A Experiência vai muito além da Satisfação

A jornada do cliente envolve diversos sentimentos. No Fórum Digital Consumidor Moderno, participantes compreenderam como mapeá-los.

Durante a maior parte da história, aquilo que compreendemos hoje como jornada do cliente foi totalmente linear: começava em uma determinada necessidade, passava por uma busca, pela compra, pelo uso e, eventualmente, por um feedback (positivo ou negativo). Essa experiência ficou no passado, devido à entrada da humanidade na era digital. O antigo funil de vendas foi substituído por um ciclo possivelmente infinito (a depender da capacidade de conquista de uma empresa, inclusive).

Nesse processo, o consumidor também se tornou mais informado e mais exigente, pois cresceu o acesso aos meios de comunicação – tanto com o mundo quanto com outros consumidores. Diante disso, passou a demandar uma jornada cada vez mais sem fricção e sem escalas. Não por acaso, foi esse o tema que introduziu o Fórum Digital Consumidor Moderno realizado com o apoio da Plusoft, empresa de Human Experience (HX).

Com a pandemia de Covid-19 e especialmente após o início das quarentenas ao redor do mundo – em março de 2020 –, o comportamento do cliente mudou ainda mais. O uso do digital, que já era intenso, tornou-se ainda mais constante. “No ambiente digital, o consumidor compartilha muitos dos sentimentos em relação a momentos da jornada como cliente – e as empresas podem capturar essas informações, inclusive respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, comenta Bruno Alves, vice-presidente Marketing e Inovação da Plusoft.

Ainda assim, como pontua Jacques Meir, diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão, falhas acontecem – às vezes em momentos cruciais. Por exemplo, uma empresa deve saber que o consumidor cria muita expectativa ao aguardar uma confirmação de compra ou de cadastro por SMS. Desta forma, etapas como essa não podem falhar, mas isso ainda acontece. Mas como as empresas podem evitar tais decepções? Gisele Garuzzi, ouvidora da Seguradora Líder, pontua que é preciso que as empresas tenham seus painéis de acompanhamento das jornadas e de cada etapa. Caso contrário, não terão visibilidade de cada momento.

Por isso, o mapeamento da jornada do cliente não é uma tarefa que deve ser feita uma única vez, pois não é uma informação estática. Ela muda, inclusive quando canais são trocados. A cada momento, o consumidor começa sua relação com a empresa a partir de um ponto diferente.

OLHARES SOBRE A JORNADA

Nesse sentido, Meir pondera que existem diferentes sentimentos e valores que precisam ser levados em consideração ao investigar a opinião do cliente. Portanto, é preciso ir muito além das pesquisas de satisfação. Como pontua Alves, é indispensável compreender a causa raiz –“que é onde começa o problema do cliente”, define.

Ao longo do evento, executivos afirmam que, nas pesquisas de satisfação, os clientes que se manifestam, em geral, são aqueles que estão insatisfeitos – ou seja, não é uma amostra que é confiável para entender o sentimento geral na relação com a marca. E para entender o sentimento completo, inclusive daqueles que são fiéis à marca, Gisele sugere que é preciso conquistar a confiança do cliente.

“No Brasil, ainda estamos muito distantes da consciência de que é preciso se comunicar com a empresa – inclusive para reclamar. É algo cultural”, observa a executiva. “Devemos estimular, por meio de comunicação com o público, essa participação.” O mesmo vale para as pesquisas. “A jornada do cliente precisa ser pensada da empresa para fora, na sociedade como um todo”, conclui.

Fonte : digital.consumidormoderno.com.br

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Retailtechs de fidelidade estão em ponto de ebulição no e-commerce

Ao que tudo indica, os programas de fidelidade e cashback tendem a uma naturalização no e-commerce brasileiro. Os cupons de desconto que viraram prática nos Estados Unidos nas décadas de 1980 e 1990 e se popularizam no Brasil com o controle da inflação agora se preparam para um estágio para além de briga de preços. Retailtechs de soluções de fidelidade se tornaram também estratégias de aproximação com o consumidor por meio de retenção e frequência de compras, diminuição de custo de aquisição de clientes e aumento na conversão de vendas.

A força dessa crescente fica evidente nos números. Segundo o mais recente relatório Inside Retailtech, do Distrito, enviado em primeiro mão para a Consumidor Moderno, o mercado brasileiro deve ter utilização dos programas de desconto e cashback crescente. Em 2019, foram cerca de R$ 2,2 bilhões movimentados no e-commerce. Em 2020, com a pandemia, foram R$ 6 bilhões. À medida que o e-commerce continua sua digitalização e aumento de vendas, esta cifra tende a ser ainda maior em 2021.

