Pós fusão, Grupo Sequoia e Move3 caminham para ser gigante da logística de entregas

Empresa listada (SEQL3) avança na integração com mais sinergia, conclui reestruturação com credores financeiros e foca em excelência operacional e rentabilidade.

Após quatro meses da fusão com a Move3, a Sequoia caminha para se tornar, de forma sustentável, a maior empresa privada de entrega do país, a única com capital aberto na B3 (ticker SEQL3). O foco agora, com os avanços no processo de integração, está nos ganhos de sinergia – que pretendem chegar na casa dos R$100 milhões ao longo de 2024 –, na ampliação do portfólio com foco em serviços de alto valor agregado e na conquista de market-share.

As empresas possuem complementaridades importantes, a começar pela matriz de serviços, que incluem um ecossistema com BUs (Business Unit) que atende diversos públicos, com potencial de vendas cruzadas tanto no B2C quanto no B2B. O novo negócio combina 30 anos de inovação do Grupo Move3 com mais de 14 anos de excelência da Sequoia e, segundo a companhia, ao final do processo de integração e unificação total em curso “estará consolidado o maior operador logístico de entregas do país, com capacidade para oferecer mais inovação, agilidade e eficiência”.

A tecnologia embarcada para aumento da agilidade e da volumetria é vista pela companhia como a força motriz nas duas pontas relevantes para a competitividade no setor de logística de entregas – que exige mais rapidez nas entregas e menos tempo de armazenagem: tanto no first mile, a fase inicial da cadeia de abastecimento, quanto no last mile – que liga os centros de distribuição (CD) ao consumidor.

Com CDs modernos e automatizados, somando mais de 74 mil m2 de área de armazenagem e quase 1000 pontos operacionais, a companhia combinada alcança um potencial de mais de 200 milhões de entregas por ano, em cinco mil cidades brasileiras. E ainda, na ponta da inovação, é a única que conta com um “sorter”, máquina que faz a separação automática dos produtos para entregas, com capacidade de processamento de 1 milhão de pacotes por dia, sendo um dos maiores e mais modernos da América Latina.

Reestruturação financeira

No último trimestre de 2023, a Sequoia deu partida a um grande plano de reestruturação com o objetivo de reduzir os elevados níveis de endividamento, repactuar pagamentos de curto e médio prazo e buscar novas emissões para garantir melhor posição de caixa, preparando a companhia para, a partir de um balanço fortalecido, retomar a trilha do crescimento e da geração de valor de forma consistente e sustentável.

O desafio iniciou com a negociação da dívida contraída junto aos chamados credores financeiros – bancos e debenturistas, na faixa de R$700 milhões. A fatia mais representativa do débito, de R$ 580 milhões, foi convertida em capital social na companhia, enquanto uma parcela menor, de R$ 120 milhões, foi repactuada, com novo prazo de carência de três anos, e de alongamento do pagamento do principal, de cinco anos.

Todo o processo foi conduzido de forma bilateral, sem apoio de consultorias ou outros intermediários, em curto intervalo de tempo. Ao final, a companhia saiu do processo com caixa novo de R$120 milhões, ao mesmo tempo em que teve sua dívida original reduzida em 82%.

“Podemos afirmar sem sombra de dúvida que se trata de uma das tratativas mais bem-sucedidas do mercado nos últimos anos. Com o apoio dos novos acionistas e sob o comando do meu antecessor, a Companhia venceu uma etapa desafiadora e representativa da sua história”, diz Leopoldo Bruggen, CFO da Sequoia. O executivo explica que o novo cenário abre um horizonte promissor no plano operacional e que os resultados virão melhores, a partir do 3º trimestre.

A mesma lógica se dá em relação ao valor de mercado da companhia. No último mês de junho, o preço médio da ação da Sequoia na B3 esteve na faixa dos R$4,00. “Temos convicção de que o papel ainda não absorveu a reestruturação, o valuation da Move3 e as potenciais sinergias. O mercado é soberano para dizer, mas numa visão conservadora vemos espaço para a ação SEQL3 alcançar patamar muito maior ao atual”, acredita Bruggen.

