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Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/10/10/2022/noticias-varejo/empresas-de-guarda-moveis-agora-priorizam-o-e-commerce/
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Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/23/08/2022/artigos/perspectivas-do-varejo-para-o-segundo-semestre-e-os-desafios-para-2023/
A China está pronta para obter uma imagem de como a política de zero COVID-19 do país e a desaceleração da economia afetaram o desejo dos compradores de fazer alarde, à medida que as plataformas de comércio eletrônico se preparam para relatar as receitas a partir do “618” festival de compras neste fim de semana.
Finalizando em 18 de junho, “618” é o segundo maior evento de compras da China em vendas após o Dia dos Solteiros de 11 de novembro, com os caçadores de pechinchas adiando as compras em antecipação a descontos em várias marcas.
No ano passado, o Alibaba Group Holding Tmall, JD.com e Pinduoduo atingiram um valor combinado de 578,4 bilhões de yuans (US$ 85,89 bilhões) em vendas no 618, um aumento de 26,5% em relação no ano anterior, mostram os dados da Syntun.
Mas a segunda maior economia do mundo foi prejudicada nos últimos três meses pelos esforços do governo para combater as repetidas ondas da covid-19, que levaram dezenas de cidades a impor medidas de bloqueio de intensidade variável, reduzindo os gastos, impactando os meios de subsistência e interrompendo fortemente o fornecimento.
Muitas cidades afrouxaram as restrições em junho e disseram que querem estimular o consumo para revitalizar a economia, com incentivos que incluem vouchers, subsídios para compradores de carros e pagamentos digitais em yuan.
Reconhecendo que as marcas foram atingidas pela pandemia, Alibaba e JD.com estão oferecendo medidas de suporte aos comerciantes, como prometer acelerar as transferências de depósitos de pré-venda para ajudar na liquidez dos comerciantes.
Eles também estão incentivando as marcas a oferecer seus maiores descontos de todos os tempos na esperança de estimular os gastos, com o JD.com estipulando que os compradores podem obter 50 yuans de desconto para cada 299 yuans que gastarem. Alibaba tem uma oferta semelhante. Os fornecedores pagam a conta desses descontos.
Algumas empresas e agentes disseram à Reuters, no entanto, que planejavam participar menos dos descontos este ano, porque eles ou seus clientes não tinham condições de pagar.
Fang Jianhua, fundador e presidente da IDG Capital e da marca de roupas Inman Apparel, apoiada pelo Alibaba, escreveu um artigo no WeChat no mês passado lamentando como os varejistas, especialmente em Xangai, estavam sofrendo no ambiente atual com a perda de vendas e que ele planejava “ficar de lado” para 618 – uma expressão chinesa de inação.
Em vez de descontos, Fang planeja “se concentrar em como usar nossos produtos e serviços para construir conexões emocionais com milhões de clientes”, disse ele sem dar detalhes.
Ainda assim, o evento está vendo uma tendência de varejistas, da fabricante de massas Barilla à marca de xampu Ryo, oferecer pacotes de “estoque”, contendo o que constituiria pedidos em massa de seus produtos.
Muitos compradores em cidades como Xangai e Pequim, que sofreram medidas de bloqueio pandêmico, correram para estocar alimentos e necessidades diárias, mesmo depois que as restrições de movimento diminuíram devido ao medo de que o bloqueio acontecesse novamente. O evento 618 foi idealizado pelo JD.com em 2004 para comemorar seu aniversário.
Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/china-analisa-fluxo-pos-covid-com-festival-de-compras-618/
O lockdown em Xangai, na China, em função de um surto de Covid-19 já causa impactos na logística global. O porto da cidade chinesa é o maior do mundo em movimentação de cargas e um dos mais importantes para o comércio internacional. Embora permaneça operando, o porto vem enfrentando congestionamento e atrasos nas exportações. Os reflexos se estendem para outros portos ao redor do mundo.
“Devido ao congestionamento nos portos chineses, estamos enfrentando problemas de falta de equipamentos para exportação no Brasil e nos demais países do mundo por consequência do atraso no retorno desses containers que estão atualmente parados nos portos chineses. O fato é agravado, pois os portos de Xangai e Shenzhen também são considerados hubs importantes para o transporte marítimo global”, afirma Eduardo Martins, gerente de exportação marítima e rodoviária da Windlog, empresa especialista em logística.
