Centenas de funcionários do site varejista cruzaram os braços em meio à temporada de promoções. Sindicato que representa categoria afirma que pressão da companhia tem causado danos à saúde dos trabalhadores.
Há anos o sindicato Verdi vem lutando por um acordo coletivo para os funcionários da Amazon, mas a empresa vem rejeitando as conversas
Centenas de trabalhadores de centros de distribuição da Amazon na Alemanha cruzaram os braços nesta sexta-feira (29/11) como parte de uma greve para pressionar a empresa a conceder melhores salários e condições de trabalho.
A greve acontece no mesmo dia em que a gigante do varejo online concentrava suas atenções nas vendas da Black Friday.
O influente sindicato Verdi, que tem mais de 2 milhões de membros na Alemanha, informou que a greve deve se estender até terça-feira de manhã e que ainda vai incluir a Cyber Monday, outra data marcada por promoções.
O Verdi informou que as paralisações ocorreram nos centros de distribuição da Amazon em Leipzig, Bad Hersfeld, Koblenz, Rheinberg, Werne e Graben.
O sindicato se queixa que a Amazon está “suprimindo direitos básicos” dos funcionários e forçando-os a trabalhar sob “extrema pressão”. “Como resultado, muitos funcionários estão ficando doentes.”
“O trabalho deles não pode ser obtido a preços baixíssimos”, completou o sindicato, em comunicado. O sindicalistas ainda exigem um acordo coletivo de trabalho para garantir “um salário digno e bons empregos saudáveis”
Há anos o sindicato Verdi vem lutando por um acordo coletivo para os funcionários da Amazon e para que estes sejam remunerados de acordo com as tarifas de varejo e vendas por correio. Até agora, a Amazon rejeitou as exigências do sindicato.
A Amazon minimizou o impacto da greve, afirmando que as entregas de compras realizadas na Black Friday não devem sofrer atrasos. A companhia ainda disse que a maioria de seus 13.000 funcionários na Alemanha, distribuídos em 13 centros de logística, estão trabalhando “normalmente”.
A empresa ainda rejeitou os pedidos do sindicato para iniciar negociações trabalhistas e defendeu seu ambiente de trabalho. A Amazon insistiu ainda que é “um dos melhores empregadores do setor de logística”.
Nos últimos anos, as operações da Amazon na Black Friday foram afetadas por greves em vários países, com paralisações de trabalhadores na Grã-Bretanha e Espanha.
Na França, a empresa também enfrentou hoje problemas após ativistas tentarem bloquear o acesso a um centro de logística na região de Lyon. O protesto ocorreu como parte do movimento Greve pelo Futuro e os ativistas acusaram a empresa de agravar o consumismo desenfreado e aumentar a pressão sobre os recursos do planeta.
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Fonte : dw.com