E-commerce se consolida no Brasil, mas frutos ainda podem ser colhidos em 2021

Uma Black Friday por semana, durante quase todo o ano. Assim foi o 2020 de muitos setores do e-commerce. Diante de uma tragédia mundial como foi a pandemia da Covid-19, o comércio eletrônico foi visto não só como uma alternativa ao varejo, mas foi socorro para muitas pessoas que fizeram compras on-line pela primeira vez. Primeiro, o susto. Depois, as ideias e soluções. Agora, o momento é de colher os frutos e pensar no futuro. O que será do e-commerce em 2021? O que o lojista aprendeu no meio de toda a turbulência que pode ser levado para o próximo ciclo?

Os dados da Ebit|Nielsen para o e-commerce em 2020 foram animadores. Somente no primeiro semestre, o crescimento do setor foi de 47% no faturamento e de 40% no número de consumidores. Segundo a consultoria, 2021 tem tudo para ser mais um ano maravilhoso para o comércio eletrônico brasileiro, mas abaixo do patamar alcançado nos últimos 12 meses.

Os futuros hábitos ainda são movimentos incertos. Dados exclusivos da dunnhumby, repassados ao E-Commerce Brasil, corroboram a nova tendência e indicam que 59% dos clientes que usaram o on-line pela primeira vez para fazer compras continuam utilizando. Entretanto, a experiência nas primeiras compras é fundamental para reter clientes. 58% estão propensos a fazer outro pedido após sua primeira compra ter sido positiva. O número sobe para 82% de consumidores propensos a fazerem outro pedido após a quarta compra.

“Este ano, as empresas se valeram mais do ominichannel, o que dá ao consumidor possibilidades de acordo com sua necessidade. Para os varejistas, este é o momento de se valer desse conhecimento, garantindo mais valor e praticidade na hora da compra, seja ela on-line ou física. Ambos os canais são fundamentais, devem coexistir e ter experiências complementares e seamless”, explica a head da dunnhumby no Brasil, Flávia Villani.

Os dados da Ebit | Nielsen mostram que a intenção de compra no on-line daqui para frente pode ter sido a maior conquista dos varejistas de e-commerce em 2020.

 

 A previsão, que era boa, ficou ainda melhor

O e-commerce fechou o ano de 2019 já com grandes expectativas para 2020. Relatórios apontavam um crescimento total de 20% no setor, número que foi rapidamente superado já no primeiro semestre. As avaliações eram de que o comércio eletrônico estava mais maduro e de que novos lojistas que chegavam ao online já traziam uma bagagem do meio físico.

A evolução e a inovação se mostraram essenciais para o sucesso do comércio on-line no ano. A pandemia alavancou os números, mas isso só foi possível graças ao trabalho realizado em momentos anteriores, quando o vírus não era realidade nem na China. O General Manager da GFK na América Latina, Felipe Mendes, lembra a participação do Banco Central nesse crescimento. “A pandemia acelerou o acesso e a logística, mas o Bacen já vinha estimulando a inovação em pagamentos, o que também contribuiu. A injeção de recursos na parte de baixo da pirâmide econômica acelerou muito as compras nesse segmento da população, que tem muita demanda reprimida”.

Julia Avila, líder da Nielsen no Brasil, ressalta que os varejistas souberam agir rapidamente para darem conta da demanda e criaram estratégias fundamentais para o crescimento. “Existe muito desenvolvimento por trás de tudo isso: capacidade de tecnologia, lojas com aplicativos mais inteligentes, melhor usabilidade principalmente na tela pequena [mobile], avanços em logísticas, novos centros de distribuição, prazos de entregas mais curtos para todo o Brasil. O consumidor do Nordeste, por exemplo, foi muito beneficiado com tudo isso”.

Tecnologia, aliás, foi a palavra de maior destaque no e-commerce em 2020. Nunca os varejistas investiram tanto em superapps, chatbots, informática e programação. O ano ficou marcado por aquisições de startups e hubs de tecnologia por grandes players, como Magazine Luiza, Via Varejo, Amazon e Locaweb. “A capacidade de tecnologia para suportar picos de compra e melhorar a experiência do consumidor na navegação e eficiência de frete foram pontos de destaque”, completa Julia Avila.