“Como atualmente a China ocupa a posição de maior importador e exportador no ranking mundial, é fato que haverá menor oferta de insumos e produtos manufaturados produzidos na China, o que por consequência é mais um fator a ser considerado no cenário de aumento da inflação nos mercados mundiais”, afirma o gerente.
No Brasil, as empresas que eventualmente têm os seus principais fornecedores de insumos na China necessitarão recorrer a fornecedores de outros países, que certamente irão vender os insumos com preços menos competitivos, o que influenciará diretamente no aumento dos custos e repasse no preço final das mercadorias.
Fonte : https://www.bemparana.com.br/noticia/lockdown-em-xangai-afeta-operacoes-logisticas-ao-redor-do-mundo-275478#.YoUljMjMKUk
Por ser grande consumidora de produtos e insumos e exportadora de bens industriais, seus problemas desferem um duplo golpe à economia global.
Durante décadas a China foi um enorme chão de fábrica e mercado para o mundo. Mas agora, com o crescimento econômico do país desmoronando, o problema está se tornando mundial.
Os “lockdowns” impostos para conter a covid-19 estão estrangulando a atividade na segunda maior economia do mundo. A demanda pelas exportações da China está caindo à medida que as economias lutam com o aumento dos preços e das taxas de juros.
Os efeitos da desaceleração da China aparecem em todo lugar, das fábricas alemãs aos pontos turísticos da Austrália. As exportações dos países asiáticos estão caindo com a menor demanda chinesa. Empresas como Apple e General Electric (GE) alertaram os investidores para dificuldades de produção e entrega decorrentes dos problemas da China bem como da queda nas vendas.
As vendas de automóveis na China despencaram, afetando montadoras como BMW, Volkswagen e Tesla. A Tesla vendeu apenas 1.512 carros produzidos na fábrica de Xangai em abril, uma queda de 98% em relação aos mais de 65 mil veículos vendidos em março, segundo dados da Associação dos Carros e Passageiros da China. A Toyota, por sua vez, pediu desculpas por descumprir suas metas de produção, em parte devido aos lockdowns na China. Agora a Toyota espera produzir 700 mil veículos em maio, em vez dos 750 mil planejados anteriormente.
A desaceleração da China tem um duplo impacto na economia global. O país é um grande mercado para os produtos, componentes e matérias-primas do resto do mundo e também a grande fábrica no centro do comércio global.
Isso significa que o enfraquecimento de sua economia é uma má notícia para exportadores de commodities como o Brasil, Chile e a Austrália, que fornecem à China petróleo, cobre e minério de ferro. É também uma má notícia para potências industriais como a Alemanha. A China é um grande mercado para máquinas, automóveis e semicondutores de Taiwan e da Coreia do Sul, além de ser um elo crítico nas cadeias de suprimentos globais de suas companhias.
Trata-se também de uma má notícia para os EUA, onde a inflação em alta reduz o poder de compra das famílias. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, alertou na semana passada que, junto com a guerra na Ucrânia, os problemas econômicos da China poderão agravar a pressão inflacionária nos EUA se impedirem a normalização das cadeias de suprimentos que são cruciais para esfriar a inflação.
“Todo mundo está exposto”, diz Carlos Casanova, economista sênior para a Ásia da Union Bancaire Privée de Hong Kong. “O que quer que aconteça na China afeta o crescimento mundial.”
Em 2021 a China respondeu por 18,1% do PIB mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional, atrás dos 23,9% dos EUA, mas à frente do bloco da União Europeia (UE), com 17,8%. Responde por quase um terço da produção industrial global, segundo dados da Nações Unidas de 2020. A economia chinesa cresceu num ritmo modesto no início do ano, mas os dados de março e abril apontam uma grande desaceleração.
