D.com aposta em automação e inteligência artificial para ganhar escala e eficiência.
Em seu centro de distribuição em Xangai, a JD.com, gigante chinesa do e-commerce avaliada em US$ 58 milhões, organiza, embala e envia em torno de 200 mil pedidos por dia com apenas quatro funcionários. Toda essa eficiência não é resultado de uma alta produtividade do pequeno grupo de trabalhadores, mas sim porque o centro da JD.com é o exemplo de como será o varejo em um futuro próximo: automatizado e com alto emprego de inteligência artificial.
O processo de pedidos nos grandes varejistas já é bastante automatizado. Nos centros de atendimento da Amazon, por exemplo, robôs movimentam produtos nas prateleiras e sistemas automatizados já realizam o roteamento e o rastreamento de milhões de pacotes. Segundo a MIT Technology Review, o aumento do custo do trabalho desencadeou uma corrida das industrias chinesas para automatizar suas operações. Isso gerou investimentos e pesquisas ambiciosos em robótica, e que provavelmente dará o grande impulso para o desenvolvimento da inteligência artificial na China.
Outra aposta da JD.com está na logística. Estão criando um serviço capaz de entregar uma compra no mesmo dia em que é realizada (desde que até as 11 da manhã) em praticamente qualquer lugar do país, que tem extensão continental. Para que seja mais rápida e mais confiável, a automação é fundamental nos depósitos inteligentes que processam pedidos a caminhões autônomos e drones para fazer entregas. E a equipe de pesquisa e desenvolvimento da JD está trabalhando para eliminar um dos maiores custos das empresas, os funcionários. Seu grande concorrente, a Alibaba, também montou um centro de operações totalmente automatizado. Especialistas acreditam que essa tendência não ficará limitada à China, mas chegará em breve nos Estados Unidos e na Europa.
De acordo com a publicação Axios, a JD alegou que seu objetivo não é eliminar trabalhadores, mas sim tornar-se mais rápida e confiável, além de transferir pessoas para outros empregos. Seu novo mantra é “varejo como um serviço”, e fornecerá sua tecnologia para outras companhias. “Tudo tem a ver com escala”, diz o diretor de tecnologia Chen Zhang a um grupo de repórteres em sua sede em Pequim. “Quando você investe em tecnologia, não se preocupa em gastar dinheiro. Você se preocupa se consegue escalar. Quando a escala chegar, o lucro virá.”
Fonte : epocanegocios.globo.com