Câmara aprova Mover e alíquota de 20% sobre compras de até US$ 50

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria a nova política automotiva brasileira, o Mover, e acaba com a isenção tributária para compras internacionais de até US$ 50, ao taxá-las com 20% de Imposto de Importação.

A tributação efetiva sobre os produtos deve alcançar cerca de 44,5%, já que também pagam 17% de ICMS para os Estados. A cobrança começará imediatamente após a sanção, que pode ocorrer ainda esta semana, e será aplicada inclusive sobre produtos que já foram comprados, mas não entraram no país antes da data em que a nova alíquota entrar em vigor.

Ainda falta a análise dos destaques dos partidos para modificar o projeto, mas todos são sobre questões envolvendo a nova política automotiva do governo e nenhum deles se refere à taxação das compras internacionais. Por acordo, todos os partidos – do PL ao Psol – tiraram os pedidos por alteração sobre este trecho do projeto.

A votação dos destaques será ainda nesta terça-feira e, já na quarta-feira, o projeto deve ser analisado pelo plenário do Senado Federal. O objetivo é aprovar o projeto a tempo de que seja sancionado antes de a medida provisória (MP) do programa Mobilidade Verde e Inovação, o Mover, perder a validade na sexta-feira.

O acordo ocorreu após semanas de negociações e muita pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para uma negociação que protegesse a indústria e varejo nacionais da concorrência com os marketplaces estrangeiros, em especial os chineses, como Shein, Alibaba e AliExpress. Por fim, a taxação recebeu apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que se comprometeu a não vetá-la.

A alíquota que será cobrada foi um “meio-termo” encontrado ao longo das negociações. A proposta original do deputado Átila Lira (PP-PI), relator do projeto, era taxar as compras abaixo de US$ 50 com a mesma alíquota de 60% de Imposto de Importação já cobrada dos produtos acima dessa faixa de preço, o que resultaria numa alíquota efetiva de 90%.

Já integrantes do PL e do governo Lula defendiam manter a isenção com o argumento de que os produtos são adquiridos pela população mais pobre.

Ao longo do debate, a alíquota proposta baixou para 45% e 25%, até que, nesta terça-feira, o acordo foi fechado para a taxação em 20%. Decisão que não agradou totalmente nem os empresários brasileiros, que queriam uma cobrança maior, e nem os estrangeiros, que alegam que o imposto ficará em 44,5% no total, enquanto a média mundial é de 22%.

O presidente Lula chegou a dizer que poderia vetar a taxação, caso aprovada pelo Congresso, preocupado com o impacto em sua popularidade e nas relações com a China, maior parceiro comercial do Brasil. Mas se comprometeu a sanciona-la após encontro com Lira à tarde.

“É uma concertação de todos os partidos, com o Poder Executivo, para proteger a indústria nacional”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG). “O mundo inteiro se protege e é natural que o Brasil também tenha mecanismos para proteger suas empresas e garantir uma concorrência equilibrada”, disse.

O ex-presidente Bolsonaro foi às redes sociais defender, horas antes da votação, que seu governo “sempre foi contra qualquer taxação, majoração ou criação de novos impostos” e que era contra “qualquer projeto que onere ainda mais o cidadão brasileiro”.

O PL, partido dele, contudo, apoiou o projeto e tinha alguns dos principais defensores da cobrança, como os presidentes das frentes parlamentares do Empreendedorismo, deputado Joaquim Passarinho (PA), e do Comércio e Serviços, Domingos Sávio (MG).

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) foi um dos mais ativos para desgastar o governo sobre o tema nas redes sociais e afirmou que não concordava com o acordo — apoiado, inclusive, pelo partido dele, o União Brasil. “O governo Lula não mexe com o rico que tem condição de sair do país e aproveitar a isenção comprando lá fora, mas taxa o pobre”, disse.

A discussão maior foi em torno do fim da isenção para as importações, que “pegou carona” no projeto de lei do Mover, mas o programa para a indústria automobilística também causou discussões no plenário.

O PL acusou o governo de tentar fugir das amarras do Orçamento ao criar um fundo privado para gerir os R$ 19 bilhões em incentivos fiscais para as montadoras. O Executivo rebateu que isso permitirá investimentos de R$ 100 bilhões no desenvolvimento de veículos menos poluentes, movidos a etanol e eletrificação.