A política de tolerância zero de Pequim para conter os surtos de covid-19 levou a lockdowns rígidos em centros industriais como a província de Jilin, no nordeste, e megacidades como Shenzhen e Xangai. Os controles rígidos mantiveram milhões de pessoas dentro de casa, fecharam fábricas e lojas e prejudicaram o transporte, aumentando a pressão sobre a economia, já pressionada por uma crise imobiliária e pela repressão regulatória sobre setores como o de tecnologia e educação.
Dados da balança comercial desta semana mostraram um fraco crescimento das exportações chinesas em abril, com os lockdowns trimestre em relação ao primeiro e um aumento do desemprego. Autoridades chinesas prometeram reavivar o crescimento com grandes gastos em projetos de infraestrutura, mas muitos economistas não acreditam que o governo ou o banco central conseguirão fazer muito para estimular a economia, enquanto mantiverem a estratégia de “covid-zero”.
“As autoridades chinesas anunciaram uma flexibilização para evitar uma desaceleração do crescimento – mas ainda não agiram totalmente nesse sentido”, disseram economistas do BlackRock Investment Institute, divisão de análises de investimentos da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, em nota para clientes.
A Apple disse recentemente que os lockdowns na China poderão lhe custar entre US$ 4-US$ 8 bilhões em vendas perdidas por causa dos problemas na cadeia de suprimentos. A GE disse que sua divisão de cuidados com a saúde enfrenta problemas de produção e entrega por causa dos lockdowns.
No Japão, a Sony e a Nintendo disseram na terça-feira que as limitações de suprimentos ligadas à China afetarão a produção de seus consoles de videogames. Segundo a Sony, as restrições contra a covid-19, incluindo o lockdown em Xangai, tornaram mais difícil para as empresas presentes na China fabricar e despachar peças usadas em suas máquinas.
Na Austrália, a Fortescue Metals Group, a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que os lockdowns na China afetaram a demanda por aço e elevaram os custos do transporte de commodities. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, disse que os lockdowns representam um risco de curto prazo para a atividade de construção na China.
Em uma das maiores fazendas de lavanda do mundo na Tasmânia, Austrália, dos cerca de 85 mil visitantes todos os anos antes da pandemia, um número significativo eram chineses. Mas desde a reabertura das fronteiras aos turistas internacionais em fevereiro, poucos visitantes vieram da China.
As exportações de Taiwan e Coreia do Sul para a China em abril caíram 3,9% em relação a março, segundo o Goldman Sachs. A queda mostra como algumas economias asiáticas estão fortemente conectadas ao motor industrial da China, tornando-as especialmente vulneráveis a uma desaceleração.
Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que peças e outros insumos chineses respondem por 1,4% do valor das exportações de bens dos EUA para o resto do mundo, na Coreia do Sul, essa participação é de 5,2%, em Taiwan 6,3% e no Vietnã 14,4%.
Na Europa, a produção industrial da Alemanha registrou sua maior queda mensal em março desde o início da pandemia em 2020, refletindo os problemas na China e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Na semana passada a BMW informou uma queda de 19% no volume de produção nos primeiros três meses de 2022, na comparação anual, citando gargalos globais no fornecimento de componentes e os lockdowns na China. As entregas de veículos para a China caíram cerca de 9% no trimestre.
A fabricante de artigos esportivos Adidas disse que sua receita na China caiu 35% ao ano no primeiro trimestre, enquanto os custos mais altos de fornecimento e frete corroeram sua lucratividade.
“A China é muito importante para nós como mercado”, disse Jörg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Cerca de 900 mil empregos na Alemanha dependem do mercado chinês, enquanto que as empresas alemãs empregam perto de um milhão de pessoas na China.
Wuttke disse acreditar que o pior da ruptura relacionada à covid e aos lockdowns recentes, ainda não foi sentido na Europa, uma vez que as remessas que deveriam ter deixado a China nos últimos dois meses só agora começarão e chegar aos portos europeus.
A intensidade do freio da China sobre a economia global dependerá do quanto ela irá desacelerar. Algumas empresas e economistas esperam ver uma recuperação antes do fim do ano.
Fonte : https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/05/13/desaceleracao-da-china-ja-afeta-o-resto-do-mundo.ghtml
Em Estados do Norte, do Nordeste e do Sul faltam galpões para alugar.