Ainda pode melhorar

Houve um grande avanço por parte dos lojistas, mas ainda tem uma ótima oportunidade de melhora da experiência do consumidor (imagem abaixo). 2021 será o ano de pensar na experiência de compra, frete mais eficiente, fechamento do carrinho (segurança e facilidade), atendimento pós-compra e coerência entre loja física e on-line.

“Na retomada dos negócios, na saída da crise, a grande pergunta é: como conquistar ou reativar consumidores? Os próximos meses serão cruciais para que o varejo retenha os clientes que aderiram às suas marcas durante a pandemia ou atue para trazer de volta quem se afastou neste período”, avalia Flavia Villani. Para a head da dunnhumby no Brasil, é preciso continuar alerta quanto à possibilidade de contaminação pelo vírus. Cabe aos varejistas demonstrarem estar seguindo de perto as orientações de segurança, higienização e distanciamento, para ganharem a confiança dos clientes. “Ao menos por enquanto não existe a percepção de que o varejo está agindo de forma oportunista e aproveitando o momento para elevar margens. Por terem se posicionado durante toda a crise como aliadas dos consumidores, as empresas contam com a boa vontade dos clientes e uma imagem favorável”.

Apesar do ano de muitas vendas no e-commerce, o setor de D2C ainda caminha com passos mais lentos. O uso da indústria, aliás, ainda não é bem utilizado pelos varejistas brasileiros, e o salto para essa eficiência pode ser dado em 2021. “Ninguém esperaria que esses mercados crescessem tanto, o que demonstra que, se bem coordenado com a indústria, o consumo no Brasil pode crescer em diversas categorias, já que há muita demanda reprimida. Além disso, ficou claro que o varejo precisa inovar: não importa o canal, o “shopper” é o mesmo e vai lutar pelo seu direito de comprar onde e quando quiser, bem como retirar onde e como quiser. Os menos inovadores já perderam muito espaço e, tenho certeza, continuarão nessa tendência se não se reinventarem”, alerta Felipe Mendes.

China e Reino Unido como espelhos

No final de outubro, o diretor geral do Aliexpress no Brasil, Yan Di, declarou que “a China é o futuro do Brasil em termos de e-commerce”. A frase, que teve a intenção de mostrar aos varejistas brasileiros o potencial de crescimento, pôde ser analisada em dois contextos. Na visão mais positiva, o país caminha no rumo certo, em busca do sucesso estrondoso dos chineses no varejo on-line. Somente no Single’s Day (Dia dos Solteiros), data criada pelo Alibaba para descontos especiais que acontece todo 11 de novembro, a empresa registrou vendas que superaram U$ 75 bilhões.

Na visão negativa, a frase pode soar como um atraso do e-commerce brasileiro, que ainda tem participação pequena na totalidade de vendas do varejo se comparado ao da China ou mesmo ao do Reino Unido. “Esses países possuem um e e-commerce mais maduro que o do Brasil, tanto ao longo do ano como em datas comemorativas, como Dia dos Solteiros e Black Friday. Dessa forma, os processos que acompanham o e-commerce também estão mais desenvolvidos”, observa Julia Avila.

Felipe Mendes é dos que enxergam o lado positivo na declaração de Yan Di. Segundo o General Manager da GFK, a distância do Brasil para Reino Unido e China ainda é grande, mas ações realizadas neste e nos últimos anos mostram a preocupação dos varejistas brasileiros em evoluírem e aumentarem os lucros. “O mercado chinês é muito marcado pela concentração: algo que os varejistas locais estão tentando através dos superapps e da consolidação de serviços além dos produtos vendidos”.

A torcida de todos é para que vacinas cheguem a todos, acabando com o coronavírus que abalou 2020. O ano serviu para mostrar que o e-commerce é necessário ao varejo, ao consumo e para proporcionar as melhores experiências. Não se faz necessário uma tragédia do tamanho de uma pandemia para consolidar o que já está sendo erguido com passos largos mês a mês. Os últimos 12 meses foram de lições, inovações e evoluções. O comércio eletrônico tem tudo para caminhar mais rápido e mais eficiente.