Fonte : https://valor.globo.com/politica/noticia/2024/05/28/camara-aprova-mover-e-aliquota-de-20percent-sobre-compras-de-ate-us-50.ghtml

E-shopping leva transmissão ao vivo a outro patamar

A semana do Natal ao Ano Novo é normalmente precedida por picos de compras em muitas partes do mundo; mas na China, a transmissão ao vivo faz com que as pessoas façam compras on-line o tempo todo. Os vendedores atuam como anfitriões ou apresentadores e ficam em frente às câmeras para vender uma infinidade de produtos, serviços, tecnologias e conteúdo em tempo real.

Seus estúdios ou salas podem ser instalações de nível profissional ou espaços simples equipados com suportes comuns para smartphones, equipamentos de iluminação e microfones específicos. Seja o que for que eles tentem vender, esses influenciadores são tão eloqüentes quanto radiolocutores.

Crucialmente, eles injetaram nova vitalidade nas plataformas tradicionais de comércio eletrônico, atraindo a atenção dos consumidores e aumentando as vendas.

Dados do Tmall, o mercado on-line do Alibaba com marcas estabelecidas, mostraram que os compradores chineses preferem pechinchas por meio de transmissão ao vivo em plataformas de comércio eletrônico.

As vendas através de 29 salas de transmissão ao vivo do Taobao Live, braço de transmissão ao vivo do Alibaba, ultrapassaram 100 milhões de yuans (US$ 14 milhões) durante um breve período após o festival de compras do Dia dos Solteiros, que dura várias dias, ter começado às 20h do dia 31 de outubro.

À medida que o crescimento do setor tradicional de comércio eletrônico da China avança, a maioria dos vendedores online enfrenta dificuldades em conquistar novos clientes. Neste contexto, a transmissão ao vivo desempenha atualmente um papel cada vez mais vital para ajudá-los a obter novos fluxos de dados em cidades de nível inferior e até mesmo em áreas rurais.

De acordo com a consultoria de mercado iiMedia Research, o segmento de comércio eletrônico da China baseado em transmissão ao vivo obteve uma receita de vendas de 1,4 trilhão de yuans em 2022, um aumento de 19,5% em relação a 2021. Prevê-se que atinja 2,1 trilhões de yuans em 2025.

“A transmissão ao vivo tornou-se um método chave amplamente adotado pelas marcas de consumo para reter os utilizadores existentes, captar novos e aumentar as receitas de vendas”, disse Cui Lili, diretora do Instituto de Comércio Eletrônico da Universidade de Finanças e Economia de Shanghai.

Existe uma relação interdependente entre os principais apresentadores de transmissão ao vivo e as plataformas de comércio eletrônico. Portanto, os influenciadores da transmissão ao vivo ou as celebridades da Internet deveriam oferecer conteúdo de alta qualidade, e não apenas vender produtos, para atrair mais tráfego de usuários, ponderou ela.

Além disso, agora a transmissão ao vivo com apresentadores virtuais é uma nova tendência. A consultoria global Forrester afirmou que mais marcas business-to-consumer estão usando apresentadores virtuais para atrair jovens consumidores com experiência digital que buscam novidades. Apresentadores virtuais custam menos. Além disso, são uma solução para não envolver marcas aos possíveis escândalos das celebridades.

A Qianxun Holdings, uma das principais empresas de transmissão ao vivo da China, lançou um serviço de hospedagem de IA e uma plataforma completa de serviços de transmissão ao vivo de IA.

Tao Yadong, sócio da Qianxun Holdings e CEO da Qianyu Intelligence, disse que custa cerca de 150 mil a 250 mil yuans por mês para administrar uma sala tradicional de transmissão ao vivo com uma dúzia de trabalhadores e equipamentos. Em comparação, os proprietários de marcas só precisam gastar vários milhares de yuans para operar uma sala virtual de transmissão ao vivo dirigida por um apresentador virtual.

O desempenho dos apresentadores virtuais em termos de volume bruto de mercadorias, duração média da visualização, número de espectadores e taxas de transação é melhor do que o dos apresentadores humanos, observou ele.

‘http://portuguese.people.com.cn/n3/2023/1225/c309807-20114469.html

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Greve dos auditores da Receita Federal atrasa recebimento de compras internacionais

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal segue causando transtornos não só para o Ministério da Fazenda, mas também para quem fez compras internacionais antes e durante o 11.11 e na Black Friday.

Isso porque os pacotes de encomendas se acumulam em galpões de aeroportos e caminhões fazem filas em portos e fronteiras do país. Apenas no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, são mais de 200 mil remessas internacionais represadas.