Enquanto os shoppings e as lajes corporativas viram seus espaços vagos para locação aumentar por causa do isolamento social e do home office, os galpões em condomínios logísticos de alto padrão estão em situação oposta. Mesmo com a entrega recorde de 2,2 milhões de m² de novas áreas no ano passado, a disponibilidade de galpões de alto padrão no País continua restrita. Em Estados do Norte, do Nordeste e do Sul faltam galpões para alugar.
O aperto provocado pela explosão do e-commerce fez com que 2021 se encerrasse com a menor taxa média de galpões vazios no País em sete anos, de 10,19%, aponta o levantamento da SiiLA, empresa especializada em pesquisa de mercado. Em Sergipe e Paraíba, a vacância é zero. No Ceará e no Espírito Santo, não chega a 1%. No Amazonas, no Pará, em Goiás e em Santa Catarina está abaixo de 4%.
Até o Estado de São Paulo, que concentra a maior parte dos novos empreendimentos, tem problemas de oferta. A vacância média de São Paulo, de 12,31%, um pouco acima da média nacional, é ainda muito baixa e a menor em sete anos. E em municípios mais cobiçados, como Cajamar e Barueri, essa taxa oscila entre 6% e 7%.
Empreendimentos de melhor qualidade são aqueles que seguem uma série de especificações, como pé direito acima de 8 metros, piso nivelado a laser e que suporta mais de 5 toneladas de carga, e outros quesitos que dão maior eficiência na armazenagem, no embarque e desembarque das mercadorias. Esse tipo de galpão é procurado especialmente pelos grandes grupos de e-commerce que têm como ponto crucial ser ágil nas entregas de produtos vendidos online.
A escassez foi sentida pelo Mercado Livre, por exemplo, a maior companhia de comércio online do País. Nos últimos 24 meses, foi a empresa que mais alugou galpões, 646,8 mil m², aponta o levantamento.
Desde 2020, a companhia trabalha com galpões construídos sob encomenda (“built to suit”, BTS, no jargão do mercado). “Precisamos migrar algumas expansões para o BTS, e os últimos galpões foram só BTS”, diz Luiz Vergueiro, diretor de Operações do Mercado Livre Brasil.
O executivo ressalta que, quando falta galpão, a entrega passa ser feita de uma região mais distante e, portanto, o cliente acaba não recebendo a compra no mesmo dia. “E reduzir o tempo de entrega aumenta o potencial da venda”, diz.
A empresa não revela quantos projetos de galpões sob encomenda estão em andamento. Mas vai inaugurar este ano um galpão feito a pedido, de 80 mil m², em Betim (MG). O objetivo é que as vendas na Grande Belo Horizonte sejam entregues no mesmo dia da compra. Hoje as mercadorias para a região chegam no dia seguinte.
A Americanas é outra gigante do e-commerce que fez parceria para construção de um galpão logístico no Pará, onde a vacância fechou o ano em 3,16%. A companhia informa que registra no Estado uma venda muito forte, tanto no online quanto nas lojas físicas. Estados do Norte e Nordeste são atendidos por dois centros de distribuição em Ananindeua (PA) e Benevides (PA). O terceiro centro de distribuição no Pará, num galpão de 60 mil m², também em Benevides, começa a funcionar neste semestre. Com isso, a empresa vai poder colocar as vendas no destino em menos de 24 horas.
Sergio Fisher, CEO da LOG, uma das maiores desenvolvedoras de galpões logísticos, conta que a empresa não tinha intenção de investir no Pará até ser procurada por quatro clientes que queriam áreas em Belém (PA). “Não tínhamos capacidade para entregar imediatamente, mas fomos estudar o mercado.” Neste semestre, a empresa conclui o primeiro projeto de condomínio já 100% locado e avalia um segundo, porque há outros clientes à procura de mais espaço na região. Esse movimento se repete em outras localidades, como Goiânia (GO), onde a empresa vai entregar um segundo condomínio; em Contagem (MG), o quarto; e em Fortaleza (CE), o terceiro.
