Magalu atinge a marca de 200 mil sellers no marketplace

O Magalu atingiu a marca de 200 mil sellers em seu marketplace. Atualmente, as vendas de produtos de terceiros (3P) representam 36% das vendas online da companhia. Em um ano, o Magalu dobrou o número de sellers. Segundo a companhia, são 10 mil novos vendedores adicionados à plataforma por mês, cinco vezes mais que em 2020.

“Estamos mostrando ao varejo analógico que vender pela internet é um caminho sem volta, seja qual for o tamanho do negócio, e muito mais simples do que as pessoas pensam”, afirma Leandro Soares, diretor executivo de marketplace do Magalu.

A maior parte dos 200 mil sellers da companhia começou a vender graças ao Parceiro Magalu, programa de digitalização de pequenos e médios negócios, criado em 2020, logo após o início da pandemia de Covid-19.

A Caravana Magalu começou em maio deste ano.
As lojas físicas também desempenharam um papel fundamental para a empresa atingir a marca. Atualmente, são responsáveis por trazer seis a cada dez novos varejistas analógicos para o marketplace. Os vendedores atuam como recrutadores de novos varejistas, além de tirar dúvidas sobre a operação no marketplace.

De acordo com o Magalu, desde agosto do ano passado, as lojas vêm se transformando em uma espécie de agência dos Correios, onde o seller pode despachar os produtos vendidos a seus clientes por meio da malha logística do marketplace. “Queremos que o varejista local enxergue nossa loja como aliada, que o ajudará a vender por todo o Brasil, não como uma competidora”, diz Soares.

Caravana do Magalu
Em maio deste ano, a companhia iniciou a Caravana Magalu, que vai percorrer o país para levar conhecimento ao varejista que pretende começar a vender pela internet e àquele que quer explorar melhor as oportunidades do comércio eletrônico.

A Caravana Magalu iniciou a jornada de prospecção de sellers por Maceió (AL) em maio. Além de visitar o comércio da cidade, a Caravana realiza uma grande feira de empreendedorismo, que inclui uma palestra de Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu. O próximo destino será João Pessoa (PB), onde a equipe da companhia prepara uma feira de negócios para o dia 14 de julho.

Segundo a empresa, todos os sellers são empresas ou empreendedores formais, ou seja, representam CNPJs verdadeiros e ativos verificados pela companhia. Para vender pela plataforma do Magalu, os varejistas também têm de aceitar as regras da companhia, que não aceita produtos sem a emissão de nota fiscal eletrônica e proíbe itens piratas, falsificados e roubados.

Hoje, moda é a maior categoria em número de sellers, cerca de 45 mil, seguida de utilidades domésticas, construção, alimentos e bebidas, produtos automotivos, beleza e perfumaria.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/magalu-atinge-200-mil-sellers/

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Dafiti Marketplace passa a cobrar taxa de permanência dos sellers além da comissão

A Dafiti Marketplace anunciou uma atualização importante em sua política de cobrança para os sellers que vendem seus produtos através da plataforma. Conhecida como um dos maiores shoppings virtuais de moda e calçados do Brasil, a empresa agora passa a cobrar uma nova taxa de permanência no valor fixo de R$ 299 por mês.

Segundo o comunicado do Dafit Group, a taxa é uma assinatura mensal que fornece acesso à plataforma Dafiti (Dafiti, Kanui e Tricae), “com tráfego qualificado de milhões de usuários ativos por mês”.

A novidade começa a valer a partir do dia 1 de julho de 2022, “para garantir a curadoria do portfólio ofertado e promover a melhor experiência de compra para os clientes”.

Até o momento, ao vender na Dafiti, o lojista não tinha que pagar mensalidade, apenas uma comissão por cada venda realizada, que varia de acordo com a categoria do produto. Se um lojista não realizasse nenhuma venda no mês, ele não teria que pagar comissão de nada.

Nova cobrança de taxa pela Dafiti

A mensagem enviada aos sellers pela própria empresa informa ainda que o novo valor cobrado será requerido dos parceiros que tiverem pelo menos um produto ativo no mês de competência, independentemente do volume vendido ou tempo de publicação. “Esta quantia será automaticamente descontada do valor de repasse, todo dia 20 de cada mês, sendo independente da comissão e de eventuais taxas de serviços logísticos previamente acordadas”.

Os sellers deverão aceitar a taxa de permanência a partir do dia 15 deste mês. Um termo de adesão será veiculado no Seller Center, que também disponibilizará mais informações sobre a nova cobrança.

A equipe da Redação E-Commerce Brasil entrou em contato com a Dafiti, que confirmou a cobrança da nova taxa, “que fornece acesso à sua plataforma com tráfego qualificado de milhões de usuários ativos por mês”. A empresa ainda continuou: “Este modelo já vem sendo comumente utilizado em outros marketplaces, tanto no Brasil quanto em outros países nos quais a fashiontech tem operação na América Latina”.

E finalizou: “O objetivo é continuar oferecendo uma experiência de compra cada vez mais inspiradora para seus clientes e ser a melhor plataforma de moda para seus parceiros – fortalecendo um ambiente rentável a eles por meio de curadoria do portfólio ofertado, relevância dos produtos de seus parceiros na plataforma e facilidade de acesso”.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/dafiti-marketplace-taxa-sellers/

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Renner amplia seu marketplace, que já conta com 240 sellers e 70 mil produtos

Canal é responsável por 5% das vendas realizadas no e-commerce da varejista.

A Renner lançou uma campanha com a nova identidade visual de seu marketplace que foi ampliado e já conta com mais de 70 mil produtos. Lançado em maio de 2021, o canal é responsável por 5% das vendas realizadas no e-commerce da varejista e conta com mais de 240 sellers de diferentes marcas e categorias, como calçados, acessórios, lingeries, moda esportiva, beleza, perfumaria, bem-estar e casa e decoração.

Chamado de Alameda Renner, o marketplace finalizou o 1º trimestre de 2022 com um aumento de 37% no sortimento em relação ao último trimestre do ano passado.

“Atualmente, temos mais de 18 milhões de consumidores ativos no nosso ecossistema, que transitam entre os nossos diferentes negócios. A existência de um marketplace especialista em moda e estilo de vida potencializa este movimento”, afirma a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola.

Para  apresentar o marketplace para o público, a Renner colocou no ar uma campanha que lança a identidade visual da plataforma com o conceito “Alameda Renner. Tem estilo, tá aqui” e acionou um time de influenciadores parceiros nas redes sociais, além de sua persona digital, Rennata, para conversar com o público sobre o assunto.