Fonte : ecommercebrasil.com.br

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Fundador do ReclameAQUI fala sobre erros e acertos do e-commerce brasileiro em 2020

Muitas coisas mudaram para o mundo inteiro em 2020. E não seria diferente para o comércio eletrônico. De acordo com a 42ª edição do Webshoppers, realizado pela Ebit|Nielsen em agosto de 2020, o e-commerce brasileiro registrou a maior alta dos últimos 20 anos.

O crescimento expressivo do e-commerce também levanta um alerta vermelho para os empresários brasileiros, principalmente pela falta de informações e formação técnica dos novos lojistas no mercado digital.

Parafraseando Stan Lee, criador do personagem Ben, tio do Homem Aranha, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. E as responsabilidades do e-commerce em educar novos lojistas e atender com qualidade os novos consumidores são muitas.

Fonte : ecommercebrasil

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Mobile representa 47% do e-commerce em 2020, diz Ebanx

Ebanx; e-commerce; comércio eletrônico

Jaqueline Bartzen, head global de mercados emergentes no Ebanx, apresentando dados da GSMA sobre penetração do mobile.

O comércio eletrônico no Brasil deve movimentar US$ 112 bilhões este ano, sendo 53% nos PCs e 47% em dispositivos móveis. De acordo com dados da AMI apresentados pela Ebanx na última terça-feira, 15, o comércio móvel crescerá 16% em 2020.

Por vertical, os serviços digitais devem crescer 42% ano a ano e chegarão a US$ 50 bilhões no País em 2020, um crescimento puxado pelo consumo de apps durante a pandemia do novo coronavírus. O segmento de varejo aparece na sequência com incremento de 23%, na comparação com 2019, e US$ 46 bilhões de faturamento. Mesmo em queda de 33%, o setor de turismo aparece como terceiro, com US$ 26,5 bilhões. A participação de serviços digitais deve ser de 45%; varejo, 32%; e viagens, 23%.

O total do e-commerce da América Latina estará próximo de US$ 200 bilhões em 2020, um incremento de 8,5% comparado ao ano anterior.

“Tem uma nova América Latina surgindo no comércio físico e eletrônico. Esse crescimento é puxado pela inclusão financeira e digitalização”, afirmou Jaqueline Bartzen, head global de mercados emergentes no Ebanx. “Mas é importante dizer que ambos ainda são barreiras de crescimento (do e-commerce). Ou seja, inclusão financeira e digitalização precisam continuar evoluindo”, completou.

Players

Citando dados recentes da SimilarWeb, o Ebanx aponta Mercado Livre como o principal marketplace da América Latina em tráfego, visitas e usuários únicos. Do Brasil, o tráfego de acesso responde por 21% das conexões nos e-commerces na América Latina, 268 milhões de visitas únicas e 57 milhões de visitantes únicos no mês de julho. Por outro lado, o mix de acesso mostra que Casas Bahia, Americanas.com e OLX possuem mais acessos móveis ante o desktop, respectivamente 74%, 64% e 63%.

Fonte : mobiletime.com.br

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Amazon lança novo programa de logística para reduzir tempo de frete

O programa de fulfillment é voltado para pequenas empresas do estado de São Paulo que vendem através da Amazon.

A Amazon acaba de lançar o programa FBA – Logística da Amazon, que oferece frete rápido e gratuito para produtos de parceiros de sua loja. Agora, os parceiros vendedores do marketplace podem usar os centros de distribuição e toda a logística da empresa americana no lugar de estocar e enviar os produtos por conta própria. O objetivo é oferecer mais produtos com entrega rápida e gratuita aos membros Prime, serviço de assinatura da Amazon.

“Para o consumidor final, o grande benefício é a rapidez de entrega e o frete grátis. Para o parceiro, tira a operação logística para que ele se foque no que sabe fazer de melhor: comprar os melhores produtos e aumentar a conversão de vendas”, diz o líder do programa FBA – Logística da Amazon para parceiros de negócios no Brasil, Rafael Ferreira. Segundo ele, a Amazon trabalha junto com os parceiros para identificar quais seriam os produtos mais adequados para esse programa logístico, já que a Amazon cobra taxas de manuseio e entrega.