O Sindicado dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) diz que a greve da categoria já dura duas semanas e, apesar das ordens judiciais, eles devem continuar lutando pelo reajuste do chamado “bônus de eficiência”.

Em negociação recente com o governo, os auditores consideraram a proposta “muito inferior ao que foi acordado em 2017”. Por isso, a tendência é de que as negociações continuem acontecendo ao longo das próximas semanas.

Enquanto isso, cerca de 30% dos auditores seguem trabalhando, mas em um ritmo mais lento que a demanda. Os auditores também estão fazendo uma ação chamada “Dia do canal vermelho”.

Neste dia, os profissionais intensificam o rigor nas fiscalizações, verificando todas as encomendas que passam nos portos, aeroportos e fronteiras.

Durante a operação, todos os produtos irregulares que poderiam passar em uma “análise por amostra” acabam sendo tributados ou apreendidos.

Por enquanto, não há previsão para o fim da greve, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, nesta semana, que os trabalhadores do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) retomem a atividade.

‘https://www.tudocelular.com/mercado/noticias/n215137/greve-auditores-receita-federal-atrasa-importacoes.html

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Alibaba fará IPO de empresa de logística Cainiao

A Alibaba planeja listar a sua subsidiária de logística Cainiao na Bolsa de Valores de Hong Kong. A informação foi divulgada por meio de um arquivamento regulatório publicado ontem (26).

A gigante chinesa cita que continuará a deter mais de 50% das ações da Cainiao mesmo com a listagem. Essa ação faz parte de uma das reestruturações mais radicais na história da Alibaba.

Em março, a empresa anunciou que dividiria sua estrutura em seis unidades de negócios, a maioria das quais poderá levantar fundos externos e abrir capital.

A Cainiao é a primeira dessas empresas a entrar oficialmente com um pedido de oferta pública inicial (IPO).

Vale destacar que os planos de IPO da Cainiao ocorrem após a Alibaba anunciar uma grande reestruturação de liderança em junho, quando o ex-CEO Daniel Zhang renunciou e foi substituído por Eddie Wu. Zhang, que manteve a liderança da unidade de computação em nuvem, surpreendeu ao sair do negócio neste mês. Wu assumiu como chefe da divisão de nuvem da Alibaba.

A Alibaba confirmou que a Bolsa de Valores de Hong Kong aceitou a listagem da Cainiao. Detalhes sobre o preço das ações ou a data prevista para a listagem ainda não foram divulgados.

A gigante do e-commerce afirmou que o IPO melhorará o “perfil independente da Cainiao perante seus clientes, fornecedores e potenciais parceiros estratégicos, o que ajudará a Cainiao a estar em uma melhor posição para negociar e atrair mais negócios”.

A Alibaba ainda acrescentou que a listagem “levará a um maior alinhamento das responsabilidades e prestação de contas da gestão” tanto da Alibaba quanto da Cainiao com seu desempenho operacional e financeiro.

Além da Cainiao, a Alibaba também está buscando listar seu negócio de computação em nuvem, embora ainda não tenha apresentado oficialmente um pedido de separação.

Sobre a Cainiao
Fundada em 2013, a Cainiao é uma rede de logística que ajuda a Alibaba a cumprir entregas feitas em suas plataformas de comércio eletrônico, tanto na China quanto no exterior.

A Alibaba tem como objetivo atender aos pedidos dos consumidores em até 24 horas na China e em até 72 horas em qualquer outro lugar do mundo.

A empresa adquiriu a maioria das ações da Cainiao em 2017 e detém quase 70% de participação até terça-feira. A velocidade de entrega é um ponto de competição entre as empresas de comércio eletrônico chinesas.

O rival da Alibaba, JD.com, concentrou-se na entrega no mesmo dia para aumentar a atratividade de sua plataforma entre os compradores chineses.

‘https://euqueroinvestir.com/negocios/alibaba-ipo-cainiao

Serviço de entrega expressa na China aumenta 15,5% nos primeiros sete meses do ano

O volume acumulado de entrega expressa completou 70,3 bilhões de unidades, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior.

O Serviço de entrega na China processou um total acumulado de 87,37 bilhões de unidades enviadas e entregues nos primeiros sete meses deste ano, um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre eles, o volume acumulado de entrega expressa completou 70,3 bilhões de unidades, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. As informações são da agência estatal postal da China divulgadas nesta quarta-feira, 16 de julho.