“O marketplace vem reforçar a cumplicidade da marca com nossos clientes. A campanha mostra que, com o Alameda Renner, os consumidores têm ainda mais opções de produtos e inspiração de moda e lifestyle para diferentes ocasiões em um único lugar”, diz a diretora de Marketing Corporativo da Lojas Renner, Maria Cristina Merçon.

Força do ecossistema 

Ao ampliar o mix de produtos relacionados à moda e lifestyle no ambiente digital da varejista, o Alameda Renner beneficia todo o ecossistema da Renner e reforça a sinergia entre os negócios da companhia, aumentando assim o ticket médio, a frequência e a base de clientes.

Tanto é que a Camicado, empresa do grupo que atua no segmento de casa e decoração, é o seller com maior representatividade no marketplace da Renner, enquanto a Youcom, player especializado em moda jovem, está entre os cinco maiores.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/05/31/renner-amplia-seu-markeplace-que-ja-conta-com-240-sellers-e-70-mil-produtos/

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Magalu lança fintech com serviços para consumidores e vendedores do marketplace

Braço financeiro da varejista Luiza passa a operar com nova marca após integração da Hub Fintech.

A chegada ao mercado da marca Fintech Magalu acontece juntamente com o lançamento de dois produtos: o cartão de crédito para empresas, com foco nos mais de 160 mil sellers que atuam no markertplace da companhia, e o crédito para pessoas físicas, oferecido no aplicativo.

“A Fintech Magalu é um negócio de alto potencial de crescimento”, diz o diretor da empresa, Robson Dantas. “Mais importante que isso, porém, é estar totalmente conectada à missão do Magalu, que é digitalizar o varejista brasileiro, sobretudo os pequenos e médios.”

Foco em cartões corporativos

De acordo com estimativas do Magalu, apenas 3% da base brasileira de cartões de crédito são corporativos. Segundo Dantas, a vantagem da Fintech Magalu na concessão desse tipo de crédito é o conhecimento profundo dos sellers – o que amplia o mercado e reduz riscos.

O empréstimo para pessoas físicas adota o mesmo princípio. O valor do crédito oferecido a cada cliente é calculado com base na análise do perfil do consumidor. Atualmente, 45 milhões de pessoas usam o SuperApp Magalu por mês. “Já pré-aprovamos, com base numa criteriosa análise de risco, crédito para 10 milhões de clientes da nossa base”, afirma Dantas.

O cartão de crédito empresarial da Fintech Magalu está em fase de pré-lançamento. Os sellers podem se inscrever na lista de espera, por meio de um convite que será enviado nos próximos dias pelo Magalu. Os portadores do cartão de crédito empresarial farão parte de um programa de benefícios que dará direito a acúmulo e troca de pontos por serviços oferecidos no ecossistema Magalu.

Resultado de integrações

A Fintech Magalu é resultado da integração da Bit55, Stoq e Hub Fintech, adquirida no final de 2020, além de agregar a operação da Luizacred. Os cerca de 16 milhões de clientes detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito.

Em 2021, o volume total de transações (TPV) processados pela Fintech Magalu somou R$ 65 bilhões – valor que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e outros serviços financeiros (Banking as a Service) prestados para diversas companhias.

Na frente de produtos voltados a empresas, a Fintech Magalu é responsável, por exemplo, pela operação de pagamento a caminhoneiros e transportadores da CargoX. “A Fintech Magalu não trabalha exclusivamente para o nosso ecossistema”, afirma Dantas. “Já somos uma referência na prestação de serviços financeiros para mais de 50 companhias de todos os tamanhos.”

A nova empresa conta com o suporte de quase 1.500 lojas físicas do Magalu espalhadas pelo Brasil. Nesses pontos, é possível fazer saques ou tirar dúvidas sobre os produtos financeiros oferecidos.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/05/13/magalu-lanca-fintech-com-servicos-para-consumidores-e-vendedores-do-marketplace/

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SHOPLAZZA permite que as empresas vendam além das fronteiras geográficas e escalem

A SHOPLAZZA, uma plataforma de comércio baseada em nuvem, ajuda pequenas e médias empresas (PMEs) a expandir seus negócios para alcançar clientes em praticamente qualquer lugar hoje, pois a maioria delas espera poder vender além das fronteiras geográficas e da escala.

Apesar das inúmeras plataformas de suporte disponíveis no mercado hoje, o processo nem sempre é tão claro e simples. Por um lado, gerenciar pagamentos e transações financeiras pode ser um desafio devido a motivos como regulamentação e custo.

Para ajudar as PMEs a resolver o desafio, o SHOPLAZZA visa tornar o processo muito mais simples. Na verdade, mais de 360.000 comerciantes estão usando a plataforma de criação de sites de código zero da SHOPLAZZA. Em parceria com provedores de tecnologia como Stripe, a SHOPLAZZA usa as soluções de pagamento da empresa de tecnologia para manter quaisquer custos adicionais sob controle e não precisa adicionar encargos de custo aos seus comerciantes.

A Tech Wire Asia fala com Jeff Li, CEO da Shoplazza, sobre os planos da empresa para o ano e como ela espera alcançar mais PMEs na região e permitir que aumentem seu alcance.

Como acontece com qualquer negócio ou plataforma, a SHOPLAZZA espera aumentar seu alcance e criar um ecossistema de comércio eletrônico aberto. Li quer permitir que mais parceiros forneçam aos 360.000 comerciantes da SHOPLAZZA serviços diversificados por meio de sua plataforma e aumentem os lucros de forma sinérgica. Ao mesmo tempo, Li disse que maiores tecnologias de IA são adicionadas para capacitar comerciantes e parceiros a tomar decisões mais fortes no nível dos dados.

“Também estamos mais atentos à estratégia de abertura e efeitos de maior escala , adaptando-nos aos cenários e mudanças do mercado externo. Esperamos cobrir mais comerciantes e países e ajudar a acelerar a velocidade de expansão global de nossos comerciantes”, explicou Li.

Como a SHOPLAZZA está atualmente focada nos mercados da América do Norte e APAC, Li acrescentou que eles estabeleceram a sede em Toronto, Canadá, e implementaram a estrutura interna dos centros de operação dupla Shenzhen-Toronto. As equipes colaboram ativamente para garantir que abordamos os mercados de uma perspectiva global.

“Continuaremos a investir no mercado asiático. Estamos otimistas com o desenvolvimento geral do mercado de comércio eletrônico do Sudeste Asiático e melhoraremos ativamente nosso ecossistema e serviços de produtos nesse sentido”, comentou Li.