A companhia não abre a velocidade de entrega atual e nem o quanto esse programa deve encurtar esse prazo, mas afirma que já entrega em até dois dias em 500 cidades no Brasil.

Nesse momento, o programa FBA – Logística da Amazon está disponível para parceiros localizados no estado de São Paulo que operam sob o regime tributário do Simples Nacional, ou seja, é voltado para pequenas empresas que vendem através da Amazon. O parceiro de negócios envia seus produtos para um centro de distribuição da Amazon. A logística, empacotamento e entrega ao cliente final ficam sob os cuidados da Amazon e da transportadora parceira. O atendimento de pós-venda também é realizado pela gigante americana.

Para parceiros de negócio localizados fora do Estado de São Paulo ou fora do regime tributário do Simples Nacional, a Amazon oferece o FBA Onsite. Nesta versão, o parceiro de negócios mantém os produtos em seu próprio armazém e usa as ferramentas da Amazon para gestão de inventário. A transportadora parceira da Amazon se encarrega de coletar os produtos no armazém do parceiro e fazer a entrega.

Crescimento da Amazon e do comércio eletrônico

O comércio eletrônico teve um de seus anos de maior crescimento no Brasil e no mundo por conta da pandemia do novo coronavírus. Um relatório da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com o Movimento Compre&Confie, publicado em setembro, mostrou que o e-commerce no Brasil havia faturado, até agosto, 41,92 bilhões de reais. No ano inteiro de 2019, o faturamento total foi de 75,1 bilhões de reais.

A Amazon, fundada pelo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, teve uma receita de 96,1 bilhões de dólares no terceiro trimestre deste ano — no ano passado, o valor foi de 70 bilhões de dólares. A empresa agora detém de 43% a 45% do comércio eletrônico dos Estados Unidos. Com valor de mercado de 1,57 trilhão de dólares, a empresa viu o valor de suas ações crescer 54% no ano.

Desde 2017, o marketplace já é responsável por mais de metade das vendas da Amazon em todo o mundo. Foi neste ano também que a empresa abriu o seu marketplace no Brasil para vendas de terceiros, inicialmente apenas com livros. Aos poucos, a empresa incorporou outras categorias por aqui e já vende roupas, itens para casa, brinquedos e até bebidas.

Em novembro, a gigante americana anunciou a abertura de mais três centros logísticos no Brasil. Com as unidades em Minas Gerais (Betim), Distrito Federal (Santa Maria) e Rio Grande do Sul (Nova Santa Rita), a Amazon eleva para oito o total de centros de distribuição no Brasil, facilitando a chegada a todos os municípios.

Fonte : exame.com

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Estudo do Mercado Livre mostra consumidor mais conectado e decidido

Os consumidores de hoje estão mais conectados, mais interessados e mais decididos. É o que aponta um estudo elaborado pelo Mercado Ads, unidade de negócio do Mercado Livre dedicada à publicidade, sobre o comportamento dos atuais Compradores Digitais.

O relatório aponta o quê, quando e onde esses consumidores realizam compras no cenário digital. Os dados mostram que 17% navegam mais tempo na plataforma. A quantidade de buscas cresceu 39% e as ordens de compra, 29%.

“O relatório consolida a mudança de mindset que sentimos neste ano. Podemos dizer que o mundo digital está em plena expansão. Somente em setembro, tivemos 290 mil pedidos da seção de alimentos e mais de 322 mil compras de itens de maquiagem. Esses são apenas alguns exemplos da grande gama de vendas que estão revolucionando o e-commerce em 2020″, diz Fernando Yunes, Senior VP e Líder do Mercado Livre no Brasil.

Atualmente, 76% das compras são realizadas pelo celular. “É cada vez mais comum vermos concretizações de negócios via smartphone. Não é à toa que o aplicativo do Mercado Livre é encontrado em um a cada três celulares no Brasil”, complementa Yunes.