Outra confirmação da tendência é a quantidade de startups que nascem para resolver as equações de fidelidade do varejo.

Segundo o estudo do Distrito, o setor se prepara para mais uma onda de investimentos e aquisições de startups com a finalidade de aproximar o consumidor.

Isso porque o desenvolvimento de retailtechs voltadas a programas de fidelidade acompanha a evolução geral do e-commerce. Em 2016, por exemplo, a crise levou a uma queda na quantidade de fundação de startups no ramo. No ano seguinte, a quantidade de aberturas seguiu o início de uma recuperação do e-commerce.

O mercado voltado para a proximidade

No geral, de acordo com o relatório, há dois grupos de startups que trazem soluções do tipo: o de “marketplace de oferta”, que gera alto tráfego e disponibiliza cupons e cashback para B2C ou B2B; e as startups com foco B2B que oferecem uma plataforma de fidelidade ao varejista — que passa a oferecer programas de pontuação, promoções, ofertas, etc. Em outras palavras, o mercado tem visto diferentes players atuando com cashback, que pode ser oferecido diretamente por grandes varejistas ou indiretamente com retailtechs parceiras, como Méliuz e Mosaico.

O estudo aponta que é notória a tendência de mescla nos serviços dessas startups, unindo o cashback com serviços financeiros. Tal mescla é vista também no cenário internacional. Grandes marcas internacionais oferecem planos que dão direito a frete grátis, entregas em prazos mais curtos, streaming de vídeos e música e cartões para compras com um percentual de cashback nas compras pelo site.

Publicidade descentralizada

Enquanto a web 3.0 começa a se estruturar com inteligência artificial, tecnologias blockchain, criptomedas e utility tokens, a publicidade descentralizada dá seus primeiros passos no e-commerce brasileiro.

Plataforma de engajamento on-line que usa como base um utility token para divulgação de campanha das empresas, a WiBOO é um exemplo. A proposta da startup é utilizar estratégia de member-get-member transformando usuários comuns em micro influenciadores nas redes sociais. O consumidor compra e indica o serviço ou produto a seus familiares e amigos, recebendo benefícios quando seus contatos também consomem.

É uma forma inovadora de conquistar os efeitos do cashback e ao mesmo tempo ganhar publicidade espontânea e criar comunidades – importante ficar de olho neste modelo.

Startups se destacam

Mas enquanto a web 3.0 e a publicidade descentralizada ainda não são uma realidade concretizada, o mercado de retailtechs de fidelidade conta com investimentos concentrados em poucos players — o que pode levar a um crescimento mais gradual, segundo o estudo. Por outro lado, este é um mercado acima de tudo de micro e pequenas empresas, o que representa uma grande oportunidade de crescimento para o setor.

Esta liderança concentrada está com startups como Méliuz, Cuponomia, Dotz e Cuponeria.

A Méliuz, por exemplo, tem capital aberto no B3.

O relatório ressalta, no entanto, que há startups promissoras, como a Bitcoinback, um extensor de navegador que oferece cashback de bitcoin. Fundada em 2019, já possui um dos maiores acessos na subcategoria.

Nos grupos da tendência

O mercado internacional de fidelidade recebeu US$ 789 milhões de investimentos em 2020. A necessidade de retenção dos clientes abriu os olhos das empresas para startups que oferecem essa solução. Em comparação com 2018, o ano de 2020 teve crescimento de 46% nos aportes. Em 2021, US$ 260 milhões já foram investidos em 12 deals. Ainda que falte um mês para acabar o primeiro semestre, a expectativa é que o número de acordos do período supere o mesmo de 2020.

Isso acontece porque os marketplaces trabalham na formação de grandes ecossistemas. Dessa forma, a aquisição de negócios menores e mais tecnológicos auxiliam nesse movimento.

Segundo o relatório, guardadas as particularidades de cada empresa, é possível observar um certo padrão desses componentes que podem ser divididos em grupos como: soluções para e-commerce (integradores de marketplace), mídia, conteúdo de entretenimento e educação (auxiliam na transformação do relacionamento com o cliente), delivery de comida e supermercados (categoria que garante alta frequência e recorrência), logística (last mile, frete), serviços financeiros e pagamentos, negócios de e-commerce (novas categorias, base de clientes) e infraestrutura tecnológica.

As retailtechs de fidelidade transitam entre alguns dos grupos que dão liga aos ecossistemas dos marketplaces.