Nos primeiros sete meses, o volume acumulado das operações de entrega expressa realizada na mesma cidade completou 7,26 bilhões de unidades, uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior; o volume acumulado de envios e entregas expressas para cidades distintas completou 61,43 bilhões de unidades, um aumento de 17% em relação ao ano anterior; o volume acumulado de entrega expressa para destinos internacionais completou 1,61 bilhão de unidades, um aumento de 57,2% em relação ao ano anterior.

A receita comercial do setor postal na China (excluindo a receita comercial vindo direta do Banco de Poupança Postal da China) totalizou US$ 121,2 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior. Entre eles, a receita acumulada oriunda da entrega expressa completou US$ 92,7 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em julho, o setor postal na China realizou envio e entrega de 13,16 bilhões de unidades, um aumento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre eles, o volume de negócios de entrega expressa completou 10,77 bilhões de unidades, um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior.

Em julho, a receita comercial do setor postal da China atingiu aproximadamente US$ 17 bilhões, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior. Entre eles, a receita do negócio de entrega expressa atingiu aproximadamente 13 bilhões de yuans, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

‘https://exame.com/mundo/servico-de-entrega-expressa-na-china-aumenta-155-nos-primeiros-sete-meses-do-ano/

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Volume de entrega rápida ultrapassa 60 bilhões de peças na China

As atividades promocionais em meados do ano lançadas pelas plataformas de comércio eletrônico neste mês contribuíram para o salto no volume de entregas expressas.

https://portuguese.cri.cn/2023/06/27/ARTIBjvtERAC9jTXf6xXGFv6230627.shtml

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Amazon Brasil abre logística própria a grandes varejistas e libera inscrição automática em SP

No Rio e Paraná, as limitações continuam, com liberação apenas aos registrados no Simples Nacional, com receita bruta anual até R$ 4,8 milhões.

A Amazon no Brasil decidiu abrir, neste mês, o seu modelo logístico a todos os vendedores do Estado de São Paulo que quiserem fazer parte de sua plataforma de vendas, na primeira abertura de seu sistema de armazenagem e entregas desde que anunciou a sua implementação no país, em 2020.

Até então, o “Fulfillment by Amazon” (FBA), o sistema de logística própria da empresa, um dos pilares do modelo de crescimento do grupo no mundo, estava disponível para vendedores com conta registrada na Amazon e optantes do Simples Nacional. Atendia, portanto, negócios de pequeno e médio portes, com endereço e Inscrição Estadual nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Em maio, a companhia liberou o FBA a vendedores não só com o Simples Nacional, mas de grande porte do Estado de São Paulo, optantes dos regimes tributários de lucro real e lucro presumido.

Esses lojistas, assim como os de pequeno e médio portes, ainda poderão se inscrever por conta própria no FBA, pelo site da Amazon, algo que não era permitido até então. Anteriormente, um consultor de negócios da Amazon precisava entrar em contato com cada vendedor que tentasse se inscrever no FBA, o que tornava o processo mais lento. Ainda será preciso análise dos dados pela empresa para verificar se a loja cumpre certos critérios, mas isso pode agilizar aumento da base de parceiros.

No Rio e Paraná, as limitações continuam, com liberação apenas aos registrados no Simples Nacional (receita bruta anual até R$ 4,8 milhões).
O foco maior da Amazon ainda se mantem no grupo das empresas menores, sem sistemas de entrega mais estruturado. Mas as grandes varejistas, apesar de já terem uma logística própria robusta, atraem clientes mais assíduos. E há líderes regionais de grande porte sem um bom sistema de entrega fora da região onde atuam.

Ricardo Garrido, executivo responsável pelo marketplace da Amazon, executivo responsável pelo marketplace da Amazon, conta que, em maio, eram 50 mil vendedores na plataforma. Apesar do crescimento mais recente (eram 40 mil ao fim de 2022, alta de 25% em cinco meses) é um total menor que o de Magazine Luiza e de Americanas.
Segundo ele, lojistas que usam o FBA multiplicam as suas vendas em média, cinco vezes, frente ao período sem o FBA. O direito ao uso do selo “Prime” pelo vendedor ajuda nessa expansão.

Por meio dele, é possível oferecer frete grátis e entregas mais rápidas. O vendedor passa a armazenar seus itens em centros e “hubs” da Amazon, que fica responsável por toda a logística. A plataforma cobra deles 8% a 15% sobre o valor da venda pelos seus serviços — no Brasil, essa taxa hoje varia de 6% a 22%, a depender da empresa —, mas entrega de volta o nível de serviço da Amazon. O grupo tem 12 centros de distribuição no país, sendo que 11 foram abertos de 2020 para cá.