Terça é melhor dia de vendas

O dia da semana com maior quantidade de vendas – também revelado no estudo – é a terça-feira. Entre 11h e 14h, existe um pico de maior volume de compras. O meio de pagamento mais utilizado é o cartão de crédito, seguido do boleto bancário e pelo dinheiro em conta do Mercado Pago.

Dentre os produtos mais escolhidos por esses novos compradores digitais, o recorte exclusivo mostra que, em setembro de 2020, foram registrados 757 mil clientes realizando compras de ferramentas. Em seguida, apareceram 648 mil consumidores interessados em jogos e brinquedos. Finalizando o ranking, 364 mil compradores de calçados.

O relatório também traçou um perfil desses atuais consumidores, dividindo-os em categorias. Entre elas, está a dos “frequentes”, aqueles usuários que compram uma quantidade maior de itens. São conhecidos por adquirirem produtos para os cabelos (duas, três vezes mais do que um usuário comum) e fraldas (compram 50% mais que um consumidor médio).

O estudo destaca, ainda, os “especialistas em ofertas”. Eles normalmente aguardam datas especiais para aproveitar os descontos. Seus artigos preferidos são: tênis e celulares e smartphones. Os “premiums” são aqueles que compram itens com um alto ticket médio, com notebooks, caixas acústicas, bicicletas e bebidas alcoólicas.

Outro perfil apontado é o de “exploradores”, que são aqueles que pesquisam intensamente antes de concretizar uma compra. Para adquirirem televisores, por exemplo, visitam páginas 60% mais do que um usuário médio e o tempo de navegação é cerca de 30% maior que o habitual. E existem os “consumidores leais”, que acumulam um volume maior de compras no Mercado Livre.

19 compras por segundo

De acordo com o Mercado Livre, são realizadas 19 compras por segundo em sua plataforma. Seu crescimento, de janeiro a setembro de 2020, foi de 51% em relação ao mesmo período no ano passado. Somente no terceiro trimestre, o avanço foi de 74%.

Os dados mostram como este ano está revolucionando o e-commerce que, cada vez mais, mostra seu potencial, relevância e importância e é um espaço indispensável para as marcas que desejam alavancar seus negócios.

Entre janeiro e setembro de 2020, o Mercado Livre registrou um total de 8,4 milhões de novos compradores, um crescimento de 48% na comparação com 2019.

Confira o estudo completo em: Compradores digitais.

Fonte : mercadoeconsumo.com.br

Amazon perde participação nos EUA, mas fim de ano deve marcar retomada

Líder do e-commerce em taxas de conversão e criadora de seguidores leais com mais de 120 milhões de membros Prime nos Estados Unidos, a Amazon conquistou mais de 40% do comércio eletrônico no país em 2019. Mas, neste incomum ano de 2020, a gigante luta para acompanhar o crescimento explosivo do varejo on-line – que beneficiou, também, suas concorrentes.

Quando milhares de lojas fecharam por causa da pandemia, no início do ano, os consumidores migraram para o e-commerce e as vendas da Amazon no primeiro e no segundo trimestre dispararam. A empresa registrou vendas líquidas globais de US$ 89 bilhões no segundo trimestre, superando o pico dos feriados de 2019, com seu valor bruto de mercadoria no varejo (GMV) crescendo aproximadamente 47%.

Mas, embora o crescimento da Amazon tenha sido impressionante, outros varejistas aumentaram seus negócios on-line ainda mais rapidamente. De acordo com análise da consultoria Bain & Company, a gigante perdeu cerca de 2,5 pontos de participação on-line durante o segundo trimestre.

Por que a Amazon perdeu mercado?

Vários são os motivos que explicam essa perda de mercado. O pico da demanda da pandemia pressionou a rede de logística da Amazon e a velocidade de envio diminuiu dois dias, em média, de março a maio, segundo estudo da Bain com a Rakuten. Até agosto, o prazo não havia voltado à media pré-pandemia. Embora os prazos de entrega ainda sejam melhores do que os dos concorrentes, a Amazon decepcionou os clientes que esperavam (e pagaram por) “velocidade máxima”.