Fonte : consumidormoderno.com.br

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Design a serviço da experiência do cliente

A relação entre as disciplinas e por que o Design é a melhor ferramenta para quem quer proporcionar melhores experiências aos seus clientes.

Vivemos em um mundo de serviços. A melhor maneira de organizações se diferenciarem é proporcionando boas experiências aos seus clientes. Designers pensam em como estas experiências
poderiam ser melhores para clientes e as organizações. São catalisadores de mudança. Quem faz a
mudança acontecer são os profissionais de CX, responsáveis por gerir todos os aspectos associados a experiência do cliente em uma empresa.

Parece a mesma coisa, mas não é. Neste artigo, tento aprofundar um pouco as semelhanças, diferenças e complementaridades entre as áreas.

CX e a sua intenção de cuidar da experiência dos clientes

Como o nome indica, CX, Customer Experience ou Experiência do Cliente (como você preferir) é uma área ou disciplina que se preocupa em ajudar organizações a proporcionar boas experiências aos seus clientes. A função de quem trabalha com isso em uma organização é garantir que a relação que se estabelece entre uma marca e seus clientes seja equilibrada e relevante para as duas partes. Para isso, deve assegurar que canais e pontos de contato, que fazem parte da jornada dos clientes, estejam funcionando e que os departamentos internos entendam como participam e geram valor na jornada.

Dentro desse escopo, profissionais responsáveis pela experiência do cliente precisam determinar, a
partir da visão e posicionamento da empresa, como ela deve estar estruturada para que a experiência de diferentes clientes aconteça. Além disso, precisam gerir essa operação conciliando o objetivo de aumentar a satisfação dos clientes aos de eficiência operacional e resultados para o negócio. Uma parte importante dessa gestão está em definir e acompanhar métricas que comprovem que estes objetivos mencionados sejam atingidos. Em resumo, áreas e profissionais que trabalham com CX (experiência do cliente) buscam garantir que clientes tenham uma boa experiência.

Design e a sua maneira de imaginar como as coisas deveriam ser

Ainda hoje, muitas pessoas entendem design como um atributo estético. Diz-se que algo “tem design” quando é bonito e parece ter valor agregado em aspectos não associados à sua função primordial. No entanto, a parte do termo que tem ganhado cada vez mais evidência no mundo dos negócios está associada à sua abordagem para resolver problemas.

Quando falamos em “Design Thinking”, estamos nos referindo a um jeito de encontrar respostas por meio da empatia, colaboração e experimentação.

Empatia tem a ver com a busca incessante de designers em compreender profundamente as pessoas que serão beneficiadas pela solução. Em vez de ter ideias baseadas em gosto pessoal, designers utilizam ferramentas para mergulhar na realidade das pessoas, mapeando aspectos como seus desejos e necessidades e atuais barreiras em suas jornadas.

A colaboração tem a ver com trazer pessoas de diversas áreas de uma empresa ou até mesmo
clientes para o processo criativo. Além de trazer mais pontos de vista e ser capazes de gerar mais
ideias dessa forma (aumentando a probabilidade de encontrar uma boa solução), quando envolvemos as pessoas no processo elas se sentem mais engajadas para implementar a solução.

Finalmente, a experimentação trata de visualizar soluções de maneira rápida e barata, por meio de
protótipos que simulem uma realidade imaginada. Ao mostrar para as pessoas o que estamos
pensando em fazer, aprendemos muito sobre o que elas valorizam e quais as suas principais dúvidas. Isso nos ajuda a realizar ajustes bem cedo no processo, economizando tempo e dinheiro em erros que poderiam custar muito mais no futuro.

O Design a serviço da experiência do cliente

Quando utilizamos a abordagem mencionada acima para ajudar as organizações a pensarem em
como proporcionar boas experiência aos seus clientes, acionamos o Design de Serviço. Serviço é
qualquer coisa que ajude alguém a fazer algo. É a estrutura que permite que um cliente tenha uma
experiência ao se relacionar com uma organização. Graças ao serviço que a experiência acontece. Não se projetam experiências, que são únicas de cada pessoa, mas apenas estas estruturas, os serviços.

Clientes se relacionam com uma organização em uma jornada que inicia na descoberta, passa pela
avaliação, tem o aprendizado do primeiro uso, se estabelece no uso contínuo e pode chegar a um
eventual abandono ou retorno. O Design de Serviço pensa, da estratégia à operação, em como os
diferentes canais e pontos de contato de uma empresa devem estar organizados para garantir que
essa jornada seja a melhor possível para clientes e para a organização que oferece o serviço.