A companhia não abre dados de de vendas no país, e basicamente diz que cresce bem acima do mercado. Ainda afirma que não sentiu a queda no varejo on-line vista desde 2022 — de janeiro a março, o faturamento do setor caiu 14%.

Mas, como tem bem menos lojistas na plataforma que seus concorrentes, para se expandir como afirma, haveria duas formas: pela venda de itens da base de 50 mil lojistas ou venda de seus próprios produtos.

Garrido não dá pistas do desempenho por área — no Mercado Livre, por exemplo, mais de 90% da venda vem de produtos de lojistas e no Magazine Luiza, esse percentual é de 40%. Mas questionado sobre o fato de ter menos lojistas do que rivais (a Americanas, em crise, tinha 127 mil em fevereiro, e Magalu, 280 mil em março), ele diz que a companhia prefere fortalecer a venda de lojistas já parceiros, a aumentar aceleradamente a sua base de vendedores, que não trazem, necessariamente, volume de vendas.
“Temos muito a explorar com aqueles que já são nossos parceiros. Não se trata só de pôr ‘seller’ para dentro da estrutura”, diz.

Ranking de 2021 da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo estimava vendas brutas anuais da Amazon, apenas de itens próprios, em R$ 4 bilhões em 2021 (sem incluir lojistas parceiros). Em janeiro passado, relatório do BTG, com base em dados da Similarweb, mostra a Amazon com 19,5% das visitas mensais de clientes a sites de venda on-line, atrás só de Mercado Livre.

Um consultor de marketplace, que presta serviço a lojistas, inclusive que operam junto à Amazon, diz que a venda de itens próprios da Amazon ainda é muito forte no Brasil. No mundo, a empresa tem 60% de sua venda oriunda de lojistas parceiros, depois de implementar uma máquina de digitalização do pequeno varejo nos EUA.

“Eles são bem mais seletivos na hora de buscar ‘sellers’. A questão é que no Brasil, há uma maluquice tributária cara e complexa nos Estados, que limita avanço deles para todas as praças mais rapidamente. Eles estão criando essa estrutura”, disse esse consultor.

A Amazon promoveu na quarta-feira o seu evento anual com lojistas, o Amazon Conecta, e apresentou aos vendedores essa extensão do FBA no país. Cerca de 99% dos 50 mil lojistas parceiros da Amazon Brasil são pequenas e médias empresas, que vendem 9,6 milhões de produtos listados.

Além disso, 81% das lojas foram criadas entre 2020 e 2022, após a pandemia. São Paulo, Paraná e Santa Catarina são os Estados com mais vendedores listados, representando 70%, o que mostra a concentração da empresa ainda em determinadas regiões.
Perguntado sobre a discussão em torno de um novo programa de tributação de marketplaces no Brasil, Garrido diz que a empresa vai se adequar ao que for definido.

Como o Valor noticiou na terça-feira, Ministério da Fazenda e a Receita Federal devem apresentar mudanças no atual sistema de remessas internacionais, de produtos adquiridos em sites e aplicativos estrangeiros.
A ideia é antecipar a cobrança dos impostos — atualmente isso é feito apenas após a chegada da mercadorias no país. As plataformas também serão obrigadas a enviar um conjunto de dados de todas as remessas para os Correios ou operadores privados.

“Nós já temos um sistema simples e transparente de cobrança no Brasil, mas estamos abertos a nos adequar àquilo que for definido”, diz ele. A Amazon cobra os impostos do cliente no ato da compra.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/05/25/amazon-brasil-abre-logistica-propria-a-grandes-varejistas-e-libera-inscricao-automatica-em-sp.ghtml

Após prejuízo, Alibaba lucra US$ 3,4 bilhões e avança em processo de reestruturação

Companhia destaca que crescimento de 29% no faturamento na unidade de comércio eletrônico internacional.
Alibaba registrou lucro líquido de 23,5 bilhões de yuans (US$ 3,42 bilhões) no quarto trimestre fiscal, frente ao prejuízo de 16,2 bilhões de yuans de um ano antes. O conglomerado chinês somou receitas de 208,2 bilhões de yuans (US$ 30,3 bilhões) entre janeiro e março, alta de 2% sobre o mesmo período de 2022.
“Em um cenário cada vez mais complexo, transformamos proatividade nossa companhia para fortalecer a competitividade dos nossos negócios ao dar maior independência e atender melhor às necessidades dos clientes e capturar novas oportunidades”, diz Daniel Zhang, diretor-presidente do Alibaba, em nota.