Esses atrasos no envio tiveram um impacto duradouro. Em 74 mil postagens de mídia social relacionadas à velocidade de envio da Amazon, o sentimento negativo cresceu de março a maio, quando as postagens negativas chegaram a 49% do total de menções. Apesar dos melhores tempos de envio no verão e no outono, as frustrações dos clientes não diminuíram. Em outubro, 36% das postagens foram negativas, em comparação com a média de 15% em todo o ano de 2019.

Disponibilidade de produtos foi outro quesito em que a Amazon deixou a desejar. De acordo com pesquisa realizada em parceria com a Edge by Ascential, as taxas de falta de estoque permanecem bem acima das médias de 2019 na maioria das categorias, exceto vestuário – um setor cuja demanda caiu muito durante a pandemia.

A vantagem histórica da Amazon em preços também diminuiu. A pesquisa da Bain com a DataWeave mostra que, em outubro e novembro de 2019, a Amazon igualou ou superou os preços dos concorrentes 81% do tempo nas categorias avaliadas. Em novembro de 2020, essa taxa caiu para 74%.

O desempenho dos preços da empresa de Jeff Bezos é pior em categorias como produtos domésticos, que dependem mais fortemente das vendas de terceiros. Enquanto a Amazon se esforçava para remover os vendedores que praticavam preços abusivos em produtos essenciais nos primeiros meses da pandemia, as vantagens de preço caíram mesmo em categorias não essenciais.

Consumidores estão dispostos a gastar

A análise da Bain & Company, no entanto, aponta que a empresa deve retomar sua participação no mercado neste fim de ano. Primeiro, porque o varejo todo, em si, tem mostrado bom desempenho. Embora os rumores de um temido “apocalipse” continuem circulando, a realidade tem sido outra. As vendas totais no varejo dos EUA cresceram 12% em setembro e 11% em outubro, comparado com índices de 2019.

Os compradores estão preparados para continuar gastando: o sentimento do consumidor atingiu seus níveis mais altos desde março e a renda disponível aumentou em setembro em comparação com o ano passado. A intenção do consumidor de gastar também está crescendo, e apenas ligeiramente abaixo de 2019, de acordo com o Consumer Health Index (CHI) da Bain.

As prateleiras dos varejistas estão se enchendo para atender à demanda. Os volumes portuários – um indicador importante para os níveis de estoque – atingiram recordes históricos em setembro, com um aumento de 12,5% ano a ano, e em outubro, com um aumento estimado de 6,5% ano a ano, compensando a falta de oferta no início de 2020.

Aumento de clientes Prime

O desempenho do terceiro trimestre da Amazon sugere que ela está fazendo um rápido progresso para recuperar a participação. A empresa quebrou recordes mais uma vez, atingindo vendas líquidas trimestrais globais de todos os tempos de U$$ 96 bilhões, incluindo mais de U$$ 47 bilhões de seus negócios de varejo primários e terceirizados.

Mesmo com a mudança do Prime Day do terceiro para o quarto trimestre, o GMV de varejo da Amazon nos Estados Unidos cresceu 44% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Por meio da análise da Pyxis, a Bain & Company estima que a Amazon tenha atingido aproximadamente US$ 6 bilhões em vendas nos EUA em 13 e 14 de outubro, um aumento de cerca de 50% em comparação com o Prime Day de 2019, em 15 e 16 de julho.

Além disso, a estimativa é de que a Amazon tenha ganhado de 10 a 15 milhões de novos membros Prime – que tradicionalmente gastam o dobro do cliente médio, o que deve dar um impulso para a temporada de compras de fim de ano.

A Amazon também tem expandido sua capacidade de atendimento e entrega para garantir que possa atender às expectativas dos clientes nesta temporada de férias, adicionando mais de 20 novos jatos de carga Boeing e 2.200 caminhões de entrega, reduzindo ainda mais a dependência de outras transportadoras, que estão antecipando atrasos e aumentando as sobretaxas em novembro e dezembro.

Além dos 175 mil trabalhadores que contratou em março e abril para atender à demanda crescente, a Amazon planeja contratar outros 100 mil para as festas de fim de ano.

Fonte : mercadoeconsumo.com.br