No mercado asiático de e-commerce, Li acredita que tem grande potencial e espaço para crescer. Ele destacou que a Ásia possui a indústria manufatureira e o sistema de cadeia de suprimentos mais completo e desenvolvido do mundo e, ao mesmo tempo, possui uma população de mais de 4,5 bilhões, o que sem dúvida liberará um enorme potencial de mercado no campo do comércio eletrônico .

Li também destacou que com a assinatura e implementação do RECP da China e outros acordos comerciais, o mercado asiático será mais integrado no futuro, o que proporcionará grande conveniência e suporte ao desenvolvimento do comércio eletrônico.

“A estratégia geral da SHOPLAZZA é continuar contando com as vantagens do centro de operações norte-americano, focar no desenvolvimento no ambiente global de e-commerce em rápida mudança, ter PLG (Product-led Growth) como orientação de crescimento e pensar em como fazê-lo a partir da perspectiva de produtos para melhor atrair e satisfazer os comerciantes. Estamos comprometidos em ajudar os comerciantes globais a alcançar o sucesso nos negócios com excelente tecnologia”, disse ele.

Globalizando as regulamentações com o SHOPLAZZA

Sendo uma plataforma internacional de e-commerce , um dos desafios do SHOPLAZZA é navegar pelas regulamentações financeiras dos países em que ajuda a expandir as PMEs. Li explicou que, como fornecedora de SaaS de carrinho de compras, a SHOPLAZZA está atuando mais como um ‘engenheiro de site’ para os comerciantes, que oferecem tecnologia de construção de lojas online, sem envolvimento real no fluxo de liquidação. Assim, os comerciantes são responsáveis ​​por atender aos pedidos e garantir que sua atividade comercial e os fundos de capital fluam para atender aos requisitos dos países-alvo.

“No entanto, o SHOPLAZZA tem que garantir sua conformidade com a perspectiva técnica. Para isso, trabalhamos em estreita colaboração com os canais de pagamento e também com os esquemas de cartões (VISA/Mastercard), realizando reuniões periódicas online e offline e reservando atualizações por e-mail”, acrescentou.

Citando um caso recente, por exemplo, Li disse que de acordo com as exigências do Banco Central do Brasil, os sites de comércio eletrônico precisam cumprir os termos e condições antes de enviar a solicitação de pagamento. Esta informação deve ser lida e totalmente compreendida antes do consentimento final para fazer a compra. É aqui que o SHOPLAZZA precisa oferecer suporte à função da caixa de seleção dos termos e condições antes da data obrigatória.

Li também destacou que o Stripe Connect desempenha um papel crucial porque permite que a SHOPLAZZA esboce seus contratos com seus comerciantes em conformidade com a lei de pagamentos local, sem que a SHOPLAZZA tenha que buscar suas próprias licenças de pagamento e se tornar uma empresa regulamentada.

“A carga regulatória é tratada por nós e permite que a Shoplazza concentre seu tempo e recursos na administração de seus negócios. Além disso, essa abordagem não limita os tipos de serviços que podem ser vendidos no Shoplazza, pois nossa rede robusta e ofertas de serviços são capazes de oferecer suporte a vários tipos de negócios”, afirmou um porta-voz da Stripe.

Na segunda parte da entrevista, a Tech Wire Asia fala com Bing Xia, CTO da SHOPLAZZA sobre como ela protege os dados de seus clientes, bem como as medidas de segurança cibernética tomadas para proteger a plataforma.

Fonte : https://techwireasia.com/2022/05/shoplazza-enables-businesses-to-sell-beyond-geographical-borders-and-scale/

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Por que os 2 milhões de vendedores da Shopee não são comparáveis aos do Magalu e Americanas

Fontes estimam que a Shopee tenha entre 60% e 70% de sua venda oriunda de cadastro de pessoas físicas, de 20% a 30% seriam microempreendedores e 10% são empresas.

Não é de hoje que se discute como a falta de dados sobre o mercado de consumo no Brasil impede análises mais precisas e põe o setor, muitas vezes, a reboque de informações incompletas. A questão é que, numa tentativa de determinar o efeito do avanço da concorrência no varejo digital brasileiro, esse problema tem ficado mais exposto, o que exige atenção maior dos investidores, dizem consultores.

Nas últimas semanas, essa questão veio à tona com a divulgação de dados sobre número de lojistas da Shopee no Brasil e sobre o valor do investimento do Mercado Livre no país.

O comando da Shopee, controlada pela Sea Limited, de Cingapura, informou na semana passada ter alcançado 2 milhões de vendedores brasileiros em sua plataforma. A empresa não fez comparações com seus concorrentes e prefere não detalhar exatamente o que está incluído nesse número — o que vem sendo interpretado por consultores como sinal de que não pode ser diretamente comparável com a base de lojistas de Magazine Luiza ou Americanas.

“Muita gente saiu logo fazendo conta, mas não funciona assim. A Shopee tem uma infinidade de cadastros de CPFs no seu ‘app’ e site. Qualquer pessoa pode vender lá, preenchendo um formulário on-line. Isso não acontece no Magalu, Casas Bahia nem na Americanas. É desconhecimento da operação das empresas que gera essas interpretações”, diz um diretor de uma empresa que faz a intermediação entre os sites e os vendedores.

A Americanas fechou o ano passado com 122 mil lojistas, o Magalu, com cerca de 160 mil e a Via, 130 mil “sellers”. Em redes sociais, como Twitter, pequenas gestoras e investidores (pessoa física) reproduziram informações comparando os números das empresas.

Um ex-executivo do Mercado Livre e um ex-diretor do Walmart.com estimam que a Shopee tenha entre 60% e 70% de sua venda oriunda de cadastro de pessoas físicas, de 20% a 30% seriam microempreendedores individuais, com CNPJ (chamados de MEI), e 10% são empresas de portes pequeno, médio e grande. “Se você olhar as plataformas locais líderes, elas não têm pessoa física vendendo, não é da política delas, com exceção de Mercado Livre. E o percentual de MEI nelas é bem menor do que na Shopee”, afirma o ex-diretor.

“Isso não quer dizer que a Shopee não tem feito um trabalho muito bom para trazer novos negócios, inclusive buscando mais negócios formais para a plataforma e fixando regras para que o vendedor com CPF vire MEI. Eles são muito rápidos, só que, para ser ‘fair’ [justo] temos que comparar coisas iguais”, diz.

Procurada, a Shopee confirma os 2 milhões de vendedores, mas não relata o percentual de CPF e CNPJ dentro de sua base total.

Desde o início do ano, a Shopee vem mudando aspectos de sua política interna, de certa forma forçando migração de seus vendedores para a conta de CNPJ. Segundo uma fonte, em janeiro, a empresa informou os vendedores, por meio de comunicado, que aqueles que haviam emitido mais de 900 pedidos nos últimos 90 dias pagariam uma taxa de comissão de R$ 3 por item vendido.