Com presença nacional e 63% dos clientes vinculados direta ou indiretamente ao comércio eletrônico, a LOG teve em 2021 o melhor desempenho no País desde o início da operação em 2008. A empresa fechou o ano com vacância de 3,11% e 83% dos ativos que serão concluídos neste ano estão pré-locados. “Não teríamos crescimento tão robusto, não fosse o e-commerce”, diz.
Após dois anos seguidos de recordes de entregas, a companhia ampliou em 50% o plano traçado no final de 2019 para até 2024. Agora planeja entregar 1,5 mil m² de galpões. Outro destaque de 2021 foi o fechamento de cinco contratos de construção de galpões sob encomenda, a maioria para comércio online. “Dois anos atrás a gente não tinha contratos de BTS”, diz o CEO.
Mauro Dias, presidente da GLP, gestora global de investimentos em logística, que tem cerca de 70% dos 3,4 milhões m² construídos em São Paulo, sentiu aumento da demanda dos clientes por galpões fora do Estado, por conta do e-commerce.
No ano passado, a companhia entregou 404 mil m² de galpões, marca recorde desde que começou a operar no Brasil em 2012. Dois terços das novas áreas chegaram ao mercado já locadas, por causa da forte demanda do e-commerce. “Foi uma boa surpresa, porque a expectativa é geralmente alugar em até 18 meses depois do empreendimento pronto”, diz. Neste ano e no próximo, a meta é entregar 700 mil m² de galpões, basicamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A oferta apertada de galpões logísticos de alto padrão pode ter algum alívio neste ano com a entrega de mais um volume recorde de novas áreas. A expectativa é de que 3,8 milhões de metros quadrados (m²) estejam disponíveis no mercado para locação em 2022. Deste total, mais da metade (54%) se concentra no Estado de São Paulo.
Na sequência, estão os Estados de Minas Gerais (13,5%), Rio de Janeiro (9%), Pernambuco (7,6%), Bahia (4%), enquanto Santa Catarina, Espírito Santo, Pará, Ceará, Rio Grande do Sul e Goiás têm fatias abaixo de 2%, conforme aponta levantamento da SiiLA, empresa especializada em pesquisa de mercado.
“A questão é saber se haverá demanda para absorver esses 4 milhões de m², uma área 70% maior do que foi ofertada em 2021”, alerta o CEO da SiiLA, Giancarlo Nicastro. Ele argumenta que a logística existe para atender ao consumo, que anda cada vez mais afetado pelo aumento da inflação e a perda de poder de compra do brasileiro. E, com a perspectiva de que este será um ano de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), na faixa de 0,30%, conforme o mais recente Boletim Focus do Banco Central, a incerteza aumenta.
Até o terceiro trimestre do ano passado, por exemplo, 75% dos galpões no País estavam sendo entregues pré-locados, aponta a pesquisa. Mas, no trimestre seguinte, essa marca caiu para 50%. “Diminuiu a pré-locação por causa da grande entrega. Se essa tendência continuar, muitas áreas podem ser entregues vazias, e a taxa de vacância poderá subir”, diz Nicastro.
Atento a esse risco, Rafael Fonseca, CFO da Bresco Investimentos, diz que está redimensionado os investimentos deste ano por causa da conjuntura econômica de baixo crescimento e do consumo afetado pela alta da inflação.
Com a disparada do e-commerce, a companhia viu a disponibilidade de suas áreas vagas para locação cair para zero em praças como as capitais Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, algo que sempre foi comum em São Paulo.
“O setor de e-commerce já teve muito do seu plano atendido momentaneamente”, afirma o executivo. Por isso, a meta inicial, que era dobrar 1 milhão de metros quadrados geridos pela empresa em três anos, foi estendida para cinco anos. A previsão de Fonseca é de que o mercado desacelere no curto prazo, mas no médio e longo prazo retome o crescimento.
Com o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, as vendas do e-commerce cresceram no ano passado 35,36% na comparação com 2020, segundo pesquisa do Morgan Stanley. O setor respondeu por 15% das vendas do varejo total.
A perspectiva é de que, em 2026, o online represente um quarto do que é transacionado no comércio total.