O objetivo do Design de Serviço é projetar serviços que sejam úteis, fáceis de usar e desejados pelos seus clientes enquanto são tecnicamente viáveis e trazem resultados positivos (lucro) para a organização que os oferece.

CX e Design de Serviço, o mesmo objetivo com escopos e abordagens diferentes

Design é sobre o projeto de um serviço futuro. CX é sobre a garantia de que organizações são capazes de implementar essa visão e entregá-la no dia-a-dia de sua operação, alinhando diferentes áreas e provando a todo instante o valor de proporcionar boas experiências aos clientes.

Quando profissionais de CX desejam repensar a maneira como o serviço de sua organização existe, da estratégia de posicionamento da marca ao comportamento de seus canais e pontos de contato,
profissionais de Design de Serviço passam a ser seus aliados. Estes últimos trazem métodos que
tornam este processo mais fácil e com maior potencial de retorno sobre o investimento.

Quando Designers de Serviço estão pensando no futuro de uma organização com base na experiência que elas deveriam proporcionar aos seus clientes, profissionais de CX passam a ser seus aliados. Estes últimos são a conexão deles com o dia-a-dia da organização, conectam ideias a números e podem mobilizar organizações para que implementem suas recomendações.

Não dá pra viver sem Design ou CX

Uma organização que queira ter sucesso em nossos tempos precisa proporcionar uma boa experiência aos seus clientes, investindo em CX. O Design é a melhor ferramenta para quem quer pensar na melhor experiência possível pois ele coloca os clientes no centro de seu processo (empatia), envolve diferentes áreas na construção desse cenário futuro (colaboração) e minimiza riscos ao visualizar cedo o que se está pensando em fazer para aprender o que funciona e o que deve ser alterado (experimentação).

Design ajuda a pensar o que deve ser feito. CX garante que isso realmente aconteça. Esse é o
casamento perfeito para uma organização que deseje se diferenciar e vencer no mercado atual.

* Luis Alt é sócio-fundador da Livework São Paulo, criador do primeiro curso de Design Thinking da América Latina na ESPM e autor do livro “Design Thinking Brasil”


Fonte : consumidormoderno.com.br

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A jornada do cliente é o maior desafio das empresas?

Painel do CVX 2021 aborda o uso dos comandos de voz na jornada do cliente.

Conquistar um cliente é uma das tarefas mais desafiadoras que as empresas enfrentam hoje. E isso ocorre não apenas pela concorrência — em especial em mundo no qual quase todos os produtos e serviços vendíveis se encontram na internet —, mas também pela adaptação das corporações às necessidades do consumidor: a aposta na jornada do cliente.

Em uma realidade na qual o consumidor é cada vez mais omnicanal, o uso dos assistentes de voz na jornada do cliente tem sido cada vez mais comum. Dessa forma, a busca pela integração dos canais, pela implementação da voz e pela adaptação dos atendimentos e processos representam alguns dos principais desafios das corporações hoje. Eles foram abordados no painel “A jornada do cliente e a voz da experiência”, do Costumer Voice Experience 2021, que contou com a participação de Carolina Trancucci, Diretora de Clientes da Gol Linhas Aéreas Inteligentes; Juliana Sandano, Superintendente Executiva do Ciclo de Vida do Cliente do Banco Original; Jaqueline Machado, Diretora executiva da experiência do consumidor e aquisição do BTG+; e a mediação de Fernando Moulin, Business Partner da SPONSORB.

“Em 2020, mais ou menos 30% das buscas na internet já foram sem toque na tela, só por voz. O cliente é omnicanal. A impressão que dá, com essa digitalização forçada, é que não é um canal ou outro, são vários em conjunto”, explica Moulin.

A jornada tem o cliente sempre no centro

Se antes pensar a jornada do cliente já era uma tarefa bastante trabalhosa às empresas, depois da pandemia isso se tornou ainda mais difícil. Além de ter um consumidor mais exigente e tecnológico, as empresas também tiveram que contar com mudanças de logística e de atendimento em um curto período de tempo.

“A pandemia fez com que a gente passasse a se preocupar em antecipar a necessidade do cliente. Até em uma operação de aeroporto, temos muita oportunidade de tirar processos que poderiam ser automatizados e que existem há anos. Isso exigiu que mergulhássemos de fato para entender a necessidade do cliente, com o canal que trará a melhor solução a ele”, aponta Trancucci, da Gol Linhas Aéreas Inteligentes.