“Esta nova política foi implementada aos vendedores com conta CPF que possuem grande volume de vendas, devido a limitações dessas contas no uso de parceiros logísticos, o que acaba gerando um alto custo operacional”, disse na mensagem a lojistas, em janeiro.

Dados limitados

Em meio à escassez de dados, há analistas que costumam olhar o volume de downloads de “apps”, assim como a visitação de clientes nos sites — sem incluir, muitas vezes, visitas aos aplicativos, que já respondem por mais de 50% das transações de clientes no on-line. Só que os downloads apenas indicam clientes que baixaram o programa e não sinalizam necessariamente venda.

Isso fica ainda mais patente no Brasil. Aqui, os consumidores baixam e deletam “apps” com frequência, pela limitação de memória dos aparelhos celulares.

Já as visitações medem fluxo de consumidores, mas não medem conversão. Naturalmente, quanto maior o fluxo, maior a possibilidade de vendas, mas há empresas (principalmente as varejistas especializadas em ‘games’ e tecnologia) com fluxo menor, mas alta taxa de conversão.

Atualmente, há alguns poucos dados que são considerados mais confiáveis por grandes gestoras e investidores (indicadores de vendas). Em geral, esses números são vendidos a clientes por consultorias estrangeiras que fazem simulações mais críveis.

Investimento do Mercado Livre na ponta do lápis

Semanas atrás, o Mercado Livre anunciou investimento de R$ 17 bilhões neste ano no país, 70% acima do ano anterior. Isso levou investidores a compararem esse dado com ritmo de investimentos das plataformas brasileiras — que variam de R$ 1 bilhão a R$ 1,7 bilhão em 2021.

Ocorre que os valores de Mercado Livre incluem parte de despesas operacionais em tecnologia, que podem ser consideradas Capex, no entendimento da companhia, o que torna comparações mais difíceis entre as empresas. Há um debate antigo entre auditores na área de varejo sobre esses critérios de classificação nas empresas digitais e de tecnologia.

Para melhor entendimento, são R$ 17 bilhões em investimentos do Mercado Livre para uma empresa com vendas transacionadas na plataforma de R$ 68 bilhões em 2021. A Americanas vendeu R$ 55 bilhões, para um Capex de R$ 1,7 bilhão (e com despesas operacionais de R$ 7 bilhões). Mercado Livre não informa em balanço despesas no Brasil.

“A contabilização de investimentos e despesas em tecnologia da informação sempre foi polêmica, porque os gastos são altos e constantes”, diz um ex-diretor financeiro da Cnova. “A definição deve ser pautada pelo papel que as despesas assumem dentro da companhia. De qualquer forma, são valores altos de Meli [Mercado Livre], o que acabou chamando atenção do mercado”, diz ele.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/04/22/por-que-os-2-milhoes-de-vendedores-da-shopee-nao-sao-comparaveis-aos-do-magalu-e-americanas.ghtml

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Magalu deixa de bancar frete grátis no marketplace

Foi bom enquanto durou… Desde o lançamento do Magalu Entregas dentro do Magalu Marketplace, existia uma política de isenção do frete tanto para o comprador quanto para o vendedor. O único requisito era que a compra fosse realizada via aplicativo da loja. Logicamente, essa conta era paga pelo Magazine Luiza.

Tomando por base os valores cobrados por outros marketplaces no tocante ao frete, fica fácil imaginar que a conta não devia fechar no Magalu. E talvez não feche até hoje, porque os valores das tarifas implantadas por eles chegam a ser até 80% menores do que os dos concorrentes.

Em todos os cenários em que o produto pesa acima de 5Kg, o Magazine Luiza tem o frete mais econômico, e nos itens mais leves perde por centavos para o serviço de fulfillment da Americanas, que ainda é bem restrito para os vendedores, uma vez que necessita de aprovação comercial prévia da empresa, onde somente os produtos e os sellers que eles julgam pertinentes podem adentrar no serviço.

A tabela comparativa a seguir mostra a diferença de valores entre os serviços dos seis maiores marketplaces do país. Vale mencionar que incluímos nesta tabela, na coluna do Magalu, o valor de R$ 3 referente a uma taxa adicional cobrada junto a comissão que não existe nos demais canais. Fizemos isso para equiparar os modelos de cobrança dos marketplaces e comparar com mais exatidão os valores.

Ao inserir a cobrança de tarifa de frete para os sellers de seu marketplace, o Magalu também retirou a restrição do frete grátis, que até então só era concedido nas compras via aplicativo. A partir de agora, o frete grátis é disponibilizado em todas as plataformas: site, versão mobile e aplicativo, além de parceiros e versões especiais do site.

Também em busca de rentabilidade, vale mencionar que o Magazine Luiza vem reajustando e padronizando as comissões cobradas por cada venda. Se você não vende por lá, precisa primeiro entender que existem duas formas de ofertar seus produtos dentro do site da empresa: a primeira, mais tradicional e existente em todos os concorrentes, é o chamado marketplace, onde as comissões rondam a casa dos 16%.

O segundo modelo é o chamado “Parceiro Magalu”, que surgiu no começo da pandemia, com foco em digitalizar lojistas que fecharam as portas devido às restrições de circulação impostas. Nesse modelo, mais simplificado, o vendedor não conta com integrações com sistemas de gestão e controle de estoque, por exemplo. Todo controle é feito dentro de uma plataforma disponibilizada pelo Magalu. A grande vantagem aqui é a comissão: 3,99%.

Essa comissão vigorou por mais de um ano, mas vem sendo reajustada frequentemente pela empresa. Atualmente, existe um escalonamento na cobrança de comissão do Parceiro Magalu: inicia-se em 5,80% até atingir 100 mil em vendas, depois passa para 8,80% até o limite de R$ 300 mil e, após romper essa marca, a comissão estabiliza em 12,80%. Vale lembrar que existe a taxa adicional de R$ 3 em todos os pedidos acima de R$ 10. Essa taxa extra existe nos dois modelos mencionados.

Fato é que os reajustes na comissão devem continuar acontecendo, e eu não descarto um reajuste também no marketplace, onde vários vendedores mais antigos na plataforma relatam que estão recebendo contato do Magazine Luiza para atualização de comissões “defasadas”.