Com a conclusão desta etapa da reestruturação com os credores financeiros, o próximo e último passo estará na negociação das dívidas em aberto com fornecedores e nos passivos tributários, sendo que ambos já estão sendo encaminhados com desfechos previstos nos próximos meses.

O setor de logística voltada a entregas ainda é fragmentado, porém tem grande potencial de crescimento. O tamanho e a diversidade do mercado reservam oportunidades para companhias preparadas para atender com eficiência a um país de dimensões continentais. “Estamos confiantes de que os nossos diferenciais somados às medidas adotadas posicionaram o Grupo Sequoia e a Move3 com destaque neste cenário, com geração de valor de forma gradual e consistente a nossos diferentes stakeholders”, conclui Bruggen.

Fonte: “Pós fusão, Grupo Sequoia e Move3 caminham para ser gigante da logística de entregas | Exame

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Mega Sorter do Grupo MOVE 3 e Sequoia entra em teste final para triplicar entregas mensais

Usando tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data e Machine Learning, equipamento tem capacidade de roteirizar até 34 mil objetos por hora e entra em funcionamento em agosto.

O Grupo MOVE3 e a Sequoia realizam os testes finais do Mega Sortes Damon, sistema de classificação de cargas que potencializa as operações logísticas lançado em conjunto pós-fusão. Segundo a companhia, o equipamento é apto para atender diversos tipos de processos e tem potencial para triplicar a operação — ou seja, das 10 milhões de entregas mensais realizadas pela MOVE3 atualmente, será possível chegar a até 30 milhões.

A capacidade de roteirização do Mega Sorter é de até 34 mil objetos por hora. De acordo com o gerente de Projetos da MOVE3, Ricardo Souza, o diferencial para alcançar esse feito é a quantidade de saídas, que são 303.

“Um número maior de saídas significa que teremos mais agilidade de roteirizar mercadorias de diferentes clientes, tamanhos e prazos. Quando você tem menos saídas, esse trabalho acaba levando mais tempo, pois você tem que separar as regiões (CEPs) manualmente, coisa que o sorter faz de forma automática”, explicou o executivo.

A novidade incorpora tecnologias já utilizadas no grupo, como Inteligência Artificial e Big Data. Na prática, isso significa que estarão disponíveis informações em tempo real para os controladores, de modo que o banco de dados seja alimentado com indicadores do equipamento e operação. Também foi aplicado Machine Learning na fabricação da máquina.

PROJETO E DESENVOLVIMENTO

Segundo o analista de Projetos Sênior da MOVE3, Theo Palhano, o Mega Sorter foi projetado pelo grupo em 2022, já pensado para ter uma fácil integração com outras empresas. “A carga da Sequoia tem um bom fit com o novo sorter, então o projeto atenderá de forma excelente tanto os atuais clientes do grupo quanto os clientes que estão vindo da Sequoia, bem como os que vamos conquistar posteriormente”, afirmou.

Desde o início, o objetivo era alcançar um alto poder de processamento. “Nós trabalhamos com volume de franquias, então a franquia A tem mais volume, a B tem menos, e por aí vai até a franquia E. O novo sorter é capaz de lidar com os volumes A, B e C de uma vez. O volume D pode ser processado por outra máquina de capacidade menor, e a franquia E pode ser tratada manualmente. Essa separação otimiza nossas operações”, pontou Palhano.

Até o momento, para atender às operações da Carriers, Rodoê e da Moove+ e as que já estão vindo da Sequoia, são necessários três separadores com saídas limitadas. O Mega Sorter tem o dobro da capacidade desses separadores combinados, com três vezes mais saídas.

Fonte: “Mega Sorter do Grupo MOVE 3 e Sequoia entra em teste final (mundologistica.com.br)

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Sequoia Logística (SEQL3): prejuízo líquido de R$ 121,3 milhões no 1T24

A empresa de logística Sequoia registrou aumento de 38,3% no prejuízo líquido no primeiro trimestre de 2024 em relação a igual período de 2023, saindo de R$ 87,7 milhões para R$ 121,3 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi negativo em R$ 15,7 milhões, ante R$ 700 mil de um ano antes. Isso levou a uma queda da margem Ebitda de 5,9 p.p. (pontos percentuais), para -5,7%.