A companhia destaca que crescimento de 29% no faturamento na unidade de comércio eletrônico internacional, 18% na Cainiao, unidade de logística, além de bom desempenho em outras iniciativas do grupo compensaram queda de 3% nas receitas de comércio eletrônico dentro da China.

Dentro do processo de reestruturação corporativa anunciado no início do ano, a companhia aprovou a execução de uma oferta de ações da Freshippo, rede de varejo do conglomerado, além de explorar a possibilidade de um IPO para a Cainiao e busca de investidores para o Alibaba International Digital Commerce.

No ano fiscal que se encerrou em março, o Alibaba registrou lucro liquido de 72,5 bilhões de yuans (US$ 10,5 bilhões), um crescimento de 17% na comparação anual. As receitas do conglomerado somaram 868,6 bilhões de yuans (US$ 126,4 bilhões) desde abril do ano passado, alta de 2% na mesma base de comparação.

As ações do Alibaba caíram 0,83% no pré-mercado da Bolsa de Nova York (Nyse).

Fonte : https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2023/05/18/apos-prejuizo-alibaba-lucra-us-34-bilhoes-e-avanca-em-processo-de-reestruturacao.ghtml

O laboratório de veículos autônomos da Damo se fundirá com a Cainiao,a rede de logística global do Alibaba

O laboratório de direção autônoma do Alibaba se concentrará mais na monetização.

A Alibaba fundou a Damo Academy em 2017 para criar um programa focado em pesquisa de ponta que é relativamente livre de pressão para ganhar dinheiro a curto prazo. Um dos 16 laboratórios da Academia realiza pesquisas sobre direção autônoma, que acaba de anunciar uma grande mudança hoje.

O laboratório de veículos autônomos da Damo se fundirá com a Cainiao, a rede de logística global do Alibaba, e não operará mais sob o instituto de pesquisa básica.

A notícia foi relatada pela primeira vez pelo China Securities Journal, afiliado ao estado. Um porta-voz do Alibaba confirmou a remodelação com o TechCrunch.

A mudança estrutural sinaliza uma maior urgência para o Alibaba monetizar seu investimento em direção autônoma, que é notoriamente intensivo em capital. A logística é provavelmente um lugar fácil para começar porque uma van de entrega autônoma está transportando mercadorias em vez de humanos e suas rotas são ambientes de última milha mais simples do que as movimentadas estradas do centro da cidade.

De fato, a Damo atende às necessidades de entrega de última milha de Cainiao há seis anos com seu carro-chefe robovan chamado Little Donkey, transportando pedidos de comércio eletrônico, restaurantes e mercearias. Em junho de 2022, a van autônoma do tipo Nuro ultrapassou 10 milhões de entregas acumuladas, a empresa disse no momento.

Em 2021, o Alibaba esperava que a frota da Little Donkey entregasse um milhão de encomendas por dia em três anos. Se a equipe estiver no caminho certo com a projeção, Burrinhos podem estar transportando um grande pedaço dos pacotes de Cainiao agora. Para se ter uma noção da escala da gigante da logística, seu pico de entregas diárias ultrapassou 18 milhões durante o Double 11, a bonança anual de compras da China equivalente à Black Friday, em 2022.

A pegada da Cainiao agora atinge muitos países, seguindo os negócios de comércio eletrônico de exportação do Alibaba. Recentemente, vem construindo uma presença mais localizada fora da China, por exemplo, abrindo centros logísticos no Brasil, México e Chile. Não será uma surpresa ver Burrinhos rolando pelas calçadas da América Latina algum dia.

Fonte : https://teg6.com/107029/noticias/o-laboratorio-de-direcao-autonoma-do-alibaba-se-concentrara-mais-na-monetizacao/

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Ainda sobram dúvidas sobre os anúncios da Shein e do governo

Replicar o modelo da plataforma asiática com produção local não é tarefa simples.

Em poucas horas, ainda com o governo sob o desgaste do tema dos impostos em remessas internacionais, um conjunto de ações foram anunciadas na quinta-feira pelo Ministério da Fazenda e pela Shein, relativas à nacionalização nas vendas da plataforma de comércio eletrônico e investimentos. Dessa forma, Fazenda e Shein mudaram a narrativa negativa sobre o tema na semana passada, acalmaram as redes sociais, mas deixam para trás pontos pouco claros, especialmente em relação à lógica econômica do projeto.

