Varejo brasileiro alcançou o maior volume de vendas para um primeiro trimestre desde 2012

O comércio varejista brasileiro alcançou o maior volume de vendas para um primeiro trimestre desde 2012, impulsionando a expectativa de crescimento do setor. É o que mostra a Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da estabilidade das vendas em março, o faturamento real aumentou 5,7% nos três primeiros meses de 2024, levando a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a ajustar sua previsão de crescimento das vendas para 2024 — passou de 2,0% para 2,1%.

Hiper e supermercados puxam o crescimento das vendas no varejo

Segundo a pesquisa, o volume de vendas do comércio varejista se manteve estável em março, em comparação com o mês anterior. Por consequência, isso contrariou a expectativa de retração de 0,2% da CNC.

No primeiro trimestre, as vendas do varejo cresceram 5,7%, impulsionadas pelos seguintes segmentos:

  • Hiper e supermercados (+8,6%);
  • Artigos de uso pessoal e doméstico (+11,4%);
  • e produtos farmacêuticos (+13,1%) — maior taxa de variação para primeiros trimestres desde 2012 (+10,4%).

Redução dos juros

Esses resultados foram influenciados pela desaceleração dos preços e pela menor dependência desses segmentos em relação ao comportamento dos juros. Atualmente, as vendas estão 7,1% acima do nível verificado antes do início da crise sanitária, mantendo um crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior pelo décimo mês consecutivo.

A redução dos juros desde agosto do ano passado tem contribuído positivamente para o avanço do varejo, juntamente com a desalavancagem do endividamento das famílias. Outros fatores que contribuíram para o resultado favorável das vendas foram:

  • Inflação acumulada nos três primeiros meses de 2024 (+1,4% contra +2,1% no mesmo período do ano passado);
  • e os indicadores favoráveis do mercado de trabalho, com uma taxa de desocupação de 7,9% (a menor desde o início da série histórica da PNADc em 2012).

Crescimento de 2,1% das vendas em 2024

A perspectiva de continuação da redução do aperto monetário sugere um cenário positivo para o restante de 2024. Com as expectativas ancoradas dentro do intervalo de metas de inflação, a previsão é de juros básicos próximos a 9,5% ao ano em dezembro deste ano.

Diante desse cenário, a CNC revisou sua perspectiva de crescimento das vendas do varejo de 2,0% para 2,1% neste ano.

Fonte: “Varejo brasileiro alcançou o maior volume de vendas para um primeiro trimestre desde 2012 – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

 

 

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As incertezas para o varejo em 2024 estão se dissipando?

Após o primeiro trimestre de 2024, ainda não se consegue ter uma visão, com alguma possibilidade de acerto, de como se comportará o varejo neste ano.

Embora a última variação das receitas das vendas dos associados do IDV, medida pelo IAV (Índice Antecedente de Vendas), tenha sido positiva de fevereiro para março, o que suscita certo otimismo; ao olharmos a série histórica do IAV ajustada pelo IPCA, ou seja, descontados os efeitos da inflação, vemos que os resultados positivos dos últimos meses são inexpressivos, aquém do que o varejo e a economia necessitam.

Como utilizaremos os dados do IAV neste artigo, é oportuno esclarecer que ele produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento mensal das vendas do varejo e fornecem expectativas sobre o setor a partir das informações de receita reportadas pelas empresas associadas ao IDV.

A variável investigada é a receita de vendas dos meses passados reportada pelas empresas, bem como a receita de vendas estimada para os três meses seguintes. Neste artigo, vamos abordar o realizado até março e as previsões para abril, maio e junho.

Para trazer maior representatividade setorial, também apresentaremos o resultado ponderado, no qual é utilizado como peso a representatividade destes setores, de acordo com a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) ampliada, do IBGE.

Voltando ao que mencionamos anteriormente, a variação da receita nominal mensal (sem descontar a inflação) das vendas de fevereiro para março, em todos os setores, foi positiva.

Apesar do crescimento positivo acima na variação mensal, o que esperar de 2024?

Os dados apresentados por diversos analistas econômicos e estatísticas governamentais indicam que a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2024 está em 1,9%, com maior impacto do consumo das famílias; tendência de juros menores com efeitos positivos sobre investimento, consumo e emprego; previsão de uma inflação de 3,71%; empregos com carteira assinada batendo recorde em fevereiro (37 milhões de trabalhadores); taxa de desemprego em queda de 7,8%; e aumento da massa salarial, favorecendo a economia brasileira neste início de ano.

Apesar de todos estes indicadores positivos, a intenção de consumo das famílias recuou 0,8% em março. Se compararmos o desempenho com o mesmo mês do ano passado, em valores nominais, sem desconto da inflação, alguns setores apresentaram dificuldades, como o de móveis e eletrodomésticos e materiais de construção, enquanto outros mantêm significativo crescimento, tal como o registrado nos setores de artigos farmacêuticos e atacado de produtos alimentares.

Fonte: “As incertezas para o varejo em 2024 estão se dissipando? – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

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