A receita líquida somou R$ 276,1 milhões no primeiro trimestre de 2024 , uma diminuição de 8,6% na comparação com igual etapa de 2023.

O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 10,8 milhões no primeiro trimestre de 2024 , um recuo de 60% na comparação com igual etapa de 2023. A margem bruta foi de 3,9% no 1T24, queda de 5,0 p.p. na comparação ano a ano.

As despesas ajustadas por depreciação e amortização foram de R$ 42,5 milhões no 1T24, o que representa 15,4% da receita líquida.

Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da companhia era de R$ 671,5 milhões.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,8 vez em março/24.

Fonte: “Sequoia Logística (SEQL3): prejuízo líquido de R$ 121,3 milhões no 1T24 | ADVFN News

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A nova Sequoia: Os planos da gigante de entregas após a fusão com a Move3

Com dívida reestruturada, empresa vê economias de até R$ 90 milhões por ano e aposta na complementariedade de serviços e em tecnologia para ampliar liderança em pequenos pacotes – onde só fica atrás dos Correios.

Marcando um novo capítulo depois de uma dura reestruturação financeira, a Sequoia assinou neste fim de semana a fusão com a Move3, numa operação cria uma gigante das entregas de pacotes leves no país – atrás apenas dos Correios.

A operação foi anunciada em janeiro, dias após a companhia, que fez seu IPO em outubro de 2020, concluir a renegociação de cerca R$ 700 milhões em dívidas, que a deixaram finalmente com um balanço mais leve.

Vivendo de decisão difícil em decisão difícil ao longo dos últimos dois anos, o CEO da Sequoia, Armando Marchesan, agora respira mais aliviado e vai focar na integração das operações das empresas, que terão R$ 2,4 bilhões em faturamento combinado e um perfil altamente complementar.

Enquanto a Sequoia é forte no first mile, a primeira perna da logística do ecommerce, buscando as mercadorias nos vendedores, a Move3 tem como principal fortaleza o last mile, que liga os centros de distribuição ao consumidor.

“A palavra-chave nessa transação é complementariedade. Tem todo um potencial de integração, desde a capilaridade e presença geográfica de cada uma das empresas, até uma matriz de produtos e serviços complementares”, aponta Marchesan. “O potencial de cross-selling é muito grande.”

Um exemplo: os mais de 530 pontos operacionais da Move3 vão poder ser usados para oferecer o serviço de first mile, o que aumenta muito a volumetria, num setor em que escala é a alma do negócio.

Na mão contrária, a Sequoia vai poder utilizar toda a estrutura da Move3 para o last mile – incluindo um centro de distribuição em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo,  com capacidade de entrega de 1 milhão de pacotes por dia.

Log-tech

Toda a operação de B2C da Sequoia ficará agora sob o comando de Juliani, que junto com o pai, que fundou o negócio há 30 anos, construiu uma empresa que se diferencia no setor pela tecnologia embarcada.

Ao longo do último ano e meio, foram investidos R$ 70 milhões em modernização do CD, que o tornaram o estado da arte na entrega B2C.

A cereja do bolo é um sorter, máquina que faz a separação automática dos produtos para entregas.

Enquanto outras grandes empresas de logística do setor tem sorters com cerca de 10 entradas e no máximo 100 saídas para fazer a organização do que vai entrar no caminhões para viajar o Brasil, a máquina da Move3 tem 20 entradas e 330 saídas.

Junto com ele, há mais quatro sorters para fazer as subroteirizações menores e 220 robôs que ajudam no processo. “Você vê aqueles filmes que mostram o avanço dos CDs na China: tem 220 robozinhos desses andando aqui do nosso lado, em São Bernardo”, contra Guilherme Juliani, CEO da Move3.