Governo e Shein falam em transformar o país em “plataforma de exportação” para América Latina – de um setor golpeado por carga tributária pesada e forte importação chinesa -, com geração de empregos (100 mil indiretos, ou 7% do total do setor produtivo hoje) e investimentos de R$ 750 milhões pela Shein em três anos.

A soma irá para tecnologia e treinamento e é parte de um plano de nacionalização de 85% das vendas da empresa até 2027. O montante anual é inferior ao que redes como Renner ou Riachuelo investiram em tecnologia em 2022.

Para esse projeto de nacionalização, foi fechada parceria com as empresas têxteis Coteminas e Santanense, ambas do grupo fundado por José Alencar (vice-presidente da República de 2003 a 2010, no governo do PT), pai de Josué Gomes, presidente da Coteminas.

Nacionalização esbarra no Custo Brasil, o que pode afetar o modelo da Shein, que tem os preços baixos como atrativo .

Além disso, há um plano de conformidade em discussão entre plataformas estrangeiras e a Receita Federal. Não há muitos detalhes sobre esse debate, mas um ponto refere-se aos marketplaces arcarem com os impostos que são pagos pelo consumidor brasileiro.

Nos últimos dias, executivos, especialistas e pessoas envolvidas nas negociações levantaram desafios e aspectos não esclarecidos sobre esses anúncios. Entre os pontos está o risco que o plano pode representar ao modelo de negócios da Shein no país, e a sua maior fortaleza, os preços competitivos. É algo que ocorre exatamente porque a plataforma importa 100% das mercadorias da China – país que responde por cerca de 60% da produção mundial de artigos têxteis.

Outro aspecto é a decisão de as plataformas recolherem os impostos (em vez do consumidor), e se isso não acabará sendo repassado ao preço final. Investidores ainda levantaram pontos sobre o acordo com a Coteminas.

Um ponto central é se, com a nacionalização, a Shein pode ficar mais “careira” – hipótese criticada duramente por consumidores nas redes sociais a partir da ideia inicial da Fazenda de tributar remessas internacionais de até US$ 50. Essa discussão pegou muito mal e não avançou, por isso o governo tratou de buscar alternativas.

Faltam detalhes sobre como se dará o acerto sobre pagamentos de impostos de importação pelas plataformas.
A ideia de nacionalização tem sido debatida pela Shein há anos, com avanços pontuais no mundo. Hoje, a plataforma com sede em Cingapura vende para mais de 150 países e é 100% abastecida por seis mil fornecedores da China, num sistema ultrainformatizado, extremamente ágil e barato. Foram US$ 22,7 bilhões em vendas no mundo em 2022, segundo a imprensa chinesa (menos que Nike e Zara, mas com crescimento mais rápido).

O Brasil teria, calculam analistas, 7% a 9% disso (até US$ 2 bilhões), perto do faturamento da Renner. O que a Shein ainda não explicou é como reproduzirá seu modelo aqui, para atingir 85% de nacionalização, mesmo usando parte da escala da Coteminas.

Terá que encarar desafios de uma operação têxtil local, que carrega uma carga tributária média de 18% (em alguns itens chega a 40%) e com menores níveis de produtividade que a China – apesar de avanços da indústria local.

Para vender mais aqui, pode ter que dar mais espaço, no site e “app”, a produtos locais – afetados pelos altos custos fiscais e trabalhistas, e esses repasses encarecem a venda. “Há o desenho de um plano que depende de alguns aspectos ainda. E para que isso pare de pé, eles terão que lidar com o Custo Brasil, que é sem dúvida o ‘x’ da questão. A Shein tem um modelo inovador, mas não vai repetir o mesmo sistema de fora por conta dos nossos custos, não há como fazer milagre nisso”, diz Alberto Serrentino, diretor da Varese Retail.

Segundo uma fonte a par dos planos, a Shein não vai produzir no país itens de todas as categorias. “Eles devem se adequar àquilo que o Brasil é mais forte, como fabricação de jeans, e nisso podem ser exportadores de peso para América Latina, gerando escala e preços mais baixos. Moda baseada em tecido sintético não deve ser foco. Eles vão se ajustar para se manter competitivos”, diz a fonte.

Para não perder vendas, a Shein pode ter que considerar ações como aumentar subsídios ao frete e ampliar a oferta de cupons de descontos. São medidas que ampliam vendas, mas afetam margens.

Outra hipótese é trazer mais lojistas brasileiros para sua base de vendedores (dos polos de moda e calçados, por exemplo) eliminando do processo os intermediários, como atacadistas, que tornam o produto final mais caro, diz Eduardo Terra, sócio da BTR Consultoria.

