacrificando uma parcela do seu orçamento para presentear e até fizesse uma compra maior”, diz.

O economista ainda destaca alguns segmentos que tiveram uma performance particularmente boa nesta retomada, como o de flores, o de calçados e o de eletrônicos de valor agregado menor. Já o setor de vestuário e de eletrônicos de valor agregado maior não tiveram alta tão expressiva. Além desses, são segmentos de produtos tradicionais para a data cosméticos, perfumaria, joalheria, ótica, entre outros.

Lojas físicas foram o destaque do Dia das Mães 2022

Ainda de acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado, enquanto o e-commerce teve alta de 5% no período de 2 a 8 de maio, as vendas nas lojas físicas cresceram 20%.

A Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shoppings (Ablos), que reúne um grupo de tradicionais empresários do varejo, também registrou crescimento de vendas após dois anos difíceis de pandemia – em 2020, inclusive, o comércio físico estava fechado na data. Segundo a Ablos, houve um aumento de 36% nas vendas em relação ao mesmo período comemorativo de 2021.

“Na pandemia e com as medidas de isolamento, as pessoas se distanciaram da compra presencial, mas agora certos produtos querem retomar este modelo. Basta ver os consumidores no shopping, no comércio de rua… É aquela certa ansiedade, a pessoa quer ver, quer experimentar”, explica o economista Reinaldo Cafeo.

Para ele, as vendas online vão continuar sendo um importante instrumento de trabalho, mas não irão crescer na mesma velocidade que vinham crescendo. “O lojista se deu conta que não precisa ficar limitado a um tipo de venda e daqui pra frente cada vez mais vai apostar neste ambiente híbrido: a loja aberta por um período com o produto exposto 24 horas na internet. Quem souber dominar esses dois modelos com certeza terá uma vantagem competitiva e se dará melhor até o fim do ano”, afirma.

Inflação alta, presente mais caro

Não só as vendas cresceram no Dia das Mães 2022, o valor da compra também foi mais alto. Conforme levantamento feito pela SmartHint, sistema de busca inteligente pertencente ao grupo Magazine Luiza, o valor médio gasto no site em cada compra saltou de R$ 351,45 para R$ 416,69 em comparação ao ano anterior.

Os dados vão ao encontro do que apurou a pesquisa da Behup para a Globo, que entrevistou 800 pessoas sobre a data. Segundo o estudo, 54% dos consumidores pretendiam manter os gastos com o presente de Dia das Mães, 28% tinham a intenção de aumentá-los e somente 18% gostariam de diminuí-lo.

Reinaldo Cafeo explica que existem alguns fatores envolvidos nesta mudança de padrão de compra. “Primeiro tem a questão da retomada: a pessoa ficou dois anos sem dar presente, agora quer tirar o atraso aumentando a régua. Assim, acaba comprando um presente melhor”, fala. Além disso, segundo o associado regional da Fundação Dom Cabral, uma inflação de dois dígitos inevitavelmente traz preços mais elevados.

“Os lojistas aprenderam a lidar com essa questão sazonal positiva, com o apelo comercial destas datas, e têm que continuar investindo nas vitrines, no bom atendimento e no modelo híbrido. Há a melhora do ambiente de venda, no entanto não será nada muito expressivo ao decorrer do ano. Se o setor repuser a inflação dos últimos doze meses, então estou falando em um aumento de 10 a 12%, já pode comemorar”, avalia.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2022/05/17/como-foi-o-dia-das-maes-2022-no-varejo/?utm_campaign=news-cm-180522&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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Sea, dona da Shopee, faz alerta sobre riscos da inflação para o e-commerce

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil

O grupo de tecnologia Sea, com sede em Cingapura, anunciou na última terça-feira (17), que a inflação e o aumento das taxas de juros podem representar “incertezas” para seus negócios de comércio eletrônico, à medida que os consumidores retornam às lojas físicas após o relaxamento das restrições do covid-19.

A empresa de jogos on-line e comércio eletrônico listada em Nova York registrou um prejuízo líquido de US$ 580 milhões no trimestre de janeiro a março, aumentando em relação aos US$ 422 milhões no mesmo trimestre do ano passado, uma vez que continuou a gastar agressivamente em marketing.

A receita do grupo foi de US$ 2,89 bilhões, um aumento de 64% no ano, graças ao crescimento da receita em todas as suas linhas de negócios.

Os resultados da Sea ocorrem quando as ações de tecnologia que cresceram durante a pandemia perdem parte de seus ganhos em todo o mundo com a reabertura das economias. A Sea não é exceção. A venda massiva de ações eliminou cerca de 80% de seu valor de mercado de seu pico em outubro do ano passado.

Os temores de inflação e recessão na região podem complicar o caminho da empresa de volta ao lucro ao enfraquecer os gastos.

“As atuais microtendências e incertezas podem afetar nossa região e o mundo no curto e médio prazo”, disse o executivo-chefe (CEO), Forrest Li, em uma teleconferência.

O grupo de tecnologia desfrutou de um “boom” durante a pandemia, quando houve um grande afluxo rumo aos seus serviços digitais. As vendas no ano passado mais que dobraram em seu negócio de comércio eletrônico Shopee.

O forte crescimento da Sea veio por trás de grandes gastos com marketing e recompensas para ganhar uma fatia de mercado maior no Sudeste Asiático, onde rivais como GoTo – uma fusão entre Tokopedia e Gojek – competem por usuários. Também expandiu seus negócios de comércio eletrônico para a América Latina e Europa durante a pandemia.

Desde o trimestre de outubro a dezembro, no entanto, a Sea perdeu força nas vendas e engajamentos on-line à medida que mais economias asiáticas emergem da pandemia. Nos primeiros três meses de 2022, os usuários ativos trimestrais em jogos on-line caíram para 615,9 milhões, recuando pelo segundo trimestre consecutivo.

Em março, a Sea previu receita de entretenimento digital entre US$ 2,9 bilhões e US$ 3,1 bilhões para todo o ano de 2022, abaixo dos US$ 4,3 bilhões do ano passado. Esperava-se que o crescimento das vendas de seus negócios de comércio eletrônico caísse pela metade, para cerca de 76% este ano a partir de 2021.

Desde então, a pressão inflacionária se fortaleceu em Cingapura e nos países vizinhos do Sudeste Asiático.

Na terça-feira, a Sea ampliou a previsão de vendas de comércio eletrônico de US$ 8,5 bilhões para US$ 9,1 bilhões, dos US$ 8,9 bilhões anteriores para US$ 9,1 bilhões. “Ainda achamos que a previsão original é potencialmente alcançável para nós, mas dadas as tendências econômicas, queremos ser cautelosos”, disse Yanjun Wang, diretor corporativo da Sea.

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil. Em março, a Sea saiu de seus negócios de comércio eletrônico na Índia “em vista das incertezas do mercado global”, após uma retirada da França. Ambos foram mercados em que a empresa entrou apenas em outubro.

A concorrência deve aumentar na região depois que a GoTo se tornou pública em abril. “Sempre levamos a concorrência muito a sério”, disse Wang. “Não a vemos como um jogo de soma zero. Vemos como uma maratona, onde nosso sucesso depende de nossa capacidade de execução.”

Sea disse que está “no caminho certo” para o negócio de comércio eletrônico alcançar EBITDA ajustado positivo [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] antes da alocação de custos da sede no Sudeste Asiático e em Taiwan.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/05/18/sea-dona-da-shopee-faz-alerta-sobre-riscos-da-inflao-para-o-e-commerce.ghtml

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