Nesse processo, uma parte considerável das empresas recorre aos recursos tecnológicos para desenhar uma jornada mais assertiva, assim como para desenvolver os canais. Para Juliana Saldano, do Banco Original, para chegar a um resultado satisfatório ao consumidor, é preciso ver a tecnologia como meio e não como resultado final. “O desafio é pensar em como trazer inteligência, administrar os dados para trazer valor ao cliente. Essa é a grande charada que todo mundo tenta chegar. A tecnologia é uma ferramenta, mas precisamos de estratégias e pessoas qualificadas para construir essa experiência.”

Ela complementa que o fato de colocar o cliente no centro também direciona para ele a autonomia de escolha. “Se hoje o cliente tem muito mais poder de escolha, a pergunta que fica é: somos bons o suficiente? Escutamos o cliente para retê-lo? Acho que essa mudança do próprio mercado está exigindo bastante das empresas, para que não só tenhamos um serviço disponível ao cliente, mas que também agreguemos valor a ele.”

O uso da voz e do ominicanal

No fim, a jornada do cliente passa inevitavelmente por três pilares: “Não conseguimos mais evoluir sem: pessoas, estratégia e tecnologia. Não dá para separar e nem dizer que um tem mais importância que o outro”, destaca Jaqueline Machado, do BTG+. Para ela, é dentro desses âmbitos que as empresas têm a possibilidade de atender às expectativas dos consumidores. “Vivemos um tempo em que a tecnologia tirou a possibilidade de algumas commodities, ela tirou a possibilidade de criar monopólios. Todo mundo tem acesso hoje. O cliente espera, em qualquer serviço ou produto que estejamos preparados para suportá-lo em qualquer canal.”

Desenvolver o ominicanal hoje é uma das etapas mais essenciais para conseguir atingir os clientes, um consenso geral entre as participantes do painel. No entanto, Machado destaca que estudar a experiência do cliente é fundamental antes de aplicar uma opção de multicanais, para que o investimento seja, de fato, efetivo. “Um dos nossos pilares na diferenciação é que passamos um ano desenhando a experiência do cliente antes de lançar a plataforma do Banco, justamente por acreditar que isso poderia trazer uma imagem muito mais positiva para o mercado e para os clientes.”

Dentro do omnicanal, uma tendência que vem crescendo é justamente o uso de assistentes de voz. Juliana Saldano destaca a importância de estar atento às mudanças “Temos essa responsabilidade com o cliente, temos estudos que mostram que o uso de voz será cada vez mais forte, as pessoas usam mais os assistentes por voz e precisamos incorporar isso ao banco. Temos uma responsabilidade com o cliente de que precisamos estar atentos a essas mudanças, porque o cenário mudou — seja pela pandemia ou pelo próprio mercado.”

Dados para aprimorar a jornada do cliente

Hoje, muito se fala sobre os dados e a importância deles para o andamento dos negócios. No caso da experiência e jornada do cliente, o acesso às métricas a partir desses dados se faz muito importante para construir um relacionamento entre as empresas e os consumidores.

“Não existe um segredo: o processo de retroalimentação do cliente precisa ser levado muito a sério e não existe uma forma de fazer isso que não seja uso da tecnologia e dados, para capturar sensações, palavras e frases”, explica Machado. A diretora executiva da experiência do consumidor e aquisição do BTG+ aponta, ainda, que o trabalho é mais difícil do que parece e exige tempo e paciência. “É preciso ter um time dedicado a olhar o processo e a jornada do cliente. O time tem que ter perfil para fazer isso e acompanhar desde o início, como trabalho de formiguinha.”

Para além do uso dos dados apenas como mandatório das ações da rotina da empresa em relação ao consumidor, também é importante pensar fora da caixa. Trancucci explica que é por meio deles que surgem ideias e, ainda que representem sair do normal, é preciso dar atenção a elas. “É muito difícil inserir como parte do dia a dia a dinâmica de olhar os dados que vem do cliente como insights. Não adianta usar NPS, pesquisa de satisfação etc. para ficar olhando apenas o retrovisor. Isso tem que ser impulsionador do que vamos fazer para frente, de criar o próximo grande movimento de que fato tenha o cliente no centro.”

Por fim, Saldano ressalta que, ainda que o uso de dados seja de suma importância, ele não define todo o processo. “Dados e métricas existem aos montes, todas as empresas buscam isso. O desafio é o que fazer com essas métricas. Quando falamos de cliente no centro, estamos falando de mudança de cultura. O dado, nesse caso, é uma ferramenta, não a solução.”

Fonte : consumidormoderno.com.br

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