Apesar do cenário macroeconômico mais complicado esperado para este ano – e que recentemente se tornou ainda mais incerto, com a invasão da Ucrânia pela Rússia -, Sergio Fisher, CEO da LOG, desenvolvedora de galpões logísticos, acredita que o mercado de condomínios logísticos vai continuar aquecido, porque a perspectiva do e-commerce continua favorável. “Com certeza, o e-commerce não vai crescer o que cresceu nos últimos dois anos, mais de 20% ao ano, mas vai avançar dois dígitos em 2022”, prevê.
O motivo, segundo o executivo, é que o hábito de comprar online veio para ficar e, portanto, o e-commerce deve continuar tirando fatias do varejo tradicional, mesmo com o ritmo mais fraco de consumo, o que deve manter o mercado de locação de galpões logísticos em alta.
Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/03/02/procuram-se-galpoes-para-dar-conta-da-venda-online/
Um relatório realizado pela KPMG apontou os principais riscos relacionadas à indústria de consumo e varejo no próximo ano. O documento levantou os fatores que podem afetar as empresas desses setores em nove âmbitos diferentes que vão desde as questões regulatórias e de tecnologia, passando por sociedade e pessoas, reputação e ética, clientes até estratégia, saúde, segurança e meio ambiente, crescimento e concorrência e produção e operações.
Segundo o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa, com a pandemia, o setor de consumo foi um dos mais afetados pelos riscos ligados à saúde.
“Os riscos emergentes baseiam-se nas mudanças atuais e a pandemia foi uma delas. Em outras palavras, as empresas precisam estar atentas aos sinais de mudanças do mercado e apresentar mudanças significativas”, analisa.
Os principais riscos estão relacionados às seguintes áreas:
Compliance — Riscos regulatórios relacionados ao não cumprimento de leis, regulamentos e regulamentações e padrões éticos dentro da jurisdição das operações.
Sociedade e pessoas — O não atendimento às responsabilidades corporativas e sociais e a dificuldade em atrair e reter pessoal qualificado; riscos relacionados aos recursos humanos e mão de obra no que diz respeito à capacitação e segurança.
Reputação e ética — Insucesso na manutenção da privacidade e segurança e riscos relacionados à manutenção de altos níveis de qualidade e manutenção de serviços.
Rentabilidade e liquidez — Lojas de varejo utilizando sites de comércio eletrônico para vender produtos com desconto e menores preços; riscos relacionados a fornecedores; insucesso no desempenho do negócio na geração de caixa como esperado; riscos de fraudes, incluindo cartão crédito e a manutenção de descontos.
Estratégia — Risco de expansão das operações internacionais; operações de varejo eletrônicas e conversões de lojas de descontos afetam os concorrentes tradicionais; riscos de reputação aumentaram em função das redes sociais e internet; riscos financeiros dependem das estratégias de compra e de exportação.
Clientes — declínio no dispêndio com o consumo; varejistas são forçados a apresentarem produtos de marca para atender as expectativas do cliente.
Saúde, segurança e meio ambiente — Divulgação de doenças e riscos da pandemia.
Crescimento e concorrência — Pressão crescente para atender a demanda imprevisível dos clientes; concorrência globalizada intensa; oscilações em moeda corrente e outros riscos de mercado; insucesso ao atendimento a uma gama de preferências pessoais.
Tecnologia — Ameaças crescentes de ataques cibernéticos e de segurança; empresas que contam com um único fornecedor para todas as necessidades poderiam enfrentar um tempo maior de inatividade; insucesso na manutenção ou melhoria de infraestrutura tecnológica.
Produção e operações — Vantagem competitiva através da automação e da adoção de tecnologia emergentes; risco resultante de interrupção da atividade causada por sindicatos, greves e paradas de trabalho; qualidade e segurando do produto; disrupções na distribuição ou no processamento de mercadorias.
“Os riscos são os mais variados e relacionados às várias áreas das empresas. Por isso, precisam estar atentas a cada um deles e se antecipar a essas consequências para evitar que o negócio seja impactado”, finaliza o sócio-diretor de Gestão de Riscos da KPMG, Luís Navarro.
Fonte : http://www.folhadoabc.com.br/index.php/secoes/negocios/item/21599-kpmg-apresenta-principais-riscos-para-a-industria-de-consumo-e-varejo