O DNA de tecnologia da Move3 – que nasceu focada nas entregas para o setor financeiro, de cartões de crédito e vales-refeição, por exemplo – também deve ajudar a destravar num negócio até hoje pouco percebido na Sequoia, aponta Marchesan: a plataforma de log-tech voltada para pequenos e médio varejistas, formada por Frenet e pela Drops.

Hoje, a plataforma, focada no pequeno empreendedor que começa a vender pela Internet, já chega a 100 mil usuários. “É um mercado que tem alto potencial de expansão, margens mais altas, e que podemos escalar muito com a expertise e capilaridade da Move3 em last mile”, afirma o CEO da Sequoia.

Com a fusão, a familia Juliani será a maior acionista da companhia combinada, com 40%. Os 60% restantes ficarão com os acionistas da Sequoia, hoje liderados pelas gestoras Jive e Newfoundland, com 25% e 10%, respectivamente, e que ajudaram no processo de reestruturação, com 25% e 10%, respectivamente, e que ajudaram no processo de reestruturação.

Os bancos credores também serão acionistas relevantes: eles converteram pouco mais de R$ 300 milhões de dívidas em debêntures conversíveis em ações, numa transação que também está sendo concretizada nesta semana.

A expectativa da empresa é que a transação gere de R$ 80 milhões a R$ 90 milhões em de sinergias ao ano – considerando aqui apenas o lado dos custos e despesas e não de geração de receita.

A economia mais óbvia vem do fechamento de um centro de distribuição da Sequoia em Embu, na Grande São Paulo, que se sobrepõe ao da Move3 em São Bernardo do Campo. Só aí serão quase R$ 30 milhões em economia de aluguel por ano.

O restante vem com as economias de escala, com otimização de rotas e melhor utilização de capacidade no transporte, ao longo de toda a cadeia.

Estrutura de capital 

Combalida por um tempestade perfeita, a Sequoia, que chegou a valer R$ 4 bilhões na B3 no seu auge no começo de 2021, viu seu negócio encolher em meio à ressaca do ecommerce pós-pandemia.

A entrada no segmento de entregas pesadas – de eletrodomésticos e móveis, por exemplo – se mostrou um erro estratégico e virou um ralo de caixa, com atividades que foram encerradas e baixadas do balanço.

Ao mesmo tempo, a crise da Americanas em janeiro do ano passado fez secar a modalidade de crédito de risco sacado, muito utilizada pela Sequoia, dando o último golpe num balanço que já sofria também com a disparada dos juros.

Enquanto equacionava a dívida – numa reestruturação negociada e relativamente rápida e que não precisou recorrer a instrumentos como recuperação judicial ou extrajudicial –, a Sequoia passou a focar nas suas atividades core, de entrega de pequenos pacotes e aquelas com maior nível de serviço associado.

“Foi uma escolha de Sofia, escolher que segmentos deveríamos blindar”, pondera Marchesan. “Mas que se mostrou acertada, na medida em que nesses segmentos de margem maior não perdemos clientes e, pelo contrário, ganhamos alguns contratos emblemáticos e que agora começamos a implantar com mais velocidade.”

A empresa fundida que emerge da reestruturação tem um balanço mais leve, com uma relação entre dívida líquida e EBITDA na casa de duas vezes, aponta Eric Fonseca, gestor da Newfoundland e que também é presidente do conselho da Sequoia.

A tendência é que esse indicador comece a cair abaixo desse nível a partir do segundo semestre, à medida em que o efeito de escala da união das operações comece a transitar pelo balanço.  O que sobra são dívidas longuíssimas, de cinco a sete anos, que pagam CDI sem spread.

“Mais importante que isso: nada melhor que uma crise desse tamanho para olharmos as áreas que têm excesso. A estrutura de custo fixo é muito mais eficiente que de qualquer outra empresa do setor”, afirma Fonseca.

“A empresa que já era a referência, que já era o cavalo da vez para ser a consolidadora do mercado – por ser uma corporation, por ser listada – volta muito mais forte, muito mais tecnologicamente equipada e muito mais enxuta de custos.”

Fonte: “https://exame.com/insight/a-nova-sequoia-os-planos-da-gigante-de-entregas-apos-a-fusao-com-a-move3/p”

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