Questionada sobre eventuais ações para compensar o custo Brasil e atingir os 85%, a Shein afirmou que abrirá outro marketplace local para vendedores brasileiros, com variedade maior de produtos (há nove lojistas no projeto piloto hoje). E afirma que os lojistas vão usufruir da experiência da Shein, que será dividida com eles, em marketing e logística, por exemplo.

Sobre o assunto, Marcelo Claure, chefe da Shein na América Latina (ex-Softbank), admitiu que o plano é uma “grande transformação” para a Shein. Disse contar com a capacidade de a empresa reproduzir vantagens competitivas e se adaptar, e acrescentou que já tem contatado parceiros no Brasil para testes de produção. Mas, pelo seu tom, tem consciência que China e Brasil são mundos bem diferentes. Apesar disso, fala que a Shein “não deve falhar” no que se propôs.

Outra dúvida é se a meta de 85% de nacionalização considera os produtos vendidos por lojistas locais, mas que são importados da China. “Se isso entrar como nacionalização vai ser fácil aumentar a taxa hoje, que é mínima. E na prática, ainda é tudo venda de produto chinês, e não brasileiro”, afirma um varejista on-line. A Shein não informa os critérios para as estimativas dessa nacionalização.

Uma outra fonte a par do tema diz que nem toda a nacionalização virá de produtos vendidos no país. “O plano é que 85% das vendas sejam de produção local, então pode ser fabricação vendida para América Latina”, diz.

Também há dúvidas sobre como se dará o acerto sobre pagamentos de impostos de importação pelas plataformas, que bancarão o custo no lugar do consumidor. Esse anúncio também ocorreu na quinta pela Fazenda.

Pelo sistema de pagamento digital de impostos (“digital tax”), em discussão, o tributo sai discriminado como um item a ser pago na hora da compra. Em outros países, há diferentes modelos de “digital tax”. Na Amazon no Brasil, quem paga é o consumidor.

Haddad disse que quem arcará com esse pagamento de imposto é o vendedor – seja o terceiro que tem uma loja on-line ou a plataforma mesmo. E afirmou que os marketplaces concordaram. Segundo ele, a Shein afirmou que não vai repassar isso ao consumidor.

Pode ser algo difícil de garantir, em se tratando de uma empresa privada que define metas de resultado e as revisa constantemente com acionistas e diretoria.

Outro aspecto dos anúncios recentes envolve o acordo entre Coteminas e Shein, e como o governo acabou entrando nesse tema.

A parceria entre Shein e Coteminas vinha sendo discutida há cerca de um mês e meio atrás, segundo uma fonte próxima à empresa brasileira. Na posição de CEO da Coteminas, Josué Gomes ajudou a costurar o contato na quinta-feira (20) entre Shein e Haddad, que levou ao anúncio posterior da plataforma. “A temperatura subiu muito nos últimos dias e era preciso abrir um canal de comunicação [entre Fazenda e Shein]”, diz uma fonte.

Das cerca de 3 mil confecções parceiras da Coteminas, 2 mil serão fornecedoras da marca Shein para atender Brasil e América Latina. A Santanense, do grupo Coteminas, também é parte do acordo.
Um ponto que não está tão claro refere-se ao fato de a Coteminas não produzir moda, o forte da Shein, diz um gestor de fundo sem ação da Coteminas na carteira. A empresa é referência em cama, mesa e banho, e a Santanense, em vestuário profissional. Uma fonte diz que a empresa pode fornecer insumos a Shein, para fabricação local de vestuário, e a Shein pode treinar confecções na produção.

Fato relevante da Coteminas de quinta-feira, que informa a parceria, ainda fala em financiamento para capital de giro da empresa, e um contrato de exportação de produtos para o lar. Na prática, é dinheiro da Shein que entra na Coteminas para dar fôlego para que o projeto saia do papel.

Perguntado sobre pontos ainda em aberto nos projetos com as plataformas, o Ministério da Fazenda se posicionou especificamente sobre o “digital tax”. Disse que é um imposto que já existe, mas que será recolhido antes do envio da mercadoria, sem criação ou majoração de tributo, e com recolhimento eletrônico facilitado. “A medida está em elaboração e será detalhada em breve. Cabe enfatizar que o objetivo principal é garantir a concorrência justa para que o consumidor seja beneficiado no curto, médio e longo prazos”.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/04/24/ainda-sobram-duvidas-sobre-os-anuncios-da-shein-e-do-governo-1.ghtml

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