Agora quero saber de você, amigo leitor, se já comercializa seus produtos no Magalu e como tem visto as novas taxas e o eventual ajuste de comissão por parte da empresa? Suas vendas foram impactadas com as mudanças recentes? Pra cima ou pra baixo? Quero muito saber como você está lidando com tudo isso aí do outro lado. Então conta pra mim aqui nos comentários e, do mais, até a próxima semana! Forte abraço.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/magalu-frete-gratis/

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Redes varejistas já faturam mais na internet do que na rua no Brasil

Quando Fabrício Garcia começou a trabalhar no negócio da família, o Magazine Luiza, em Franca (SP), tinha 13 anos. Nas férias escolares, ao lado do primo Frederico Trajano (atual presidente da varejista), fazia jus à cultura de “barriga no balcão”, uma tradição da família para ensinar às novas gerações da empresa, fundada em 1957, como atender o cliente.

Hoje, aos 44 anos, o atual vice-presidente de operações do Magazine Luiza precisa fazer muito mais pelo consumidor do que mostrar o que tem na loja: 71% de todas as vendas da rede acontecem pela internet.

Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo aponta que mais da metade das vendas de três grandes varejistas do país é feita online. A despeito das milhares de lojas espalhadas em todo o país, Via (redes Casas Bahia e Ponto), Magazine Luiza e Lojas Americanas têm, respectivamente, 59%, 71% e 76% das vendas realizadas pela internet.
Os números incluem o marketplace, quando vendedores (“sellers”) cadastram seus produtos nos sites das varejistas, que ganham uma comissão sobre a venda.

Uma das medidas tradicionais do varejo –as vendas “mesmas lojas”, do inglês “same store sales” (SSS)– dá um sinal dos novos tempos. O indicador considera só as lojas existentes há um ano ou mais, excluindo as mais recentes, para dar uma amostra do ganho de produtividade e da retenção dos clientes.

Em 2021, a venda nesses pontos físicos cresceu pouco ou caiu nas grandes redes: alta de 0,2% no Magazine Luiza e de 4,6% na Americanas. A Via não divulga o indicador, diz apenas que, nas lojas físicas, a venda caiu 2,3% no ano.

A venda no online, no entanto, saltou em todas as varejistas: 39% tanto na Magalu quanto na Via, e alta de 56% na Americanas.

Isso não significa, porém, que as lojas estejam acabando: nos últimos cinco anos, o número de pontos de venda também aumentou, como aponta levantamento da Folha de S.Paulo. Mas hoje a maior preocupação de Fabricio Garcia, do Magalu, e dos demais grandes varejistas é investir muito mais em tecnologia e logística do que em inauguração de loja, a fim de integrar todas as pontas do varejo e fazer com que qualquer produto chegue ao cliente.

Em 2021, por exemplo, enquanto investiu R$ 222 milhões para abrir 182 pontos de venda, o Magalu aplicou R$ 790,2 milhões em tecnologia e logística. Já a Via destinou R$ 223 milhões para inaugurar 101 lojas no ano passado, período em que reservou R$ 601 milhões para tecnologia e logística.

Agora toda loja precisa contar com um espaço maior para o estoque: é de lá que sai o produto comprado online direto para a casa do cliente (ou será entregue ao próprio consumidor que preferir buscar na loja). No Magalu, esse espaço corresponde, em média, a 25% do tamanho do ponto de venda (era no máximo 15% antes da pandemia). Na Via, um quinto do espaço da loja é para o estoque, ante um décimo de poucos anos atrás.

Com os altos investimentos em tecnologia e logística, o grande objetivo é agilizar a entrega e diminuir os custos: a mercadoria não precisa mais ir para um centro de distribuição (CD) distante.

Quanto menor for o prazo da entrega, maior a chance de ganhar o consumidor, que também está interessado em pagar pouco ou nada pelo frete.

“Desde os anos 2000, muita gente achou que a importância da loja física ia diminuir, uma discussão que ficou ainda maior com a pandemia e a explosão das vendas online”, diz Garcia. “Mas a verdade é que as lojas têm um papel fundamental no ecossistema do varejo, como ponto de apoio à logística, em especial quando se trata da capilaridade do mercado brasileiro.”

Nesse novo contexto, as lojas passaram a contar com um lugar para a retirada rápida de produtos comprados online, com drive-thru, e reservam um espaço para separar e despachar produtos dos “sellers”.

Ao mesmo tempo, os vendedores não ficam só com a barriga no balcão: são treinados para tirar dúvidas de clientes e fechar vendas pelo aplicativo. Também aproveitam a visita à loja para tentar vender produtos dos “sellers” cadastrados no marketplace.

“Já vendemos até trator pela internet”, diz Abel Ornelas, vice-presidente comercial e de operações da Via, citando um negócio feito pelas Casas Bahia de Irecê (BA).

Um dos vendedores da loja, que fica em uma região agrícola, vendeu um microtrator a diesel, no valor de R$ 25,7 mil. O produto é de um dos “sellers” da rede, e toda a negociação com o consumidor foi feita virtualmente.

“Antes o vendedor achava que a internet ia tirar venda dele, mas agora considera o online seu aliado”, afirma Ornelas. “Se antes ele tinha 3.000 ou 4.000 SKUs [itens] para vender em loja, agora, com os ‘sellers’, tem 41 milhões”, diz, destacando que metade das vendas digitais da Via passa pelas lojas físicas.

“Vai ficar cada vez mais difícil saber o que é venda online ou o que é venda física daqui para a frente.”

Uma das novidades que surgiram com as lojas fechadas durante a pandemia, a função “Me chama no Zap”, instalada no app das Casas Bahia, continua sendo muito usada.

“O consumidor pesquisa a compra de uma TV de 80 polegadas na internet, por exemplo. Mas ele tem dúvidas e pode entrar no app para falar direto com o vendedor, que tem a chance de fechar a compra ali mesmo ou na loja”, diz.

Por isso, Ornelas defende manter uma relação próxima com o cliente, algo que só a loja física dá.

O avanço das vendas online também ajudou a reconfigurar a escolha dos pontos das lojas físicas. Para as varejistas, vale a pena marcar presença em todos os estados do país, mas não é preciso estar em todos os bairros das capitais.

“Na época do carnê, chegamos a ter seis lojas em uma mesma rua em Osasco”, diz Ornelas. “Era muita gente para pagar a prestação e não cabia todo o mundo dentro da loja. Hoje o pagamento é pelo BanQi, nossa conta digital.”

Para o consultor Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, a loja física tem um papel fundamental em meio à transformação digital do varejo. “A loja contribui para captar e cativar os clientes”, diz ele. “Tanto que operações que nasceram no varejo online, como a Amaro [moda] ou a Westwing [decoração], acabaram abrindo lojas físicas.”

Na opinião de Eugênio Foganholo, da consultoria Mixxer, a expansão do varejo deixou de depender essencialmente da loja física –o que no passado levou a um movimento de grandes aquisições.

Nas praças onde a Via abriu lojas novas, as vendas digitais triplicaram, diz Abel Ornelas. “Muitos clientes se sentem mais seguros de fazer uma compra online se têm a loja física perto”, diz.

O Magazine Luiza, que chegou na metade de 2021 ao Rio de Janeiro, viu as vendas online no estado aumentarem depois da estreia, diz Danniela Eiger, analista de varejo da XP.
“A diferença é que antes a expansão das redes se dava só pelas lojas físicas, agora está mais vinculada ao marketplace.”

No Magazine Luiza, por exemplo, os próprios vendedores saem em busca de novos “sellers” para integrar o marketplace, entrando em contato com pequenos varejistas no entorno da loja, diz Garcia.

Fonte : https://cidadeverde.com/noticias/366527/redes-varejistas-ja-faturam-mais-na-internet-do-que-na-rua-no-brasil

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Amazon anuncia a cobrança de taxa de 5% dos vendedores

A Amazon começará a cobrar uma taxa de 5% dos vendedores da plataforma a partir do dia 28 de abril. Por enquanto, somente os vendedores baseados nos Estados Unidos e que utilizam a plataforma Fulfillment by Amazon (FBA), conjunto de serviços de armazenamento e entrega da empresa, serão afetados.

Apesar de ser cobrada dos vendedores e não dos compradores, é esperado que a taxa leve a um aumento dos preços em geral na plataforma, à medida que a margem dos vendedores forem afetadas, e ela seja repassada para os consumidores.

O CEO e fundador da Black Label Advisor, Jon Elder, que presta consultoria para comerciantes terceirizados, afirmou que que “a grande maioria” de seus clientes “aumentará seus preços juntamente com essa sobretaxa da Amazon”.

De acordo com a empresa, a nova cobrança foi causada pelo aumento dos custos dos combustíveis e da inflação.

“Em 2022, esperávamos um retorno à normalidade à medida que as restrições do COVID-19 em todo o mundo diminuíam, mas o combustível e a inflação apresentaram mais desafios”, escreveu a equipe da FBA em uma mensagem enviada a todos clientes da plataforma.

“Ainda não está claro se esses custos inflacionários aumentarão ou diminuirão, ou por quanto tempo eles persistirão, então, em vez de uma mudança permanente na taxa, estaremos empregando uma sobretaxa de combustível e inflação pela primeira vez – um mecanismo amplamente usado em todo o mundo por fornecedores da cadeia de suprimentos.”

Atualmente as vendas de terceiros no marketplace representam uma parcela importante nos negócios da Amazon, movimentando US$ 30,3 bilhões em vendas nos últimos quatro meses de 2021. Nesse mesmo período, o lucro da empresa quase duplicou em relação ao ano passado, chegando a US$ 14,32 bilhões.

Fonte : https://br.financas.yahoo.com/noticias/amazon-anuncia-a-cobranca-de-taxa-de-5-dos-vendedores-090050292.html

Magazine Luiza prepara ‘caravana digital’ para atrair lojistas para marketplace, diz Trajano

CEO do Magazine Luiza vê melhora nas lojas neste trimestre e fala dos ajustes feitos na companhia.

Há um ambiente mais positivo se formando entre investidores estrangeiros, em relação aos ativos brasileiros em bolsa, com sinais mais claros de um momento de virada em termos de entrada de recursos externos, diz Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza. O executivo vem recebendo gestores com maior frequência – parte da agenda de abril está voltada para isso – e diz que, apesar do ambiente macroeconômico difícil, num ano eleitoral, há fatores que pesam favoravelmente.

“Economicamente, ainda é um cenário complexo. Inflação e juros altos, PIB com tendência à estagnação ou levemente negativo. Mas hoje este é um quadro já dado, que já se esperava para este início de ano”, diz. “As medidas que estão sendo tomadas pelo BC estão corretas e hoje a questão fiscal está mais equacionada. Aquelas discussões passadas, muito heterodoxas, baixaram de tom. É uma situação no curto prazo ainda ruim, mas com tendências de melhora.”

Trajano cita ainda a queda no dólar, que está levando as redes a fazerem pedidos de novas compras a preços menores, e o efeito da desaceleração da economia nos EUA. “Está sobrando produto no mundo, com os americanos subindo juros e a demanda parando, e a Rússia, que comprava 5 milhões de IPhones ao ano, parou de receber”.

Duas semanas atrás, após apresentar números abaixo do esperado por analistas no quarto trimestre de 2021, a ação de Magazine fechou o pregão em queda de 8,6% e acumulava recuo de 25% no ano. Relatórios de bancos revisaram o preço-alvo da ação, mas mantiveram recomendação de compra do papel – desde a publicação do balanço, a ação subiu 29% (no ano todo, cresce 2%). O recado que vem sendo dado ao mercado pelo comando do grupo é de que há uma tarefa feita dentro de casa, com congelamento de contratações e repasses de pressões em custos aos preços. E que as vendas em lojas dão sinais de recuperação, com um primeiro trimestre melhor que os três últimos meses de 2021.

“Estamos conseguindo [comprar] mais quantidade de produtos com custos menores em função do dólar em queda”

Em maio, a empresa se prepara para sair numa “caravana digital”, visitando centenas de cidades pelo país na busca por lojistas para sua plataforma on-line – com direito à presença do CEO e de Luiza Trajano, presidente do conselho de administração. A seguir, os trechos da entrevista concedida ontem, na sede do grupo:

Valor: O Sr. acha que há um movimento de inflexão em termos de percepção do Brasil pelos mercados? Porque há essa liquidez de recursos no mundo, mas também há um quadro de incerteza. Como vê o país e o Magazine Luiza inserido nisso?

Frederico Trajano: O que eu tenho sentido mais claramente é um aumento muito grande da demanda de investidores internacionais para conversar conosco. Inclusive, temos recebido vários aqui presencialmente na arena [Arena Magalu, sede da empresa]. São grupos de cinco, dez investidores vindo para o Brasil, com perguntas muito construtivas e visão de longo prazo. Em relação ao Magalu, quando o investidor vem com esse nível, ele vem com interesse em aumentar a posição no país e na companhia. São muitos fundos diferentes, muitos dos quais nunca vieram ao Brasil ou que nunca me visitaram antes. Eu me lembro que em janeiro houve um aumento de fluxo de estrangeiros na bolsa e muitos comentavam ‘ah, tomem cuidado que pode ser temporário’. Só que a quantidade de entradas continua aumentando e a sua qualidade também. Há a crise na Rússia, que antes absorvia muito desse capital, e na América Latina não temos tantos países num bom momento. E o nosso cenário eleitoral está meio já desenhado, de uma maneira que não parece que vai haver grandes surpresas. O investidor com posição fundamentalista de longo prazo está olhando o Brasil esperando pelo momento certo para montar posições grandes. Então eu vejo uma mudança de ‘mood’, e esse capital antecipa o que acontecerá à frente. E a gente tem ouvido isso também de outras empresas. Acho que estamos possivelmente no momento de virada em termos de entrada de recursos externos na bolsa.

Valor: Então, há efeitos positivos ao país nesse cenário global, mesmo num ambiente eleitoral, que sempre afeta o humor dos mercados, e os indicadores ‘macro’ ainda ruins?

Trajano: Vamos separar o cenário macroeconômico do político. Economicamente, é um quadro ainda complexo e difícil. Inflação e juros altos, PIB com tendência à estagnação ou levemente negativo. Mas hoje este é um cenário dado, que a gente já esperava para este início de ano. As medidas que estão sendo tomadas pelo Banco Central estão corretas [alta nos juros] porque não há nada pior que o câncer da inflação. A segunda questão é a fiscal, que me parece mais equacionada. Aquelas discussões do ano passado, muito heterodoxas, baixaram de tom. É uma situação no curto prazo ainda ruim, mas com tendências de melhoria no longo prazo, tanto é que esse fluxo está vindo pra cá. Do ponto de vista político, tudo indica que caminhamos para um dos polos, e acho muito difícil que algo se configure de maneira muito diferente do desenhado agora.

Valor: O Sr acha difícil uma terceira via a essa altura?

Trajano: Eu acho. Eu trabalho com internet há 22 anos, e a gente consegue entender muito bem o padrão das redes, o que viraliza, há uma relação muito simbiótica hoje das redes com a população, e a rede social tende a polarizar. Então acho muito difícil nesse momento, que haja algo vindo do centro. Vejo pouco espaço para uma terceira via, infelizmente. Mas não sou especialista em mercado, e quero frisar bem isso. O que pode atenuar um pouco essa situação é a eleição do Congresso Nacional, com novos nomes aparecendo, e acho que deveríamos fazer esforço de bons e novos nomes para Câmara e Senado.

O que essas plataformas [estrangeiras] estão fazendo é digitalizando a sonegação, o contrabandista e a pirataria”

Valor: A empresa tem um cenário de curto prazo mais difícil, e no longo prazo, o sr. vem reforçando essa questão estratégica, que não mudou após crise. Pode detalhar melhor esses cenários?

Trajano: Eu administro essa empresa com foco no longo prazo, mas a gente tem ciclos, e para chegar no longo prazo tem que passar pelo curto prazo também, pelas volatilidades. Entramos no novo ciclo em 2019, voltado para nos transformamos numa plataforma digital com pontos físicos e calor humano. Com uma estratégia muito baseada no modelo de ecossistema, diversificação de categorias, nível de serviço alto, entrega rápida, novas fontes de receita. E usar o que estamos desenvolvendo para digitalizar o negócio analógico [por meio da plataforma de marketplace]. O foco é ajudar os 6 milhões de varejistas brasileiros a se digitalizarem. Há 6 milhões de varejistas físicos no Brasil e só 160 mil vendendo on-line. Se você pegar o Magalu pós-pandemia, a gente dobrou de tamanho. A gente triplicou o nosso comércio eletrônico e quadruplicou o marketplace. Temos 160 mil “sellers” [vendedores] no marketplace, a grande maioria vem desse mundo analógico e nunca vendeu no digital antes. Saímos da pandemia com números que indicam que a gente está caminhando muito bem do ponto de vista de longo prazo.

Valor: E sobre essa questão de que vocês sentiram mais a desaceleração nas vendas no fim de 2021 e o efeito no curto prazo?

Trajano: A gente esperava um segundo semestre muito mais pujante do que efetivamente aconteceu, mas acho que ninguém esperava inflação e juros tão altos no segundo semestre.

Valor: Mas já havia uma sinalização de que venda desaceleraria e vocês sempre conseguiam antever…

Trajano: A desaceleração foi mais forte do que todo mundo esperava. Você pega o boletim da Focus e vê, ninguém conseguiu antever o cenário de inflação e juros tão altos.

Valor: Olhando 2022 e 2023, o que tem sido feito pela empresa para esse período?

Trajano: Do ponto de vista de curto prazo o que nós fizemos foi um ajuste de dimensionamento da companhia, como por exemplo, em termos de redução de estoque, porque a demanda por bens discricionários caiu [após o terceiro trimestre]. Houve uma queda de mais de 20% em lojas físicas. Em termos de estoque, de área de armazenagem, contratos publicitários, e quadro [de pessoal]. Então entregamos anexos de centros de distribuição, reduzimos ou cortamos contratos de terceiros e redimensionamos o quadro. Nós fechamos a porta da entrada.

Valor: Então congelaram vagas e também demitiram?

Trajano: Fizemos algum ajuste interno e congelamos vagas, porque o “turnover” do varejo é alto. E o problema da demanda está mais em loja, logo, você consegue ajustar basicamente fechando a porta de entrada.

Valor: Quando essas medidas darão resultado?

Trajano: Acho que a partir de março, mas com certeza já no segundo trimestre. Então já estamos agora num nível adequado para a demanda atual, e em termos de estoque também. A gente também já repassou um pouco do aumento de custo das mercadorias [efeito da inflação] para o preço, e passamos a cobrar juros no parcelado, porque praticamente toda venda era sem juros. Então há uma série de medidas aqui de impacto em aumento da margem bruta.

Valor: A empresa tem que tomar medidas para ajustar o negócio à outra realidade agora e, ao mesmo tempo, tem que manter uma estratégia em investimentos, que de certa forma também impacta nos números. Como gerir isso?

Trajano: Como a estratégia da empresa está muito baseada no marketplace, isso são outras linhas do negócio. E ele acaba ajudando no curto prazo também. O que aconteceu com o marketplace é que os investidores estão cobrando das plataformas maior rentabilidade, e todo mundo veio revisando suas condições [dos contratos comerciais com lojistas]. Fizemos isso em fevereiro e o mês foi histórico pra companhia, pois o marketplace passou a vender mais do que as lojas físicas em fevereiro.

Valor: O marketplace continuou sendo maior que as lojas em março e isso é tendência mais gradual daqui para frente?

Trajano: Sim, e não é gradualmente, não. Vai abrir mais [essa diferença]. Mas a loja também está melhor no primeiro trimestre, até pela base de 2021, do que esteve no quarto trimestre e o faturamento do varejo físico vai melhorar no segundo semestre.

Valor: Depois da publicação do balanço do quarto trimestre, os analistas citaram em relatórios alguns desafios do Magalu, como rentabilizar os investimentos, escalar e rentabilizar soluções financeiras e o ambiente mais competitivo com outras plataformas ficando mais robustas, como Americanas. Como o sr. entende essas questões?

Trajano: Eu tenho falado com inúmeros investidores do Brasil e de fora. Acho que eu tenho zero ‘push back’ na nossa estratégia, nenhum questionamento em relação a isso. E todas as questões que eu tenho tido de investidores são referentes ao curto prazo, às lojas físicas, bens discricionários. Até porque, quadruplicamos marketplace, o TPV [transações de pagamento] atingiu R$ 65 bilhões em 2021, são 7 milhões de clientes com cartão de crédito e 5 milhões de contas digitais. Todos os negócios novos estão indo bem tanto em receita como lucro. Então o único “push back” do mercado em relação ao Magalu é o curto prazo.

Valor: O mercado está mais racional, mais focado em rentabilidade, mesmo com competição forte?

Trajano: Desde que assumi como CEO, a gente deu o lucro seis anos e gerou caixa em cinco dos seis anos. O que aconteceu no ano passado foi a desaceleração, e um mercado com os juros mais altos acaba exigindo que as empresas equilibrem melhor crescimento com rentabilidade. E esse é o lugar que a gente gosta de estar. Juros altos exigem que os “players” operem com maior racionalidade, diminui a liquidez daquele que é absolutamente ineficiente e que a acaba conseguindo levantar capital só com narrativa. A gente tinha “player” no Brasil operando com zero de “take rate” (taxa de comissão no marketplaces). Eu cheguei a ouvir declarações que “take rate” é um detalhe. Há um movimento voltado a um melhor equilíbrio entre crescimento e rentabilidade.

Valor: Ao mesmo tempo que há cobrança do mercado por maiores retornos, vemos marketplaces queimando caixa e sendo acusados de operar plataformas com venda de produtos falsificados ou que sonegam impostos. Parece que temos dois “Brasis”?

Trajano: O Brasil é um dos maiores mercados do mundo, então ele naturalmente vai atrair todas as plataformas. Para ter escala, ser rentável e cumprir a legislação tem que ser muito eficiente. Existem plataformas que acabam compensando a sua ineficiência e conseguindo lucros ou receitas de movimentações que são ilegais. Vendem um celular com o preço de capinha. O ponto é que essa evasão fiscal poderia bancar um Bolsa Família de R$ 600 por um período longo. Ou poderia aumentar investimentos em educação e saúde. Mas isso está indo para plataformas que ganham em cima da venda de “sellers”, na maioria, estrangeiros, que estão ganhando e até tirando empregos das empresas brasileiras.

Valor: Mas o sr. acha que o brasileiro já entendeu isso? Parte da população compra esses produtos nessas condições.

Trajano: O cidadão, o consumidor compra o produto mais barato, mas não percebe que tem uma economia pior porque não gera arrecadação de imposto para ele mesmo. Você não tem uma boa saúde, uma boa educação porque está tendo uma evasão fiscal enorme. É fruto de uma vista grossa que nós estamos fazendo. Não podemos ser coniventes com a sonegação porque achamos que pagamos muito imposto. O que essas plataformas estão fazendo é digitalizando a sonegação, elas tão digitalizando o sonegador, estão digitalizando o contrabandista e a pirataria.

Valor: Qual o efeito da guerra no leste europeu na cadeia de suprimentos e da queda do câmbio?

Trajano: Segundo nossas conversas com fornecedores há um cenário de melhora, e eu diria significativa. Há um aumento de juros nos Estados Unidos freando a demanda americana, que antes estava consumindo todos os produtos produzidos no mundo. E alguns fornecedores que tinham um mercado grande na Rússia viram isso cair muito. A Apple chegou a vender 5 milhões de iPhones na Rússia. Sinto que vamos ter uma normalização da cadeia suprimentos após o segundo trimestre. Estamos conseguindo mais quantidade com custos menores em função do dólar em queda. Então, estamos reduzindo estoque para a chegada de novo mais barato. A pressão hoje que há é no aço, na indústria de linha branca.

Valor: O Magalu vai expandir a atuação para outras categorias no marketplace? As aquisições de negócios devem se manter?

Trajano: Vamos focar na integração dos negócios, fizemos 20 aquisições recentemente e estamos mais focados em integrar isso agora. A KaBuM, por exemplo: temos uma perspectiva excepcional pra esse universo “gamer”, e a KaBuM vai entrar em outros segmentos também, e não só a venda de hardware. Nós vamos ter os nossos próprios jogos. Na categoria de mercado [alimentos], estamos trazendo parceiros novos para o marketplaces por meio da VipCommerce. Ela ajuda esses varejos a vender diretamente a seus clientes. Estamos em fase de teste com 10 lojas em Belo Horizonte, São Paulo e Campinas. Há 300 clientes da Vip em 280 cidades e a ideia é que eles entrem em nossa plataforma.

Valor: Então vocês não pretendem comprar uma operação de alimentos grande?

Trajano: A gente acredita que negócios com tíquete baixo, como alimentos, têm que ter entrega local, têm que ser feitos pelo varejo local. Claro que eu não digo que nunca vai ocorrer [uma aquisição maior no segmento alimentar]. Mas o que quero deixar claro é que há esse esforço da empresa em trazer o varejo local para dentro da empresa. Há milhões e milhões de negócios analógicos que não vendem on-line. Para mim, isso vai ser um dos grandes motores de crescimento. Nessa linha, estamos montando um projeto que chamamos de caravana digital.

Valor: O que é a caravana?

Trajano: Nós vamos rodar centenas de cidades a partir de maio e já começamos com o piloto em março. Já fizemos esse mapeamento, que ainda vamos divulgar. Será uma caravana com a presença de minha mãe, junto com nossa equipe e todo o ecossistema de negócios do Magalu. Vamos atrás de novos “sellers” que querem vender no Magalu, no KaBum, na Netshoes, e esse vendedor vai ser avaliado e credenciado e ter acesso a nosso ecossistema. Vamos passar dias nas cidades trabalhando nisso, dentro dessa ideia de digitalizar todas as cidades por onde a gente passa. Eu vou entrar nessa, também estarei nas visitas. Nós acreditamos que nosso forte é o nosso calor humano e ficamos dois anos falando no on-line, mas nós temos isso de gastar sola de sapato e de barriga no balcão.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/03/31/ha-uma-mudanca-de-humor-favoravel-ao-brasil-diz-trajano.ghtml

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